26/12/2015 09:33
O leitor atento do Novo Testamento
encontrará em suas páginas três fatos
solenes e significativos colocados diante
de si. O primeiro, que o Filho de Deus
veio a este mundo e Se foi; o segundo,
que o Espírito Santo desceu à terra e
permanece aqui; e, o terceiro, que o
Senhor Jesus voltará.
Estes são os três grandes temas
descortinados nas Escrituras do Novo
Testamento, e vamos descobrir que cada
um deles tem uma dupla aplicação: uma
diz respeito ao mundo e outra à Igreja.
Ao mundo de uma forma geral, e em
particular a cada homem, mulher e
criança não convertidos; à Igreja, de uma
forma geral, e a cada membro
individualmente. É impossível alguém se
esquivar do significado destes três
grandes fatos naquilo que diz respeito à
sua própria condição pessoal e ao seu
destino eterno.
É importante notar que não estamos
falando de doutrinas — embora não haja
dúvida de que existam doutrinas — mas
de fatos; fatos apresentados da maneira
mais simples possível pelos vários
escritores inspirados usados para
apresentá-los. Não existe qualquer
intenção de adorná-los ou alterá-los. Os
fatos falam por si próprios; estão
registrados e deixados ali para produzir
seu peculiar e poderoso efeito na alma.
1. Antes de tudo, vamos analisar o fato do
Filho de Deus ter vindo a este mundo.
"Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o Seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nEle crê não
pereça, mas tenha a vida eterna". "O
Filho de Deus é vindo". Ele veio em
perfeito amor, como a exata expressão do
coração e propósito de Deus, de Sua
natureza e caráter. Era o resplendor da
glória de Deus, a expressa imagem da Sua
Pessoa e, mesmo assim, modesto,
humilde, bondoso e sociável. Era Alguém
que podia ser visto dia após dia
caminhando pelas ruas, indo de casa em
casa, bom e afável para com todos,
acessível aos mais pobres e tomando
criancinhas em Seus braços da forma mais
terna, gentil e cativante. Era visto
enxugando as lágrimas da viúva,
consolando o coração contrito e abatido,
saciando o faminto, curando o enfermo,
purificando o pobre leproso, atendendo a
toda sorte de necessidade e sofrimento
humano, a serviço de todos os que
necessitavam de auxílio e compaixão. Ele
"andou fazendo o bem", foi o incansável
servo das necessidades humanas. Ele
jamais pensou em Si mesmo, ou buscou
Seus próprios interesses no que quer que
fosse; Ele viveu para os outros. Sua
comida e bebida eram fazer a vontade de
Deus, e satisfazer os corações cansados e
sobrecarregados dos filhos e filhas dos
homens. Seu amável coração sempre fluiu
em mananciais de bênçãos para todos os
que sentissem a pressão deste mundo
triste e contaminado pelo pecado.
Temos aqui, portanto, o maravilhoso fato
diante de nossos olhos. Este mundo foi
percorrido por aquela bendita Pessoa da
qual falamos — este mundo recebeu a
visita do Filho de Deus, o Criador e
Mantenedor do Universo, o humilde,
despojado, amoroso e benigno Filho do
Homem, Jesus de Nazaré, Deus sobre
tudo e eternamente bendito e, ao mesmo
tempo, um Homem absolutamente
perfeito, santo e incontaminado. Ele veio
em amor para com os homens, veio a este
mundo como a expressão do perfeito
amor para com aqueles que tinham
pecado contra Deus e não mereciam coisa
alguma além da perdição eterna por causa
de seus pecados. Ele não veio para
esmagar, mas para curar; não veio para
julgar, mas para salvar e abençoar.
O que aconteceu a esse bendito Jesus?
Como o mundo O tratou? O mundo O
expulsou! Não O quis! Preferiu um ladrão
e homicida em lugar desse Homem santo,
bondoso e perfeito. O mundo recebeu o
que pediu. Jesus e um ladrão foram
colocados diante do mundo e a pergunta
foi feita: "Qual desses dois quereis vós?".
Qual foi a resposta? "Barrabás". "Os
príncipes dos sacerdotes e os anciãos
persuadiram à multidão que pedisse
Barrabás e matasse Jesus. E, respondendo
o presidente, disse-lhes: Qual desses dois
quereis vós que eu solte? E eles disseram:
Barrabás" (Mt 27:20-21). Os líderes e
guias religiosos do povo — os homens
que deveriam guiá-los pelo caminho
direito — persuadiram a multidão pobre
e ignorante a rejeitar o Filho de Deus e
aceitar um ladrão e homicida em Seu
lugar!
