A IGREJA NÃO HERDA AS PROMESSAS DE ISRAEL?

Está claro nas Escrituras proféticas, tanto do Antigo como do Novo Testamento que a supremacia final e o esplendor insuperável de Israel como potência mundial são garantidos pelas promessas divinas. Essas promessas constituem um assunto importante nas Escrituras proféticas. A antiga teoria romana era “que a Igreja do Novo Testamento é a herdeira legítima de todas as promessas da Aliança feitas a Israel no Antigo Testamento”, e foi erroneamente revivida pelo falecido Philip Mauro. Este, é um dos principais argumentos dos A-Milenistas. É, no entanto, uma falácia total. Essas promessas foram seladas pelo juramento e aliança Divinos, e nada pode invalidá-las. A honra do nome do Senhor está inseparavelmente ligada a alas e Ele não deixará de cumprir Sua obrigação moral para com aqueles a quem Suas promessas foram originalmente feitas.

No entanto, mesmo que alguém estivesse inclinado a favorecer a visão de tal transferência de bênçãos prometidas, surge uma dificuldade que nem o Sr. Philip Mauro nem ninguém que conhecemos, jamais foi capaz de remover. O que acontece com as “maldições” e “pragas” punitivas da vingança divina ameaçadas sobre a nação pela desobediência em Deuteronômio Capítulos 28 e 29?

Estas incluíam carência, pestilência, opressão, destruição, dispersão mundial, cegueira espiritual e abandono por parte de Deus. Estes também, ou os julgamentos que lhes respondem, foram transferidos para a Igreja?

Qualquer jovem crente sabe que não. Os membros do Corpo de Cristo, sem dúvida, experimentam individualmente o castigo do Senhor por causa do pecado não julgado, algo que temos por exemplo em, (1ª Coríntios 11 verso 32); uma igreja pode agir de tal maneira que seu candeeiro de testemunho possa ser removido pelo governo divino, algo que temos por exemplo em, (Apocalipse 2 verso 5); e professantes impenitentes e sem Cristo serão “jogados da boca do Senhor”, algo que temos descrito em, (Apocalipse 3 verso 16); mas a concepção da amada Igreja de Cristo sendo amaldiçoada, atormentada, abandonada ou, em qualquer sentido, sujeita à ira de Deus, está completamente em desacordo com o ensino do Novo Testamento.

Com base em que princípio justo pode então ser demonstrado que a Igreja é herdeira das promessas nacionais de Israel, mas não dos seus julgamentos penais?

Eles permanecem ou caem juntos?

Ou todas as bênçãos devem ser apropriadas para a Igreja, e todas as maldições ser deixadas para Israel?

Uma resposta afirmativa parece muito simples e conveniente, mas não seria nem razoável, nem justa, nem consistente.

Pode-se argumentar, no entanto, que a Igreja herda as bênçãos, menos as maldições, com base na Nova Aliança, que é de pura graça, enquanto o trato de Deus com a nação de Israel estava de acordo com a Aliança do monte Sinai, que era uma das obras.

Sabemos que houve tal mudança de aliança - um fato que enfatiza a importância de distinguir entre coisas que diferem, especialmente entre os métodos de Deus com o homem nos vários períodos de tempo da história, respectivamente. Não fazer isso é em grande parte responsável pelos erros da A-Millennial.

As bênçãos espirituais da nossa era Cristã, contudo, não correspondem às previsões da futura restauração e exaltação de Israel. Não se pode demonstrar que sejam a contrapartida das promessas de Israel. É inútil tentar ilustrar que sim. Acreditamos, portanto, que o cumprimento dessas promessas está temporariamente suspenso, e que a Nova Aliança será a própria base sobre a qual elas ainda serão cumpridas para o povo judeu.

Lemos em Jeremias 31 versos 31 a 34: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que farei uma nova aliança com a casa de Israel”.

Observe que esta aliança foi feita principalmente “com a casa de Israel”, e que é muito semelhante à Aliança Abraâmica, da qual na verdade é uma amplificação. Que os seus termos incondicionais, e pelo menos parte das suas graciosas disposições, se aplicam à Igreja, é comprovado pelas cinco referências diretas a elas no Novo Testamento.

Pode ser lindas em passagem como: Lucas 22 verso 20; 1ª Coríntios 11 verso 25; 2ª Coríntios 3 verso 6; Hebreus 8 verso 8; e Capítulos 9 verso15).

Mas há inúmera prova de que, as disposições da Nova Aliança, feita com a casa de Israel, em Jeremias, que não são esgotadas pela Igreja, e devem, portanto, ser reservadas para aqueles a quem foram originalmente dadas - a nação Judaica.

Um argumento importante e, como nos parece, incontestável em apoio a isso é o fato de que esta é a única Aliança nas Escrituras de acordo com a qual se diz que Deus remove os pecados e, portanto, esta deve ser a aliança da qual o Espírito fala em Romanos 11 versos 26 e 27, quando Ele diz: “E assim todo o Israel será salvo; como está escrito, sairá de Sião o Libertador, e Ele afastará de Jacó a impiedade. Porque esta é a minha Aliança para eles, quando eu tirar os seus pecados”.

