Por que Cristo como é “o Autor e Consumador da fé”?
Hebreus 12:2 é frequentemente apreciado como referindo-se ao Senhor Jesus, que projetou e providenciou a salvação para nossas almas. Como Autor, Ele escreveu o plano e como Consumador, Ele o executou. Embora essa seja uma verdade sublime e emocionante, o contexto do livro e da passagem indicam que o Senhor Jesus é o Autor da vida pela fé e Aquele que o fez plenamente, mesmo que está vida de fé custasse a Sua morte.
O escritor de Hebreus apresenta a excelência incomparável do Senhor Jesus, contrastando-O com o que era altamente valorizado pelo povo hebreu.
O Senhor Jesus é superior aos profetas (Hebreus 1:1), anjos (Hebreus 1:4), Moisés (Hebreus 3:3-6), Josué (Hebreus 4:8) e Aarão e seu sacerdócio (Hebreus 5:10; 7:4- 10, 15-17) e Ele é o mediador de uma aliança melhor (Hebreus 7:22; 9:15) e o sacrifício final que supera todos os outros em sua qualidade e eficácia (Hebreus 9:13; 10:11-12).
Uma vez que o livro é um ponto a ponto de contrastes mostrando a majestade excelente do Filho de Deus e, portanto, Sua confiabilidade como o Messias, o escritor então se volta para a grandeza incomparável da vida de fé do Salvador.
Sob perseguição, muitos falsos professos estavam voltando ao judaísmo com seus rituais e símbolos.
Então, para encorajar os verdadeiros crentes, o escritor dirige sua atenção para a “grande nuvem de testemunhas” no capítulo 11.
Estes não são homens e mulheres testemunhando a vida dos crentes hoje, mas sim grandes exemplos na história hebraica daqueles que, respondendo à revelação divina, agiu “pela fé”. Então ele passa a mostrar que a fé do Senhor Jesus em Sua vida e morte excede a desses heróis judeus. Embora a consideração de seus feitos e fidelidade seja reconfortante e motivador, o escritor deseja que esses crentes estejam “olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa fé” (Hebreus 12:2-3).
Como Ele autorizou e concluiu a fé?
“O qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus.”
Ele então acrescenta: “Pois considerai aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis e desfaleçais em vosso entendimento” (Hebreus 12:3).
Em termos simples, ele aponta para a prova mais sombria que um homem já enfrentou, a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. Se Ele podia confiar em Deus na extrema provação da cruz, os crentes hebreus não poderiam confiar em Deus em suas perseguições e potencial martírio?
É vital notar que a palavra “nosso”, (Jesus autor da “nossa” fé em Hebreus 12:2, não faz parte dos melhores textos grego, o correto é: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé.”
A leitura do texto sem essa palavra leva à interpretação consistente tanto com o contexto do que vem antes quanto com o que vem depois.
Além disso, a palavra “autor” é usada apenas quatro vezes no Novo Testamento onde é traduzida como príncipe, capitão e autor.
Em Atos 3:15, o povo judeu “matou o Príncipe da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos”.
J.N. Darby traduz isso como “o originador da vida” e outras traduções o têm como “a fonte” e “o autor” da vida.
Pedro e os apóstolos dizem em Atos 5:31: “Deus o exaltou com a sua destra a Príncipe e Salvador”.
Aqui em Hebreus 12 não é a autoria, mas sim liderança em vista. O escritor de Hebreus usa a mesma palavra quando se refere ao Senhor Jesus como “o Capitão da salvação deles” (Hebreus 2:10).
Reunindo os dois pensamentos em Hebreus 12:2, o Senhor Jesus é o originador e o líder em viver pela fé.
Deus sempre quis que um homem vivesse em total dependência dEle em resposta à Sua palavra. Por fim, Ele recebeu aquele grande prazer Naquele que “terminou a vida de fé” na mais difícil e dolorosa das circunstâncias, na velha e rude cruz.
A palavra “consumador” é usada exclusivamente aqui, mas está claramente relacionada à palavra que o Senhor Jesus empregou na cruz quando declarou: “Está consumado” (João 19:30).
Ali Ele terminou, de uma forma completa e perfeitamente a obra da redenção.
Da mesma forma, Ele viveu e morreu pela fé cumprindo o próprio desígnio de Deus para a humanidade.
Que Deus nos ajude a não deixar o pecado tão facilmente nos assediar, mas, em vez disso, estar “olhando para Jesus” e “considerando-o” enquanto corremos a maratona da vida cristã pela fé.