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Transformação Divina: Encontrando Paz, Propósito e Plenitude em Cristo: 366 Mensagens Diárias da Sã Doutrina



 

Bem-vindo à “Transformação Divina”, um devocional projetado para crentes que já alcançaram maturidade espiritual ou que desejam crescer profundamente no conhecimento e na graça de Deus. Este livro não é apenas um conjunto de reflexões diárias, mas um convite para uma jornada transformadora, onde cada mensagem é cuidadosamente elaborada para impactar e edificar a vida espiritual do leitor.

Ao longo destas páginas, você será conduzido por temas que exploram a riqueza insondável da graça divina em seus diversos aspectos. O plano de Deus é desvendado em suas múltiplas dispensações, revelando Sua sabedoria e paciência no trato com a humanidade. A Igreja como Corpo de Cristo é destacada, assim como as igrejas locais, seu funcionamento e a importância de sua liderança. Você será convidado a refletir sobre a continuidade da obra do Senhor Jesus, claramente manifesta no livro de Atos dos Apóstolos, e sobre as verdades proféticas que apontam para o arrebatamento da Igreja, o milênio e o estado eterno.

Este devocional não apenas inspira, mas também ensina. É um alimento sólido para a alma, enriquecendo o leitor com uma compreensão doutrinária profunda e edificante. Cada dia traz uma mensagem que será difícil de esquecer, marcando o coração com clareza e profundidade.

Prepare-se para ser edificado e saturado com verdades bíblicas que transformarão sua perspectiva espiritual e fortalecerão sua fé. Que este livro seja uma ferramenta nas mãos de Deus para moldar sua vida à imagem de Cristo e para aprofundar sua comunhão com o Pai celestial.

Agradecimentos:

Seria impossível mencionar aqui a grande quantidade de irmãos, pregadores e missionários, dos quais tenho retirado observações sobre esses assuntos maravilhosos através dos anos. Porém, faço aqui referência a alguns deles: Ronaldo Watterson, William J. Watterson, Henry M. Wilson, Thomas Matthews, Samuel Crawford, Lindsay Carswell, Carlos Adeni da Silva, John McCann.

Nas palavras do apóstolo Paulo, nenhum autor deve dizer: “Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós?” (1 Coríntios 14.36).

Podemos apenas dar toda a glória ao Senhor Jesus Cristo, que traz entendimento, revelação e iluminação para os seus servos fiéis através do ministério do Espírito Santo, cuja tarefa é tornar real a Palavra do Senhor em nossos corações e vidas.

Josué Matos

  

1 de Janeiro

“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” (João 3:3,5)

Melhor do que um ano novo, é uma vida nova. E isto é possível e necessário a todo ser humano que vem ao mundo. A necessidade do novo nascimento se dá pelo fato de que o nosso primeiro nascimento natural está estragado pelo pecado; e é possível nascer de novo porque Cristo morreu na cruz. O primeiro nascimento nos coloca em contato com este mundo físico e natural, mas o novo nascimento nos coloca em contato imediato com Deus e as coisas espirituais. Quando o Senhor Jesus falou sobre o novo nascimento com Nicodemos, mesmo sendo ele um homem que conhecia as Escrituras do Antigo Testamento e era um ensinador na sua religião, ele não entendeu o assunto. Nesta altura, o Senhor começou a explicar que esta obra é uma ação do Espírito Santo no espírito humano que está em trevas por causa do pecado.

O Senhor disse a Nicodemos que no novo nascimento há, de fato, a comunicação de uma nova vida: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3:6), logo, não é carne. Tem a ação e a natureza do Espírito Santo. Mas note-se que a Palavra de Deus não diz: é Espírito. Se o dissesse, seria como que uma encarnação do Espírito de Deus. Mas diz: é espírito. Esta nova vida é espírito. Partilha, portanto, da natureza d’Aquele que dela é a origem. Sem esta nova vida espiritual, o homem não pode entrar no Reino de Deus. Mas isto não é tudo.

Tratando-se dos Céus, outra coisa ainda era precisa, além de se ser nascido de novo. O pecado existia — e devia ser inteiramente banido para todo aquele que tivesse a vida eterna. E se Jesus, vindo do Céu, havia descido a fim de ser o meio indispensável, certo e seguro para outros participarem dessa nova vida, devia também encarregar-Se da tarefa da salvação deles, tirando o pecado do mundo (João 1:29) — e sendo assim feito pecado por nós (2 Coríntios 5:21) — a fim de que a desonra feita a Deus fosse lavada, e a verdade do Seu caráter, sem a qual nada pode haver de seguro, de bom e de justo, fosse mantida.

Era necessário que o Filho do Homem fosse levantado na cruz, como a serpente o tinha sido no deserto (Números 21), para que a maldição que pesava sobre o povo fosse retirada. O homem, tal como ele era aqui, na Terra, mostrava-se, pela rejeição do testemunho divino do Salvador, incapaz de receber a bênção do Alto. Por isso tinha de ser remido. O seu pecado devia ser expiado, retirado, e ele mesmo tratado de acordo com a verdade do seu estado e o caráter de Deus, que não poderia renegar-Se a Si próprio. Assim, Cristo tomou o lugar do homem, em graça.

