O Fundamento da Educação Espiritual

 

Eze 40:2-4; 43:10-11; Mat 3:17; 11:25-30; Jo.1:51; Luc 9:23; Efe. 4:20-21.
 
A palavra básica dos textos lidos, em nosso propósito aqui, é Mateus 11.29
 
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim.”
 
Aprendei de mim. O Apóstolo Paulo, de uma forma ligeiramente diferente,
nos diz o que o Senhor Jesus quis significar:
“Não aprendestes assim Cristo”. Efésios 4.20
 
Excluir uma palavra bem pequena faz toda a diferença e nos dá o verdadeiro sentido. O Senhor Jesus, enquanto estava aqui, pode apenas fazer uma colocação na forma objetiva, pois o tempo subjetivo ainda não havia chegado, e assim Ele tinha que dizer, “Aprendei de mim”. Quando o tempo subjetivo chegou, o Santo Espírito levou o apóstolo a excluir a palavra “de”, e a dizer apenas “aprender Cristo”. Estou certo de que muitos de vocês irão discerner imediatamente que há uma falta na grande maioria da Cristandade de hoje - há um tipo de imitação objetiva de Jesus que não leva a lugar algum, ao contrário da aprendizagem subjetiva de Jesus.
Assim, durante este breve espaço de tempo, estaremos nos ocupando com a Escola de Cristo, escola para a qual Ele trouxe os doze (discípulos), a quem escolheu “para que estivessem com Ele, e para que Ele os enviasse.” (Marcos 3.14) Eles foram os primeiros de todos os discípulos chamados, o que simplesmente significa que vieram sob disciplina. Antes de podermos ser apóstolos, isto é, pessoas enviadas, temos que ficar sob disciplina, para sermos ensinados, e isto de uma forma interior. É para dentro dessa escola que todo aquele que é nascido do alto é trazido, e é muito importante que saibamos a natureza disso, que coisa é essa que vamos aprender, e quais os princípios da nossa educação espiritual.
 
O OBJETO DE NOSSA EDUCAÇÃO É PRIMEIRO APRESENTADO PLENAMENTE
 
Ao chegar nesta escola, a primeira coisa que o Espírito Santo, o grande Mestre e Intérprete, faz para nós, se verdadeiramente fomos trazidos por Suas mãos, é nos mostrar de forma plena aquilo que realmente temos que aprender, a fim de nos apresentar o grande Objeto de nossa educação. Lemos essas passagens em Ezequiel, onde, penso eu, está a grande base sobre esta matéria. Em um dia quando a verdadeira expressão do ensino de Deus no meio de Seu povo tinha sido perdida, e o povo estava longe do toque Divino, em uma nação distante, o Espírito de Deus pôs a Sua mão sobre o profeta e o levou em Espírito nas visões de Deus de volta a Jerusalém, e o colocou sobre uma alta montanha, e e apresentou a ele um novo templo, de onde fluiria o rio da vida para os fins da terra. Então, prosseguiu, mostrando tudo nos mínimos detalhes, e, após isso, instruiu o profeta a mostrar o templo para a casa de Israel, com vistas a causar um despertamento na vida espiritual, em conformidade com aquela grande, completa e detalhada revelação do ensino de Deus, a fim de que todos eles pudessem, antes de tudo, ficarem humilhados.
O tema sobre o templo de Ezequiel é bastante polêmico, se ele ainda irá ser estabelecido literalmente sobre a terra. Não iremos discutir sobre isso, mas sim sobre algo do qual não podemos ter qualquer dúvida, de que tudo aquilo que Ezequiel viu tem a sua contrapartida e cumprimento espiritual na Igreja, que é o Corpo de Cristo. E o método de Deus para com o Seu povo, a fim de assegurar a total expressão de Seu ensino, é primeiramente apresentar o Objeto: e isto Ele fez quando, no Jordão, rompeu dos céus e disse: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Ele apresentou e atestou aquele que era a completa, ampla e detalhada expressão do Seu ensino para o
Seu povo. O apóstolo Paulo, em palavras familiares a nós, declarou expressamente o fato, “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rom.8.29)
“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” - “Conformados à imagem de Seu Filho”. Há a apresentação e o atestado e a declaração do propósito Divino em relação a Ele. Portanto eu repito, o primeiro passo do Espírito Santo é o de nos familiarizar com aquilo que está em vista, em nossa educação espiritual; principalmente que Ele precisa revelar Cristo em nós, e então, em seguida começar a obra de nos conformar a Cristo. Para aprender Cristo, primeiramente devemos ver Cristo.
 
