26/12/2015 09:32
Ao abordarmos este assunto tão glorioso,
sentimos que não há nada melhor do que
apresentar ao leitor o claro testemunho
das Sagradas Escrituras, no que diz
respeito ao fato em sua amplitude, de que
nosso Senhor Jesus Cristo voltará — de
que Ele deixará o lugar que agora ocupa
no trono de Seu Pai e virá nas nuvens do
céu, para receber Seu povo para Si, para
executar juízo sobre o ímpio e estabelecer
Seu reino universal e eterno.
Este fato está clara e completamente
estabelecido no Novo Testamento, do
mesmo modo como os outros dois fatos
aos quais já nos referimos. É verdade que
o Filho de Deus virá do céu, assim como
também é verdade que Ele foi para o céu,
ou que o Espírito Santo continua neste
mundo. Se admitirmos um fato, devemos
admitir todos; se negarmos um, devemos
negar todos, uma vez que tudo se apoia
exatamente na mesma autoridade. Juntos
eles permanecem ou juntos eles caem. É
verdade que o Filho de Deus foi
rejeitado, expulso e crucificado? É
verdade que Ele foi para o céu? É
verdade que Ele agora está sentado à
destra de Deus, coroado de honra e
glória? É verdade que o Espírito Santo de
Deus desceu a este mundo cinquenta dias
após a ressurreição de nosso Senhor e que
Ele continua aqui?
Todas estas coisas são verdadeiras? Tão
verdadeiras quanto as Escrituras podem
torná-las. Portanto, é igualmente verdade
que nosso bendito Senhor voltará outra
vez e estabelecerá Seu reino neste mundo,
que Ele irá — literal, real e pessoalmente
— descer do céu, tomar posse de Seu
grande poderio e do reino que vai de um
polo ao outro, "desde o rio do Egito" aos
confins da terra.
Talvez possa parecer estranho para alguns
de nossos leitores considerarmos
necessário levantar as provas de uma
verdade tão clara como esta, mas é bom
lembrar que estamos escrevendo como se
o assunto fosse totalmente inédito para o
leitor, como se ele nunca tivesse ouvido
falar de algo parecido com a segunda
vinda do Senhor, ou como se, tendo
ouvido falar, continuasse a colocar isto
em dúvida. Este é o motivo de tratarmos
deste tema tão precioso de um modo tão
elementar.
Agora vamos às nossas provas.
Quando nosso adorável Senhor estava
prestes a deixar Seus discípulos, em Sua
infinita graça Ele procurou consolar o
coração pesaroso deles com palavras da
mais doce ternura. "Não se turbe o vosso
coração; credes em Deus, crede também
em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas
moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo
teria dito. Vou preparar-vos lugar. E
quando Eu for, e vos preparar lugar, virei
outra vez, e vos levarei para Mim mesmo,
para que onde Eu estiver estejais vós
também". (Jo 14:1-3).
Encontramos aqui algo bem definido. Na
verdade não está apenas bem definido,
como é também motivo de ânimo e
consolo. "Virei outra vez". Ele não diz
"mandarei alguém buscar vocês". Muito
menos Ele diz que "vocês virão Me
encontrar quando morrerem". Ele não
diz algo parecido. Enviar um anjo ou
uma legião de anjos não seria a mesma
coisa que Ele vir pessoalmente. Não há
dúvida de que seria muito gentil de Sua
parte, e muito glorioso para nós, se uma
multidão dentre as hostes celestiais fosse
enviada, com cavalos e carruagens de
fogo, para nos transportar triunfantes
para o céu. Mas isto não seria o
cumprimento da doce promessa que Ele
mesmo fez, e certamente Ele cumprirá o
que prometeu. Ele não diria uma coisa
para depois fazer outra. Ele não pode
mentir ou alterar Sua Palavra. E não
apenas isto, mas algo como enviar um
anjo ou uma hoste de anjos para nos
buscar não iria satisfazer o amor que Ele
traz em Seu coração.
Que tocante a graça que fulgura em tudo
isso! Se eu estiver esperando por um
amigo importante e muito querido que
deve chegar de trem, não ficarei satisfeito
em mandar um funcionário ou um táxi
para encontrá-lo; devo ir eu mesmo. É
precisamente isto que nosso Senhor quer
fazer. Ele foi para o céu, e Sua entrada ali
prepara e define o lugar do Seu povo.