A expressão; “a casa de Israel”, é portanto – os descendentes físicos de Jacó, e “Jacó” nunca significa “a Igreja” – que ainda herdará as bênçãos da Nova Aliança na sua glória e plenitude sem nuvens.

Já fizemos alusões às maldições anunciadas sobre Israel. O mais temível delas foi o que lhe sobreveio em consequência de sua rejeição a Cristo. Ora, o Sr. Philip Mauro ensinou que esse julgamento era final e irrevogável. Assim, comentando sobre Mateus 21 verso 43, que diz: “O reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza os seus frutos”, ele concluiu erroneamente que este “ato Divino, era o claro e definitivo, fim da nação de Israel”.

(Isto está em seu livro, intitulado, “A Esperança de Israel”, na página 89).

Para ele era “totalmente impossível”, que a nação Judaica tivesse um futuro de bênçãos; pois disse ele, os Judeus “deixaram de ser uma nação no ano 70 d.C.

Estas declarações precipitadas e sem reservas da pena de um advogado cristão são surpreendentes.

Não, “Deus não rejeitou o seu povo, que dantes conheceu”, (Romanos 11 verso 2).

A eles “as promessas” ainda “pertencem”, (Romanos 9 verso 4).

Somente por “um pequeno momento”, Deus os abandonou Israel (Isaías 54 verso7).

O seu reagrupamento é tão certo como a sua dispersão. “Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho.” (Jeremias 31 verso 10).

O julgamento que lemos em Mateus 21 verso 43 não é, “o fim da nação Judaica”, pois o remanescente será salvo.

Durante cerca de dois mil e quinhentos anos, reis, concílios, governos, ditadores, papas, prelados e impérios tentaram exterminar os judeus; mas Deus disse: “Porquanto darei fim a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida”. (Jeremias 30 verso 11)

Lemos no profeta Amós 9 verso 8, o Senhor Deus dizendo a esta nação: “Não destruirei totalmente a casa de Jacó”; e o milagre da existência contínua da nação é um testemunho da fidelidade da Palavra de Deus.

Pela mesma Palavra, seus filhos ainda “dominarão sobre seus opressores.” (Isaías 14 verso 2)

“A abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas dos gentios virão a ti.” (Isaías 60 verso 5)

“Os reis serão seus pais que amamentam, e diante deles se curvarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos seus pés.” (Isaías 49 verso 23)

“A nação e o reino que não te servirem, perecerão” (Isaías 60 verso 12),

Deus fará deles “um nome e um louvor entre todos os povos da terra” (Sofonias 3 verso 20).

Depois do arrebatamento da Igreja ao céu, e este pobre mundo ter passar pela Tribulação e Grande Tribulação, o Senhor Jesus volta em poder e grande glória como o Filho do Homem, para salvar Israel e julgar as nações.

Então chegaram o fim dos “tempos dos gentios” e a transferência da soberania mundial novamente para Israel marcarão a inauguração da idade de ouro da Terra – o Milénio. A palavra “Milênio” é derivada de duas palavras latinas – “mille”, mil, e “annus”, um ano, e é equivalente ao termo grego “chilia ete”, que em Apocalipse 20 é traduzido "mil anos".

Pelos fatos de que a palavra “Milênio” nunca ocorre em nossa Bíblia em português, de que um período de tempo limitado para o reino visível e terrestre de Cristo nunca foi revelado anteriormente, e de que nosso Senhor e Seus apóstolos disseram tão pouco sobre tal reino futuro, – alguns chegam afirmam que não disseram nada, – foram aproveitados como argumentos a favor do A-Milenismo. É em parte com base nisso que o termo “mil anos” é espiritualizado, e seu sentido literal e comum é negado. Mas isto, é um erro, o reinado literal de mil anos, com o remanescente de Israel restaurado e salvo e as bênçãos milenar, são assuntos de profecias como Isaías 65.

Deus tem um reino e Daniel falou dele, (Daniel 2 verso 44), João Batista também falou dele, (Mateus 3 verso 2), Cristo também falou dele, (Marcos 1 verso 15), Paulo também, (Atos 20 verso 25), Pedro também, (2ª Pedro 1 verso 11), e tantos outros falaram sobre isso; e será proclamado durante “a Grande Tribulação” (Mateus 24 verso 14).

É um reino totalmente literal aqui na terra, fique perfeitamente claro sobre isso, mas tem diferentes aspectos ou fases. A futura forma terrena, com a qual estamos atualmente preocupados, durará mil anos. Longe de anular o Reino Eterno, o Reino Milenial será “o vestíbulo” para ele. Certamente uma pessoa com inteligência média pode perceber isso.

Por William Bunting

 

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