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Crê no Senhor Jesus Cristo!



Quando o carcereiro em Filipos, desesperado e sem esperança, disse a Paulo e Silas o que eu preciso fazer para ser salvo, a resposta deles foi clara e direta: Crê no Senhor Jesus Cristo, e serão salvos, tu e a tua casa (Atos 16:31). Essa resposta revela a simplicidade e a profundidade da mensagem do Evangelho. A salvação não é uma recompensa por boas obras ou méritos humanos, mas um dom de Deus, oferecido gratuitamente a todos que creem. Pela fé no Senhor Jesus, somos justificados diante de Deus e recebemos o perdão dos pecados, entrando numa nova vida — não por nossos esforços, mas pela graça de Deus que nos alcança. 

 

Capítulo 1: Por que Deus Criou o Homem com a Possibilidade de Pecar? 

Uma das perguntas que mais permeiam a mente humana é por que Deus, sendo soberano e onisciente, criou o homem com a possibilidade de pecar. A resposta para essa pergunta se encontra na compreensão do caráter de Deus e do plano que Ele está localizado para a humanidade. Não se trata de um equívoco ou de uma falha no desígnio divino, mas de uma expressão do Seu amor e propósito eterno. Vejamos isso em profundidade, com base nas Escrituras.

 Desde o início, na criação do homem, vemos que Deus criou Adão e Eva à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26-27). Esse ato de criação revela a intenção de Deus de ter um relacionamento pessoal e íntimo com a humanidade. Deus poderia ter criado robôs, seres incapazes de desobedecer, mas não o fez. A criação do homem à imagem de Deus inclui a capacidade de fazer escolhas morais — o livre arbítrio. Sem liberdade, não teria a possibilidade de expressar amor verdadeiro, aprovação ou fé. Deus, ao dar ao homem a capacidade de escolher, também o dotou da dignidade de ser responsável por suas escolhas.

 A árvore do conhecimento do bem e do mal, mencionada em Gênesis 2:16-17, é uma evidência direta da liberdade que Deus deu ao homem. Era uma escolha: obedecer ao comando de Deus e viver em comunhão com Ele ou desobedecer e sofrer as consequências. A presença dessa árvore no jardim do Éden é significativa porque mostra que Deus não força a obediência; Ele deseja que a fidelidade do homem seja uma escolha voluntária. Quando Adão e Eva pecaram, a desobediência trouxe a morte (Gênesis 3:6, Romanos 5:12), mas também abriu caminho para que o plano de redenção de Deus fosse revelado.

 Outra passagem significativa é Deuteronômio 30:19, onde Deus coloca diante de Israel a escolha entre a vida e a morte, a vitória e a maldição, e os convida a escolher a vida. Esse apelo é um exemplo claro do desejo de Deus de que a recomendação seja fruto de uma decisão pessoal. Ele não os obriga a seguir Seus mandamentos, mas os chama ao arrependimento e à fidelidade por meio do amor e da confiança nEle. Em toda a história de Israel, Deus demonstra Sua disposição em perdoar e restaurar, como vemos em 2 Crônicas 7:14, mostrando que, mesmo diante das falhas humanas, Seu propósito final é a reconciliação.

 No Novo Testamento, vemos que a vinda do Senhor Jesus ao mundo é a expressão máxima do plano de redenção de Deus. João 3:16 afirma que "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". Isso nos mostra que, mesmo com a possibilidade do pecado, Deus, em Seu infinito amor, prova um caminho para a salvação. A liberdade de escolher é acompanhada pela graça oferecida através de Jesus Cristo. Em Romanos 5:8, o apóstolo Paulo afirma que "Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores". Isso significa que, embora o homem tenha escolhido desobedecer, Deus tomou a iniciativa de oferecer redenção.

 Outro ponto a considerar é que a liberdade de escolha do homem e a possibilidade de pecar permitem a manifestação da justiça e da graça de Deus. Em Romanos 3:23-26, Paulo explica que todos os pecaram e estão destituídos da glória de Deus, mas que são justificados gratuitamente por Sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. A justiça de Deus é revelada ao punir o pecado, mas Sua graça é igualmente manifestada ao justificar o pecador que crê. Se o homem não tivesse a liberdade de escolher, nem a graça nem a justiça de Deus poderiam ser plenamente reveladas.

 Efésios 1:4-5 também nos ajuda a entender que a possibilidade de pecar está relacionada ao propósito eterno de Deus em trazer muitos filhos à glória. Paulo escreve que Deus nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Essa escolha reflete um plano maior que transcende o erro de Adão e Eva. A redenção em Cristo faz parte do plano eterno de Deus, e o livre arbítrio do homem é um componente essencial desse plano. A glória de Deus é magnificada não apenas em Sua santidade e justiça, mas também em Seu amor, que chama ao lamentar aqueles que se desviaram.

 Por fim, a liberdade dada ao homem e a possibilidade do pecado nos apontam para a esperança futura que Deus tem preparado. Em Apocalipse 21:4-5, lemos sobre o novo céu e a nova terra, onde Deus enxugará dos olhos toda lágrima e não haverá mais morte, nem pranto, nem dor. A redenção através de Cristo restaura o que estava perdido no Éden e traz uma esperança viva para aqueles que estão em Cristo. A jornada do homem, com suas falhas e redenção, é parte do desdobramento do plano eterno de Deus, que culminará em uma eternidade de plena comunhão com Ele.

 Assim, Deus criou o homem com a possibilidade de pecar não como um erro ou descoberto, mas como uma expressão de Seu amor e do Seu desejo de um relacionamento genuíno e voluntário. Ele nos deu a dignidade de escolher, e mesmo diante de nossas falhas, provou um caminho de volta através de Jesus Cristo. A possibilidade de pecar não é o fim da história, mas apenas o início de um plano maravilhoso de redenção que glorifica a justiça, o amor e a graça de Deus.

Josué Matos