Não haveria lugar para nós em meio às
muitas mansões na casa do Pai se nosso
Jesus não tivesse ido na frente; e então,
para que não existisse no coração
qualquer sentimento de estranheza de
pensar em nossa entrada naquele lugar,
Ele diz, com tamanha doçura: "Virei
outra vez, e vos levarei para Mim mesmo,
para que onde Eu estiver estejais vós
também". Nada menos do que isto pode
cumprir a graciosa promessa feita por
nosso Senhor, ou satisfazer o amor que
Ele traz no coração.
E é bom que se observe cuidadosamente
que esta promessa nada tem a ver com a
morte do crente individualmente. Quem
poderia imaginar que, ao dizer "virei
outra vez", o Senhor realmente quisesse
dizer que deveríamos ir a Ele por meio da
morte? Como presumir que podemos ter
tal liberdade para interpretar de outro
modo as palavras claras e preciosas de
nosso Senhor? O certo é que, se Ele
quisesse dizer que iríamos nos encontrar
com Ele por meio da morte, poderia e
teria dito isto. Mas não disse, pois não foi
o que quis dizer; tampouco é possível que
falasse uma coisa querendo dizer outra.
Sua vinda para nós, e nossa ida para Ele,
são coisas totalmente diferentes, e por se
tratar de ideias diferentes, elas teriam sido
apresentadas em linguagem diferente.
Assim, por exemplo, no caso do ladrão
arrependido na cruz, nosso Senhor não
fala de vir buscá-lo, mas diz: "Hoje
estarás comigo no Paraíso". É preciso que
nos lembremos de que as Escrituras são
tão divinamente definitivas quanto
inspiradas, e por esta razão nunca
deveríamos confundir duas coisas que são
tão diferentes quanto a vinda do Senhor e
o adormecer do cristão.
Talvez aqui seja bom assinalar que não
existem mais do que quatro passagens em
todo o Novo Testamento se referindo à
questão do cristão passando pela morte.
A primeira é aquela em Lucas 23, já
mencionada: "Hoje estarás comigo no
Paraíso". A segunda ocorre em Atos 7:
"Senhor Jesus, recebe o meu espírito". A
terceira é aquela expressão familiar e
encantadora de 2 Coríntios 5, "deixar este
corpo, para habitar com o Senhor". A
quarta ocorre no fascinante primeiro
capítulo da epístola aos Filipenses, "tendo
desejo de partir, e estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor".
Estas passagens tão preciosas compõem a
totalidade de testemunhos nas Escrituras
sobre a interessante questão da condição
pós-morte. Há uma passagem em
Apocalipse 14 que costuma ser
erroneamente aplicada a este assunto:
"Bem-aventurados os mortos que desde
agora morrem no Senhor. Sim, diz o
Espírito, para que descansem dos seus
trabalhos, e as suas obras os seguem".
Mas isto não tem relação com os cristãos
hoje, embora não haja dúvida de que
todos os que morrem no Senhor sejam
bem-aventurados e suas obras os sigam.
Todavia, a referência é para um tempo
ainda futuro, quando a Igreja já tiver
deixado esta cena por completo, e outras
testemunhas se apresentarem. Em suma,
Apocalipse 14:13 refere-se aos tempos
apocalípticos e deve ser visto desta forma
se quisermos evitar confusão.
Devemos agora voltar ao nosso assunto e
seguir com nossas provas e, ao fazê-lo,
gostaríamos de pedir ao leitor que abra
no primeiro capítulo de Atos dos
Apóstolos. O bendito Senhor tinha
acabado de subir deste mundo diante de
Seus santos apóstolos. "E, estando com
os olhos fitos no céu, enquanto Ele subia,
eis que junto deles se puseram dois
homens vestidos de branco. Os quais lhes
disseram: Homens galileus, por que estais
olhando para o céu? Esse Jesus, que
dentre vós foi recebido em cima no céu,
há de vir assim como para o céu O vistes
ir" (At 1:10 e 11).
Isto é profundamente interessante e
fornece uma prova das mais marcantes de
nossa tese atual. Na verdade, é impossível
ficar imune à sua força. Oh, quem
poderia ou desejaria evitá-la? A forma
como a testemunha angelical fala para os
homens da Galileia poderia até ser
considerada tautologia, mas, como bem
sabemos, não existe e nem pode existir
algo assim no volume de Deus. Portanto,
o que vemos neste testemunho é algo
encantador em sua abrangência e divino
em sua plenitude. Dele aprendemos que o
mesmo Jesus, que deixou este mundo e
subiu ao céu na presença de diversas
testemunhas, deverá voltar da mesma
maneira como eles O viram subir ao céu.
