38) Debates a Respeito da Santificação do Sábado 
 
1. Os Discípulos colhem espigas: Mt 12:1-8 (Mc 2:23-28) 
2. A cura do homem com a mão mirrada: v.9-13 (Mc 3:1-6). 
 
Explicação e ensinamentos: 
Estes dois trechos falam de obras da necessidade (saciar a fome: v.8) e de obras de misericórdia (cura do enfermo: v.9-13): 
 
1. Obra da necessidade: O Senhor havia pregado e servido muito. Grandes multidões seguiam a Ele e aos discípulos quando, então, muitas vezes não havia tempo para preparar alimentos (Marcos 3:20). Colher espigas era permitido aos famintos, no oriente. Os fariseus murmuraram, por terem feito isto no sábado. O Senhor, em resposta às murmurações deles, faz referência: 
  • A Davi, o mais benquisto rei de Israel, e ao que este fez na sua aflição (1 Sm 21 :6); 
  • À necessidade de os sacerdotes trabalharem nos sábados (Nm 28:9). Se, pois, os sacerdotes tiveram de trabalhar no templo aos sábados, os discípulos também o podiam, porque alguém que era maior do que o templo, estava aqui. Jeová (Jesus), o Senhor do templo, estava presente (v.6). Ele, como filho do homem, era também "o Senhor do sábado" (v.8). Além disso, se eles condenavam os famintos, onde ficava a misericórdia que, segundo os profetas (Oseias 6:6) é tão agradável perante Deus (v.7)? 
 
2. Obras de misericórdia deviam, também, ser feitas aos sábados. Assim, pois, o Senhor cura no sábado um enfermo, contra a vontade dos judeus (Mt 12:10) (compare o doente, no tanque de Betesda: Jo 5 e o cego de nascença: Jo 9). Não curar ou não salvar o doente, no sábado, poderia, eventualmente, ter significado de homicídio (Mc 3:4; Tiago 4:17). 
 
O que era, pois, o sábado, na acepção de Deus? 
  • O Sinal do descanso de Deus, após a sua obra da criação. Ou, o selo do agrado de Deus, naquilo que tinha feito: Gn 1:31; 2:1-3; Êxodo 20:11. 
  • O Sinal da aliança de Deus com Israel e da separação de Israel dos demais povos: Êxodo 31,13-14; Dt 5:15; Ezequiel 20:20. 
Como testemunho do repouso de Deus; porém, e como selo da perfeição da obra da criação, o sábado não tinha mais sentido, porquanto era perfeita, mas corrompida. Deus não mais tinha descanso, face à miséria no mundo. Foi por isso que o Senhor disse aos judeus, que o censuravam devido ao milagre feito num sábado: "meu pai trabalha até agora, e eu trabalho". E disse mais: "Convém que eu faça as obras daquele que me enviou...” (Jo 5:16-17 e 9:4,14). 
Mesmo como mandamento de Deus no sinal, e como sinal de aliança com Israel, o sábado não podia ser um impedimento para Jesus de fazer a obra de Deus. Israel havia quebrantado a lei e a aliança, mas mesmo assim os escribas, por meio de preceitos e estatutos próprios, tornavam o sábado num fardo para o povo. Eles procuravam descanso em coisa exterior, sem nenhum valor. - Para Jesus, porém, este sábado, que uma vez fora uma figura do repouso de Deus e do repouso eterno (Hb 4: 9), era agora um dia de atividade. Só o que realmente tornou possível um verdadeiro descanso foi a Sua morte na cruz. Neste repouso ou descanso Deus há de introduzir todos os redimidos para sempre. 
 
O domingo, pois, ou o "primeiro dia da semana", não é uma continuação do sábado dos judeus, que era e devia continuar sendo o último dia da semana. O domingo é, antes, o dia comemorativo da ressurreição do Senhor; pela sua ressurreição Jesus demonstrou ser o vencedor sobre morte, pecado, condenação, Mundo e Satanás. Foi nesse dia que ele mandou pela primeira vez chamar os seus discípulos de "irmãos", e os introduziu ao novo relacionamento de filhos de Deus ("meu Pai, vosso Pai; meu Deus, vosso Deus"). Também foi nesse dia que ele lhes anunciou a paz que conquistara (Jo 20:1,17,26). Foi no primeiro dia da semana que o Senhor apareceu aos seus, que estavam reunidos (Jo 20:19, 26). Foi, igualmente, no primeiro dia da semana que o Espírito Santo desceu - cinquenta dias após a ressurreição - (Atos 2:1). Por isso os primeiros Cristãos se reuniam no primeiro dia da semana (compare por exemplo: Atos 20:7; 1 Co 16: 1-2) o qual passou a ser chamado: "Dia do Senhor: (Ap 1:10). Paulo advertiu os crentes a se acautelarem dos falsos doutrinadores, que pretendiam obrigá-los a guardar o sábado (Cl 2: 16). O cristão comemora de coração grato" o primeiro dia da Semana", desembaraçado de quaisquer atividades, como sendo "o dia do Senhor". Ele consagra esse dia ao Senhor e à sua Palavra e obra, para o bem e para a bênção sua e a dos outros.] 
 
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