A Bíblia é clara ao afirmar que a salvação é um dom gratuito de Deus, recebido pela fé em Cristo, e não depende de qualquer instituição ou rito. O apóstolo Paulo escreve em Efésios 2:8-9 que “pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Portanto, ninguém é salvo por frequentar uma igreja, mas por crer no Senhor Jesus Cristo.
No entanto, após a salvação, o mesmo Deus que salva também nos chama à comunhão. O livro de Atos mostra que os primeiros crentes perseveravam “na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão e nas orações”. Eles se reuniam porque entendiam que o cristianismo não é uma vida solitária, mas uma vida em corpo — o Corpo de Cristo. Assim como o corpo físico tem muitos membros, mas um só propósito, a Igreja é composta de muitos crentes unidos por um mesmo Espírito.
Repare que há uma diferença entre ser salvo e pertencer à comunhão local. A salvação nos coloca na Igreja universal — o Corpo de Cristo — formada por todos os crentes salvos pelo sangue do Cordeiro. Já a comunhão em uma igreja local é a expressão visível dessa realidade espiritual: é onde o salvo aprende, serve e cresce. Por isso, embora a igreja local não seja o meio da salvação, ela é o ambiente natural de quem foi salvo.
Negar a necessidade de congregar é desobedecer ao mandamento de Hebreus 10:25: “Não deixemos a nossa congregação, como é costume de alguns”. O verdadeiro crente busca estar onde o Senhor é honrado, onde Sua Palavra é ensinada com fidelidade, e onde Cristo é o centro e a autoridade.
Portanto, a igreja local não é o caminho da salvação, mas é o lugar do testemunho e do crescimento dos salvos. Quem realmente foi regenerado pelo Espírito Santo desejará estar com outros que compartilham da mesma fé, porque o amor de Cristo o constrange a viver em comunhão.
A salvação é pela fé no Senhor Jesus; a comunhão é o fruto dessa fé. A primeira nos faz membros do Corpo de Cristo; a segunda nos torna participantes ativos da sua obra no mundo.