Como Ele subiu? Subiu pessoalmente,
literalmente, realmente, a mesma Pessoa
que tinha acabado de conversar com eles
com tanta familiaridade — a mesma
Pessoa que eles viram com seus próprios
olhos, ouviram com seus ouvidos,
tocaram com suas mãos — que comera
na presença deles e, "depois de ter
padecido, Se apresentou vivo, com muitas
e infalíveis provas". Bem, então Ele "há
de vir assim como para o céu O vistes ir".
Aquele que com mãos levantadas,
Subiu de um mundo tão cruel,
Voltará com bênçãos reservadas,
Pra nos levar daqui ao céu.
E neste ponto podemos perguntar, já
prevendo algo que poderá vir a ser
publicado futuramente: Quem viu o
bendito Senhor subir? O mundo? Não,
nenhum inconverso, nenhum incrédulo
jamais teve diante de seus olhos nosso
precioso Senhor depois daquele momento
quando foi colocado no túmulo. A última
visão que o mundo teve de Jesus foi
pendurado na cruz, um espetáculo para
anjos, homens e demônios. Da próxima
vez Ele será visto, assim como acontece
com o relâmpago, vindo para executar
juízo e pisar, em terrível vingança, o lagar
da ira do Deus Todo-poderoso. Que
pensamento tremendo!
Portanto ninguém, exceto os que são
Seus, viu o Salvador subir, do mesmo
modo como apenas os Seus, e ninguém
mais, O viram a partir do momento de
Sua ressurreição. Ele Se revelou —
bendito seja o Seu santo nome! —
àqueles que eram queridos ao Seu
coração. Ele confirmou e confortou,
fortaleceu e encorajou suas almas por
meio dessas "muitas e infalíveis provas"
das quais o narrador inspirado nos fala.
Ele os levou até os confins do mundo
invisível, o mais longe que os homens
poderiam ir ainda no corpo, e ali permitiu
que O vissem subindo ao céu e, enquanto
contemplavam aquela cena gloriosa, Ele
colocou o precioso testemunho bem em
seus corações. "Esse Jesus" — o mesmo,
não outro, não um estranho, mas o
mesmo amoroso, compassivo, gracioso,
imutável amigo — "que dentre vós foi
recebido em cima no céu, há de vir assim
como para o céu O vistes ir".
Será que um testemunho poderia ser mais
claro ou satisfatório? Poderia a prova ser
mais evidente ou conclusiva? Como pode
qualquer contra-argumento se sustentar
ou ser levantada qualquer objeção? Ou
aqueles dois homens em vestes brancas
eram testemunhas falsas, ou nosso Jesus
voltará exatamente do modo como partiu.
Não há meio-termo entre estas duas
conclusões. Lemos nas Escrituras que
"pela boca de duas ou três testemunhas
toda a palavra seja confirmada", portanto
pela boca de dois mensageiros celestiais
— dois arautos vindos da região de luz e
verdade — temos a firme palavra de que
nosso Senhor Jesus Cristo voltará em Sua
forma corpórea atual, para ser visto antes
de todos pelos Seus, à parte de todos os
outros, na santa intimidade e profundo
recato que caracterizou Sua partida deste
mundo. Tudo isso, bendito seja Deus,
está incluído nestas duas pequenas
palavras: "assim como".
Não podemos tentar, em um texto breve
como este, apresentar todas as provas que
podem ser encontradas nas páginas do
Novo Testamento. Apresentamos uma
dos Evangelhos e uma de Atos, e agora
gostaríamos de pedir ao leitor que abrisse
conosco as Epístolas. Vamos tomar como
exemplo a Primeira Epístola aos
Tessalonicenses. Escolhemos esta
Epístola porque é reconhecida como a
mais antiga dentre os escritos de Paulo, e
também porque foi escrita para um grupo
de convertidos muito novos. Esta última
observação é importante, já que às vezes
ouvimos afirmações de que a verdade da
vinda do Senhor não deve ser apresentada
a novos convertidos. Fica evidente que o
apóstolo Paulo não a considerava
imprópria para novos convertidos pelo
fato de que, dentre todas as epístolas que
escreveu, nenhuma fala tanto da vinda do
Senhor quanto a que foi escrita para os
recém-convertidos tessalonicenses. A
verdade é que, quando uma alma é
convertida e exposta à plena luz e
liberdade do evangelho de Cristo, é
divinamente natural que ela aguarde a
vinda do Senhor. Esta verdade tão
preciosa é parte integral do evangelho. A
primeira vinda e a segunda vinda estão
ligadas da forma mais bendita pelo elo
divino da presença pessoal do Espírito
Santo na Igreja.