Leitor lembre-se de que você está em um
mundo que é culpado deste terrível ato. E
não só isso, mas a menos que você se
arrependa e creia verdadeiramente no
Senhor Jesus Cristo, você é parte e
porção deste mundo, e está sob toda a
culpa que decorre daquele ato. Isto é por
demais solene. O mundo todo é culpado
de deliberada rejeição e assassinato do
Filho de Deus. Para isso temos o
testemunho de pelo menos quatro
testemunhas inspiradas. Mateus, Marcos,
Lucas e João, todos eles registram que o
mundo todo — judeus e gentios, reis e
governantes, sacerdotes e o povo — todas
as classes, seitas e partidos, concordaram
em crucificar o Filho de Deus. Todos
concordaram em assassinar o único
homem perfeito que apareceu neste
mundo, a perfeita expressão de Deus —
do Deus que é sobre tudo bendito
eternamente. Ou consideramos os quatro
evangelistas como falsas testemunhas ou
admitimos que o mundo, como um todo
e em cada uma das partes que o
constituem, está manchado pelo terrível
crime de ter crucificado o Senhor da
glória.
Este é o verdadeiro padrão pelo qual o
mundo deve ser medido e pelo qual deve
ser medida a condição de todo inconverso
deste mundo, seja homem, mulher ou
criança. Se eu quiser saber o que é o
mundo, basta ponderar no fato de que o
mundo é aquele que permanece culpado
diante de Deus pelo deliberado
assassinato de Seu Filho. Que tremendo
fato! Um fato que coloca sua marca no
mundo da forma mais solene, e o expõe
diante de nossos olhos em toda sua
obscuridade. Deus tem uma demanda
com este mundo. Ele tem uma questão a
ser resolvida com o mundo — uma
questão terrível — cuja mera menção
deveria fazer os ouvidos dos homens
retinir e o coração tremer. Um Deus justo
precisa vingar a morte de Seu Filho. Não
se trata meramente do fato de ter o
mundo aceitado um vil ladrão e
assassinado um homem inocente; isto, por
si só, já teria sido um ato pavoroso. Mas,
não, aquele inocente não era ninguém
menos do que o Filho de Deus, o querido
do coração do Pai.
Que pensamento! O mundo deverá
prestar contas a Deus pela morte do Seu
Filho — por tê-Lo pregado na cruz entre
dois ladrões! Que ajuste de contas será!
Quão vermelho será o dia da vingança!
Que esmagamento terrível trará aquele
momento, quando Deus desembainhar a
espada do juízo para vingar a morte de
Seu Filho! Quão vã é a ideia de que o
mundo esteja melhorando! Melhorando
apesar de manchado com o sangue de
Jesus? Melhorando apesar de estar sob o
juízo de Deus por causa desse ato?
Melhorando apesar de precisar prestar
contas a um Deus justo pelo tratamento
dado ao Amado de Sua alma, enviado em
amor para abençoar e salvar? Que
estupidez cega! Que tolice louca! Ah, não!
Não pode haver qualquer melhoria até
que o mundo seja varrido pela destruição
e a espada do juízo tenha feito seu terrível
trabalho para vingar o assassinato — o
assassinato deliberadamente planejado, e
executado com tamanha determinação —
do bendito Filho de Deus. Não podemos
conceber uma ilusão mais falsa e fatal do
que imaginar que o mundo possa algum
dia ser melhorado enquanto estiver sob a
terrível maldição da morte de Jesus. O
mundo que preferiu Barrabás a Cristo
não pode conhecer melhoria. Nada há
para ele além do devastador juízo de
Deus.
O mesmo se pode dizer do significativo
fato da ausência de Jesus, em relação à
presente condição e ao destino futuro do
mundo. Mas este fato traz outras
implicações. Ele está relacionado à Igreja
de Deus como um todo, e ao crente
individualmente. Se, por um lado, o
mundo expulsou a Cristo, por outro os
céus O receberam. Se, de sua parte, os
homens O rejeitaram, Deus O exaltou. Se
o homem O crucificou, Deus O coroou.
Devemos distinguir cuidadosamente estas
duas coisas. A morte de Cristo, quando
vista como um ato do mundo — o ato do
homem — envolve a total e absoluta ira e
juízo. Por outro lado, a morte de Cristo,
quando vista como um ato de Deus,
envolve a total e absoluta bênção para
todos aqueles que se arrependem e creem.
Uma ou duas passagens da divina Palavra
irão provar isto.
Vamos abrir por um momento no Salmo
69, o qual apresenta de forma tão clara
nosso bendito e adorável Senhor
sofrendo nas mãos dos homens e
suplicando a Deus por vingança. "Ouveme,
Senhor, pois boa é a Tua
misericórdia. Olha para mim segundo a
Tua muitíssima piedade. E não escondas
o Teu rosto do Teu servo, porque estou
angustiado; ouve-me depressa. Aproxima-
Te da minha alma, e resgata-a; livra-me
por causa dos meus inimigos. Bem tens
conhecido a minha afronta, e a minha
vergonha, e a minha confusão; diante de Ti
estão todos os meus adversários. Afrontas Me
quebrantaram o coração, e estou
fraquíssimo; esperei por alguém que
tivesse compaixão, mas não houve
nenhum; e por consoladores, mas não os
achei. Deram-me fel por mantimento, e
na minha sede Me deram a beber vinagre.