O novo nascimento é uma obra do Espírito Santo no pecador, sem que Ele anule a faculdade e a responsabilidade daquele pecador de crer no Senhor Jesus como seu Salvador pessoal. “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” (João 3:36).

Li um artigo em que o autor procura destacar a forma discreta como Deus opera o maior milagre de todos, o novo nascimento: “Agora, a maravilha da conversão é que, enquanto tudo é sobrenatural (pois o novo nascimento é obra do Espírito Santo), tudo é também natural. Talvez alguém espere um derramar milagroso de poder celestial e glória, imaginando que a fé vá descer, como um anjo do céu, e inundar a alma humana, e a esperança vá surgir como uma estrela nova no Céu. Mas não é assim. Se é verdade que a obra do Espírito vai além do que é natural, também é verdade que ela não vai contra o que é natural. Ele não anula nenhuma faculdade do ser humano, nem interrompe qualquer processo mental. Ele não age contra nenhuma parte da nossa estrutura moral, nem cria qualquer novo órgão de pensamento ou sentimento. A Sua função é consertar tudo que há dentro de você, de sorte que você nunca se sentirá tão calmo, tão verdadeiro, tão real, tão perfeitamente natural, tão “você”, como quando Ele tomar posse de você em cada parte, e encher seu ser inteiro com a Sua alegria celestial. Você nunca se sentirá tão perfeitamente livre — sem restrições e sem formalismo — em cada aspecto, como quando Ele levar “cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:5).”

1 de Setembro

“Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.” (1 Coríntios 3:14,15)

Dificilmente escapará um crente cuja obra será aprovada 100%. Em maior ou menor medida, sofreremos prejuízo por não termos usado o material correto.

Nos versículos anteriores ao do nosso texto, Paulo diz que temos as possibilidades de edificar com ouro, prata e pedras preciosas, que são materiais à prova de fogo. No entanto, ele fala de madeira, palha e feno, materiais que não resistem ao fogo e não terão proveito nenhum para o crente que os usar.

Se eu contribuo na igreja local com coisas que não trazem proveito nenhum, aquilo será como palha no fogo e será, no Tribunal de Cristo, um prejuízo para aquele crente. Ele não receberá galardão por aquele trabalho, escapando somente ele para o céu. O que está em jogo aqui não é a salvação do crente, mas a obra que ele fez para o seu Senhor. O galardão que poderia ter ganho, se tivesse usado os materiais indicados pelo Senhor, foi perdido.

Podemos ver o exemplo disso em 2 João 1:8: “Olhai por vós mesmos, para não perdermos o que temos ganho, antes recebamos o inteiro galardão”. Note que João usa a palavra “nós” quando diz: “não percamos”, porque ele entendia que havia a possibilidade de uma diminuição no galardão se houvesse contaminação com estes falsos; não só para a senhora eleita e os filhos, mas para João mesmo. “Tomem cuidado com vocês mesmos para que não percam o trabalho que já fizemos, mas recebamos a recompensa completa”.

Será que existe a possibilidade de o crente ficar envergonhado diante do Senhor Jesus no Tribunal de Cristo? Este dia deve ser temido por nós agora?
Esta pergunta tem como base o que o apóstolo João disse: “E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por ele na sua vinda” (1 João 2:28). É bom saber que as palavras usadas na Bíblia querem dizer o que dizem. Se temos alguma dificuldade de explicar, o problema é nosso, não é da Palavra de Deus. Portanto, o que João está dizendo é que poderá haver, no Tribunal de Cristo, um elemento de remorso, vergonha, para o crente que não serviu bem ao seu Senhor no mundo.

Não devemos pensar que é “só alegria” no céu, porque deve haver horas em que Deus fica entristecido e o crente, diante do Tribunal de Cristo, vendo o seu Senhor entristecido devido às suas ações que não condizem, deve reconhecer essa possibilidade e sentir vergonha diante dEle. “Sim, meus filhinhos, continuem unidos com Cristo, para podermos estar cheios de coragem no dia em que ele vier. Assim, não precisaremos ficar com vergonha e nos escondermos dele naquele dia”. Todos os salvos devem trabalhar hoje, tendo em vista este dia, o Tribunal de Cristo, para ser aprovado ao máximo possível.

O apóstolo Paulo, no fim da sua carreira, olhando para trás na sua vida de serviço a Cristo, não transmite remorso nem incerteza sobre o seu galardão que receberá no Tribunal de Cristo. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Timóteo 4:7,8).