Por outro lado, onde quer que a alma não
esteja fundamentada na graça, onde quer
que paz e liberdade não estejam sendo
desfrutadas e onde um evangelho
incompleto tiver sido apresentado, se
descobrirá que a esperança da vinda do
Senhor não é tratada com carinho, pelo
simples motivo de que a alma estará, por
necessidade, ocupada com a questão de
sua própria condição e seus objetivos. Se
eu não tenho a certeza de minha salvação
— se não sei que tenho vida eterna, que
sou filho de Deus — não posso estar
esperando pela volta do Senhor. É só
quando conhecemos o que Jesus fez por
nós em Sua primeira vinda que podemos
buscar, com uma santa e viva inteligência,
pela Sua segunda vinda.
Mas vamos abrir em nossa Epístola. Leia
as seguintes sentenças do primeiro
capítulo: "Porque o nosso evangelho não
foi a vós somente em palavras, mas
também em poder, e no Espírito Santo, e
em muita certeza... De maneira que fostes
exemplo para todos os fiéis na Macedônia
e Acaia. Porque por vós soou a palavra
do Senhor, não somente na Macedônia e
Acaia, mas também em todos os lugares a
vossa fé para com Deus se espalhou, de
tal maneira que já dela não temos
necessidade de falar coisa alguma; Porque
eles mesmos anunciam de nós qual a
entrada que tivemos para convosco, e
como dos ídolos vos convertestes a Deus,
para servir o Deus vivo e verdadeiro, e
esperar dos céus a Seu Filho, a quem
ressuscitou dentre os mortos, a saber,
Jesus, que nos livra da ira futura" (1 Ts
1:5-10).
Temos aqui uma bela ilustração do efeito
de um evangelho completamente claro,
recebido com uma fé simples e sincera.
Eles se converteram dos ídolos para
servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar
pelo Seu Filho. Estavam realmente
convertidos à bendita esperança da vinda
do Senhor. Aquela era uma parte integral
do evangelho que Paulo pregava, e uma
parte integral da fé deles. Era real a
conversão dos ídolos? Sem dúvida. Era
uma realidade servir o Deus vivo?
Indubitavelmente. Bem, então era
igualmente tão real, tão positivo, tão
simples que esperassem pelo Filho de
Deus vindo do céu. Se questionarmos a
realidade de uma coisa, seremos
obrigados a questionar a realidade de
todas, já que todas estão ligadas e formam
um belo conjunto da verdade cristã na
prática. Se você perguntasse a um cristão
tessalonicense o quê ele esperava, qual
teria sido sua resposta? Será que teria
respondido, "estou esperando que o
mundo melhore por meio do evangelho
que eu próprio recebi" ou "estou
esperando pelo momento de minha morte
quando irei me encontrar com Jesus"?
Não. Sua resposta teria sido simplesmente
esta: "Estou esperando pelo Filho de
Deus vindo do céu".
Esta, e nenhuma outra, é a esperança
adequada ao cristão, a esperança
adequada à Igreja. Esperar pela melhoria
do mundo não é esperança cristã alguma.
Se fosse, você poderia igualmente esperar
pela melhoria da carne, pois há tanta
esperança para a carne como para o
mundo. E quanto à questão da morte —
que sem dúvida pode ocorrer — ela não é
apresentada sequer uma vez como a
verdadeira esperança adequada ao cristão.
E pode-se afirmar, com toda confiança,
que não existe sequer uma passagem em
todo o Novo Testamento na qual a morte
seja citada como a esperança do crente.
Por outro lado, a esperança da vinda do
Senhor está ligada, da forma mais íntima,
a todas as preocupações, questões e
relacionamentos da vida, conforme vemos
na epístola que temos diante de nós.
Assim, ao procurar fazer referência à
interessante questão de sua própria
ligação pessoal com os amados santos em
Tessalônica, o apóstolo diz: "Porque, qual
é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de
glória? Porventura não o sois vós também
diante de nosso Senhor Jesus Cristo em
Sua vinda? Na verdade vós sois a nossa
glória e gozo".
