O Bom Samaritano
 
1. A questão: que devo fazer? Lc 10:25-29 
2. O Bom Samaritano: v. 30-37
 
Explicação e ensinamentos: 
Um doutor da lei perguntou, com segundas intenções, quais seriam as condições para que se tornasse participante da vida eterna (faça uma comparação com o caso do príncipe, em Lucas 18:18). A posse da vida, mesmo que não seja da "vida eterna", embora fosse uma vida sem fim, tinha sido assegurada ao judeu, caso ele obedecesse à lei do Sinai (Lv 18:5). Mas em decorrência da queda do homem no pecado, não havia possibilidade de obediência àquela lei, sendo a morte o salário do pecado, e a vida eterna, o dom gratuito de Deus (Rm 6:23). 
A resposta do doutor da lei foi bastante acertada (uma composição de Dt 6:5 e Lv 19: 18). O cumprimento da lei é um amor íntegro a Deus e amar ao próximo como a si mesmo. O que acontece é que o homem pensa poder contentar a Deus por exercícios exteriores. Porém, é fácil deduzir, a partir da vida cotidiana do homem, que ele não ama o próximo como a si mesmo, visto que é egoísta. A consciência do doutor da lei dá-se conta disso, motivo pelo qual ele pergunta: E quem é o meu próximo? 
O Senhor mostrou, pela parábola que segue, que ao doutor da lei faltava ainda o principal: o amor. A lei exigia o amor, mas a graça o dá (Rm 8:3-4; *5:5). Além disso, os sacerdotes e levitas, segundo a lei, não deviam se aproximar de um moribundo. Nem os sacrifícios (que falam do sacerdote), nem a lei e as purificações (que falam do levita) podiam dar a nova natureza ao espiritualmente morto. Só o Senhor é capaz de fazer isso; Ele, que amava a Deus de todo o coração e ao próximo como a Si mesmo, e até mais do que a Si mesmo, pois chegou 'a dar a sua vida pejo próximo. O bom Samaritano não perguntou: 
"Quem é o meu próximo?" O amor no seu coração faz que seja ele o próximo de todo o necessitado. 
Essa parábola é também uma representação da remissão e salvação de todo o homem. 
"Um certo homem" descia de Jerusalém (a morada de Deus e cidade das bênçãos). Esse trajeto era muito perigoso: Solitário, deserto, lugar rico em esconderijos para assaltantes; da mesma forma o pescador, do paraíso, lugar de bênçãos, se distanciou de Deus e desceu ao encontro da perdição. Por Satanás, o "homicida" conforme se vê em Jo 8:44, o homem é levado à miséria e ruína, segundo alma e corpo, a ponto de ficar indefeso, sim, "meio morto". Conforme Ef 2:1 até "totalmente morto". Quem socorre o pecador? Nem sacrifícios, nem a lei, mas somente o Senhor, o "Verdadeiro Samaritano" que veio do céu para morrer pelos perdidos. 
[Do sacerdote, lemos que ele descia "ocasionalmente" pelo caminho; do mesmo modo, o levita. Assim também a lei veio como que "por acaso"; primitivamente não havia a intenção e o decreto de estabelecer a lei (Rm 5:20). O Samaritano, que é o Senhor Jesus (que aliás foi insultado com esta designação "Samaritano" - Jo 8:48), não veio "ocasionalmente", mas conforme decreto eterno 1 Pe 1:20; Hb 10:7)]. 
Depois que o pecador encontra salvação e paz, o Senhor o leva para a hospedaria, isto é, para a comunhão dos filhos de Deus, para que ai ele receba os cuidados necessários, até que o Senhor volte (v.35; Jo 14:3). Posteriormente, o Senhor há de recompensar qualquer fidelidade e cuidado que lhe forem dedicados (2 Ts 2:19; Ap 22:12). 
O Senhor deseja que nós sejamos semelhantes ao "Bom Samaritano; e que sacrifiquemos em favor do próximo o nosso tempo, conforto, dinheiro e força e até, caso se faça necessário, a própria vida (*1 Co 10:24; Tg 2:8; 1 Jo 3:14 e 16; *Rm 13:8-10). 
Por natureza, somos semelhantes ao que caiu nas mãos dos salteadores, mas, depois de convertidos, devemos ser semelhantes ao "Bom Samaritano".  
 
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