Torne-se-lhes a sua mesa diante deles em
laço, e a prosperidade em armadilha.
Escureçam-se-lhes os seus olhos, para que
não vejam, e faze com que os seus lombos
tremam constantemente. Derrama sobre
eles a Tua indignação, e prenda-os o
ardor da Tua ira" (Sl 69:16-28).
Tudo isso é por demais profundo e
solene. Cada palavra desta súplica será
respondida. Nem uma sílaba sequer cairá
por terra. Com toda certeza Deus vingará
a morte de Seu Filho. Ele acertará contas
com o mundo — com os homens — pelo
tratamento que Seu Filho unigênito
recebeu em suas mãos. Acreditamos ser
correto insistir nisto para o coração e
consciência do leitor. Quão terrível o
pensamento de Cristo intercedendo
contra as pessoas! Quão espantoso escutá-
Lo rogando a Deus por vingança sobre
Seus adversários! Quão terrível será a
resposta devida ao clamor do Filho
ferido!
Mas olhemos o outro lado da questão.
Abra no Salmo 22, que apresenta o
bendito Senhor sofrendo nas mãos de
Deus. Aqui o resultado é totalmente
diferente. Ao invés de julgamento e
vingança, trata-se de bênção e glória,
universais e eternas. "Então declararei o
Teu nome aos meus irmãos; louvar-Te-ei
no meio da congregação. Vós, que temeis
ao Senhor, louvai-O; todos vós, semente
de Jacó, glorificai-O; e temei-O todos
vós, semente de Israel.... O meu louvor
será de Ti na grande congregação; pagarei
os meus votos perante os que O temem.
Os mansos comerão e se fartarão;
louvarão ao Senhor os que O buscam; o
vosso coração viverá eternamente. Todos
os limites da terra se lembrarão, e se
converterão ao Senhor; e todas as famílias
das nações adorarão perante a Tua face.
Porque o reino é do Senhor, e Ele
domina entre as nações... Uma semente O
servirá; será declarada ao Senhor a cada
geração. Chegarão e anunciarão a Sua
justiça ao povo que nascer, porquanto Ele
o fez" (Sl 22:22-31).
Estas duas passagens apresentam, com
imensa distinção, os dois aspectos da
morte de Cristo. Ele morreu, como um
mártir, pela justiça, nas mãos dos homens.
O homem prestará contas disso a Deus.
Mas Ele morreu nas mãos de Deus como
uma vítima pelo pecado. Este é o
fundamento de toda bênção para aqueles
que creem no Seu nome. Seus
sofrimentos como mártir desencadeiam a
ira e o juízo sobre um mundo ímpio,
enquanto Seus sofrimentos expiatórios
abrem as fontes eternas de vida e salvação
para a Igreja, para Israel e para toda a
criação. A morte de Jesus consuma a
culpa do mundo, mas assegura a aceitação
da Igreja. O mundo está manchado,
enquanto a Igreja está purificada por meio
do sangue derramado na cruz.
Esta é a dupla aplicação do primeiro de
nossos três grandes fatos do Novo
Testamento. Jesus veio e Se foi — veio,
pois Deus amou ao mundo — foi
embora, porque o mundo odiou a Deus.
Se Deus perguntasse — e Ele perguntará
— "o que vocês fizeram com Meu
Filho?", qual seria a resposta? "Nós O
odiamos; nós O expulsamos e O
crucificamos. Preferimos um ladrão a
Ele".
Mas, bendito seja eternamente o Deus de
toda graça, o cristão, o verdadeiro crente,
pode levantar os olhos para o céu é dizer:
"Meu Senhor ausente está lá, e está lá por
mim. Ele Se foi deste pobre mundo, e Sua
ausência torna todo o cenário ao meu
redor um deserto moral — uma desolada
ruína".
Ele não está aqui. Isto coloca no mundo,
no discernimento de todo coração leal, o
carimbo de um caráter inconfundível. O
mundo não queria a Jesus. É o suficiente.
De agora em diante já não precisamos nos
espantar com qualquer história de horror.
O noticiário policial, os processos nos
tribunais, as estatísticas de nossas cidades
e vilas já não precisam nos surpreender.