Mais uma vez, ao pensar em seu
progresso em santidade e amor, ele
acrescenta, "E o Senhor vos aumente, e
faça crescer em amor uns para com os
outros, e para com todos, como também
o fazemos para convosco; para confirmar
os vossos corações, para que sejais
irrepreensíveis em santidade diante de
nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo com todos os Seus santos" (1
Ts 3:12-13).
Finalmente, ao querer confortar o
coração de seus irmãos acerca dos que já
dormiam, como o apóstolo faz? Acaso ele
lhes diz que em breve eles deviam seguilos?
Não, isso teria sido bem adequado
para os tempos do Antigo Testamento,
como diz Davi acerca de sua criança que
tinha partido: "Eu irei a ela, porém ela
não voltará para mim" (2 Sm 12:23).
Todavia não é assim que o Espírito Santo
nos instrui em 1 Tessalonicenses, muito
pelo contrário. "Não quero, porém,
irmãos", diz ele, "que sejais ignorantes
acerca dos que já dormem, para que não
vos entristeçais, como os demais, que não
têm esperança. Porque, se cremos que
Jesus morreu e ressuscitou, assim também
aos que em Jesus dormem, Deus os
tornará a trazer com Ele. Dizemo-vos,
pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós,
os que ficarmos vivos para a vinda do
Senhor, não precederemos os que
dormem. Porque o mesmo Senhor
descerá do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os
que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro. Depois nós, os que ficarmos
vivos, seremos arrebatados juntamente
com eles nas nuvens, a encontrar o
Senhor nos ares, e assim estaremos
sempre com o Senhor. Portanto, consolaivos
uns aos outros com estas palavras" (1
Ts 4:13-18).
É praticamente impossível algo ser mais
simples, direto e conclusivo do que isto.
Os cristãos tessalonicenses, como já
assinalamos, se converteram na esperança
da volta do Senhor. Foram ensinados a
buscar por isso diariamente. Crer que Ele
voltaria era algo tão integrado ao seu
cristianismo quanto crer que Ele veio e
partiu. Por isso eles foram pegos de
surpresa quando alguns foram levados a
passar pela morte; eles não esperavam por
isso e temiam que os que tinham partido
pudessem perder o gozo daquele
momento tão bem-aventurado e
aguardado que era a volta do Senhor.
Portanto o apóstolo escreve para corrigir
o equívoco e, ao fazê-lo, derrama sobre o
tema uma fresca torrente de luz,
assegurando-lhes que os mortos em
Cristo — o que inclui todos que
dormiram ou dormirão, em suma, aqueles
dos tempos do Antigo Testamento, bem
como aqueles do Novo Testamento —
ressuscitarão primeiro, isto é, antes que os
vivos sejam transformados, e todos
subirão juntos para encontrar seu Senhor
que desce.
Teremos oportunidade de voltar a esta
notável passagem, quando tratarmos de
outros aspectos deste glorioso assunto.
Nós tão somente a citamos aqui como
uma das quase inumeráveis provas de que
nosso Senhor voltará — pessoal, real e
verdadeiramente — e que Sua vinda
pessoal é a verdadeira e adequada
esperança da Igreja de Deus,
coletivamente, e do crente,
individualmente.
Devemos encerrar esta porção lembrando
o leitor cristão de que ele jamais poderá
se sentar à mesa de seu Senhor sem ser
lembrado desta gloriosa esperança,
considerando as palavras que brilham nas
páginas inspiradas: "Porque todas as
vezes que comerdes este pão e beberdes
este cálice anunciais a morte do Senhor,
até..." quando? Até você morrer? Não,
mas "até que venha" (1 Co 11:26). Quão
precioso é isto! A mesa do Senhor
permanece entre essas duas maravilhosas
épocas, a cruz e o advento — a morte e a
glória. O crente pode elevar os olhos
acima da mesa e ver os raios de glória
iluminando o horizonte. É nosso
privilégio, ao nos reunirmos a cada dia do
Senhor em torno da mesa do Senhor para
anunciar Sua morte, podermos dizer:
"Talvez esta seja a última oportunidade
de celebrar esta preciosa festa. Ele poderá
voltar antes que outro dia do Senhor
amanheça sobre nós". Mais uma vez
dizemos: Quão precioso é isto!