Em Apocalipse 22:10-12, vemos que o Senhor há de recompensar os crentes no Tribunal de Cristo, até mesmo por sua vida fiel, santa e justa no seu dia a dia. Portanto, um irmão ou irmã que nunca subiu a uma plataforma para pregar receberá galardão pelo seu bom porte em Cristo; pelo seu testemunho fiel na igreja, na família, no trabalho, entre seus familiares, vizinhos e amigos. “Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Apocalipse 22:12). O “meu galardão está comigo” é uma maneira de indicar que a Sua vinda é a hora da avaliação das obras dos crentes, e também Ele está transmitindo: “Olha, sei das lutas aí em baixo, mas continue, porque Eu, vindo, será uma das primeiras coisas, a recompensa pelo trabalho feito”. “Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mateus 5:12).

O Novo Testamento fala de algumas coroas que os crentes receberão no Tribunal de Cristo:

1. A coroa da justiça para aqueles que amam a vinda do Senhor Jesus (2 Timóteo 4:7). É aquele crente que não se conforma e não se associa com este mundo, porque ama a vinda do Senhor Jesus.

2. A coroa da vida, que é a coroa do mártir (Apocalipse 2:10). Aqui a questão é que o Senhor está dizendo: “Não se preocupe em abrir mão da tua vida, se a causa for por mim, porque a vida eterna, na abundância de que tu vais provar, vai te indenizar totalmente”.

3. A incorruptível coroa da glória (1 Pedro 5:4). Esta é a coroa reservada para os anciãos das igrejas locais, e vão merecer mesmo, porque estes irmãos não têm vida fácil.

4. A coroa dos ganhadores de almas (1 Tessalonicenses 2:19,20).

5. A coroa incorruptível (1 Coríntios 9:25). Esta coroa é para o crente que manteve uma vida disciplinada em tudo devido ao seu testemunho e serviço público.


2 de Setembro

1ª Razão para estudarmos as Dispensações
              (Leituras: Efésios 1:7-12; 2:5-7).

Muitos cristãos não sabem que Deus estabeleceu uma série de dispensações, e mesmo entre aqueles que sabem desse fato, não dão muita importância e valor a esse assunto. Muitos pensam que não é importante entender as dispensações que Deus estabeleceu. Alguns chegam a dizer que o importante é conhecer as grandes doutrinas da Bíblia e praticar os mandamentos; porém, a verdade é que não podemos entender as doutrinas, nem praticar e obedecer aos mandamentos se não entendemos essas dispensações. É realmente necessário que cada um de nós tenha uma compreensão clara das dispensações que o Senhor estabeleceu.

Em primeiro lugar, se não entendemos essas dispensações, não podemos entender a Bíblia. Se esquecemos essas dispensações, a Bíblia será para nós um livro obscuro e confuso. Sendo assim, nossa doutrina será errada se não entendermos as dispensações.

Também podemos afirmar que, se não entendemos as dispensações, não saberemos com clareza, com exatidão, o que Deus quer que façamos. E se não sabemos o que Deus quer de nós, então não podemos obedecer. Neste caso, nossa prática e conduta serão erradas. Este é um assunto fundamental, porque, se não conhecemos as dispensações, não conheceremos as doutrinas e nem saberemos o que o Senhor está exigindo de nós.

Essas dispensações foram estabelecidas pelo Senhor com um propósito claro: para que pudéssemos ter uma compreensão da Sua vontade. Ao começar a ler a Palavra de Deus, logo descobrimos certas coisas que parecem difíceis de reconciliar. Por exemplo, no Antigo Testamento, Deus ordenou que se trouxesse um animal para oferecê-lo em sacrifício pelos pecados, e isso está por toda parte no Antigo Testamento. Em Levítico 4, são apresentados diversos casos desse tipo de sacrifício que eram necessários. Se um sacerdote pecasse, ele teria que trazer um novilho; logo fala-se do caso de um príncipe, e no caso dele seria um pouco diferente. Falando do povo em geral, a oferta diferiria da oferta do sacerdote e do príncipe. Alguns tinham que trazer novilhos, outros trariam cabras e ainda outros cordeiros, havendo uma diversidade de sacrifícios pelos pecados. Mas, em cada caso, Deus afirma que, oferecendo esses sacrifícios, o pecado do ofertante seria perdoado.

Tudo isso fica muito bem até chegarmos no Novo Testamento, por exemplo, em Hebreus 10:4, onde lemos que era impossível que o sangue dos touros e bodes tirasse o pecado. E logo pensamos: será que Deus mudou de ideia? Será que há uma contradição na Bíblia? Em Levítico, Deus mandou trazer um animal e Ele garantiu que, oferecendo aquele animal, o pecado seria perdoado, e agora Ele diz que isso é impossível, que não pode acontecer. Temos uma contradição em Deus e na Bíblia? Deus mudou de ideia ou Ele faz acepção de pessoas, estabelecendo uma lei para algumas pessoas e outra lei para outras pessoas?

É por isso que devemos entender as dispensações, porque, como veremos, não há contradição, Deus não mudou de ideia e Ele não faz acepção de pessoas, e há uma razão para tudo isso.