O mundo que foi capaz de rejeitar a
divina personificação de toda a bondade
humana, e aceitou um ladrão e homicida
em Seu lugar, provou sua torpeza moral
em um grau que jamais poderá ser
ultrapassado. Será que é motivo de
espanto quando descobrimos a falsidade e
crueldade do mundo? Ficamos surpresos
quando descobrimos que este mundo não
é confiável? Se isto ocorrer, está claro que
não interpretamos corretamente a
ausência de nosso bendito Senhor. O que
prova a cruz de Cristo? Que Deus é
amor? Sem dúvida. Que Cristo deu Sua
preciosa vida para nos salvar das chamas
de um inferno sem fim? Bendita verdade,
seja dado total louvor ao Seu nome
inigualável! Mas o que a cruz prova em
relação ao mundo? Que sua culpa está
consumada e seu juízo determinado. O
mundo, ao pregar na cruz Aquele que era
perfeitamente bom, provou da forma
mais irrefutável que é perfeitamente mau.
"Se Eu não viera, nem lhes houvera
falado, não teriam pecado, mas agora não
têm desculpa do seu pecado. Aquele que
Me odeia, odeia também a Meu Pai. Se Eu
entre eles não fizesse tais obras, quais
nenhum outro tem feito, não teriam
pecado; mas agora, viram-nas e Me
odiaram a Mim e a Meu Pai. Mas é para
que se cumpra a palavra que está escrita
na sua lei: Odiaram-Me sem causa" (Jo
15:22-26).
2. Porém devemos agora nos ocupar por
um momento com nosso segundo e
importante fato. O Espírito Santo de
Deus desceu a este mundo. Já se passaram
mais de dezenove séculos* desde que o
bendito Espírito desceu do céu, e Ele
permanece aqui desde então. Trata-se de
um fato estupendo. Existe uma Pessoa
divina neste mundo e Sua presença —
assim como a ausência de Jesus — tem
uma dupla aplicação: uma está
relacionada ao mundo, outra tem a ver
com cada homem, mulher e criança aqui;
está relacionada à Igreja como um todo e
a cada membro dela em particular. No
que diz respeito ao mundo, esta excelsa
testemunha desceu do céu para convencer
o mundo de seu terrível crime de haver
rejeitado e crucificado o Filho de Deus.
No que diz respeito à Igreja, Ele veio
como o bendito Consolador, para ocupar
o lugar do Jesus ausente e confortar, com
Sua presença e ministério, os corações do
Seu povo. Assim, para o mundo o
Espírito Santo é um poderoso Persuasor;
para a Igreja Ele é um precioso Consolador.
[* N. do T.: O autor viveu no século 19]
Uma ou duas passagens das sagradas
Escrituras fundamentarão estes pontos no
coração e mente do leitor piedoso que se
sujeita em humilde reverência à
autoridade da divina Palavra. Vamos abrir
no capítulo 16 do Evangelho de João. "E
agora vou para Aquele que Me enviou; e
nenhum de vós Me pergunta: Para onde
vais? Antes, porque isto vos tenho dito, o
vosso coração se encheu de tristeza.
Todavia digo-vos a verdade, que vos
convém que Eu vá; porque, se Eu não
for, o Consolador não virá a vós; mas,
quando Eu for, vo-lo enviarei. E, quando
Ele vier, convencerá (elegxei) o mundo do
pecado, e da justiça e do juízo. Do
pecado, porque não creem em mim; da
justiça, porque vou para Meu Pai, e não
Me vereis mais; e do juízo, porque já o
príncipe deste mundo está julgado" (Jo
16:5-11).
Mais uma vez, em João 14 lemos: "Se Me
amais, guardai os Meus mandamentos. E
Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro
Consolador, para que fique convosco
para sempre; o Espírito de verdade, que o
mundo não pode receber, porque não O
vê nem O conhece; mas vós O conheceis,
porque habita convosco, e estará em vós".
(Jo 14:15-19).
Estas passagens comprovam a dupla
aplicação da presença do Espírito Santo.
Não ousamos tratar este assunto apenas
com esta breve introdução, mas sabemos
que o leitor será incentivado a estudá-lo
por si mesmo à luz das Sagradas
Escrituras, e estamos convencidos de que
quanto mais estudá-lo, maior será a
profundidade e a importância prática de
seu interesse. Oh, que pena que isto seja
tão pouco compreendido, que os cristãos
vejam tão pouco daquilo que está
envolvido na presença pessoal do Espírito
eterno, o Espírito Santo de Deus, neste
mundo — suas solenes consequências
relacionadas ao mundo e seus preciosos
resultados para com a assembleia como
um todo e para cada membro em
particular.
Oh, que aqueles que fazem parte do povo
de Deus em todo lugar possam ser
guiados a uma compreensão mais
profunda destas coisas; que possam
considerar aquilo que é devido à divina
Pessoa que habita neles e com eles; que
possam ter o zeloso cuidado de não
"entristecer" o Espírito Santo em seu
andar ou "estingui-Lo" em suas
assembleias públicas!