A MARCA PREEMINENTE DE UMA VIDA GOVERNADA PELO ESPÍRITO
 
A marca de uma vida governada pelo Espírito Santo é que tal vida está continuamente, e cada vez mais, ocupada com Cristo, que Cristo está se tornando cada vez maior, na medida que o tempo vai passando. O efeito da obra do Espírito Santo em nós é o de nos trazer para a margem de um imenso oceano, que se estende muito além do nosso limite e daquilo que sentimos - Oh, a profundidade, a plenitude de Cristo! Se vivêssemos o maior tempo que um homem já viveu, ainda assim estaríamos apenas na beira desta vasta plenitude que é Cristo.
Agora, isto de repente se torna um desafio para nós, antes de irmos mais longe. Isto não são apenas palavras. Não é apenas retórica; isto é verdade. Vamos perguntar logo aos nossos corações, É isto verdade em nosso caso? É este o tipo de vida que conhecemos? Estamos chegando ao desespero nesse assunto? Isto é, vislumbramos tanto de Cristo que estamos rendidos, sem força, cientes de que jamais iremos alcançar isso tudo. Está além de nós, muito distante, embora estejamos seguindo nessa direção, cada vez mais. É isso verdade em sua experiência? Esta é a marca de uma vida governada pelo Santo Espírito. Cristo se torna cada vez maior na medida em que prosseguimos. Se isto é verdade, bem, é o caminho da vida. Se você e eu já chegamos a um lugar que achamos que já conhecemos, então já temos alcançado tudo, já estamos realizados, e, a partir desse ponto as coisas ficam estáticas, então, podemos pensar que o Espírito Santo já cessou as Suas operações e que a vida ficou entediada.
Vamos tomar o exemplo de uma pessoa que nos foi dado, creio eu, entre os homens, para o propósito de mostrar os caminhos de Deus, o Apóstolo Paulo. As palavras que ele usa para definir e expressar o que lhe aconteceu no início são estas: “Aprouve a Deus … revelar o Seu Filho em mim”. (Gál. 1.16) Agora, este homem trabalhou muito no ensino e na pregação. Ele trabalhou muito. Ele teve uma vida longa e abundante, não apenas no sentido de quantidade, mas na essência de vida que anulou todas as tentativas de medi-la. No final de sua longa e abundante vida, este homem, que disse no início, “Aprouve a Deus…” revelar Seu Filho em mim”, está expressando do fundo de seu coração, “que eu possa conhecê-Lo” (Fil.3.10); indicando seguramente que mesmo com a revelação inicial e com todas as revelações contínuas e subseqüentes; mesmo tendo sido arrebatado ao terceiro céu onde ouviu coisas inefáveis, mesmo com tudo isto, no final ele ainda não conhecia nada, comparado com aquilo que ainda havia para ser conhecido. Que eu possa conhecê-Lo! Esta é a essência de uma vida governada pelo Espírito Santo, e é isto que irá nos livrar da morte, da estagnação, da inércia. É a obra do Espírito Santo na Escola de Cristo apresentar e manter Cristo em vista, em Sua grandeza. Assim, Deus, logo no início, revela Cristo, apresenta-O, atesta-O, e efetivamente diz, Este é aquele ao qual irei te conformar, à Sua imagem!
Sim, mas então, após a apresentação, as lições básicas começam. O Espírito Santo não fica satisfeito em apenas nos fazer uma grande apresentação: Ele vai começar uma obra real em relação àquela apresentação, e nós somos, sob Suas mãos, trazidos para duas ou três coisas básicas em nossa educação espiritual.
 
O DESAFIO E O SIGNIFICADO DE UM CÉU ABERTO
 
O meu objetivo, em cooperar com o Senhor, é o de tornar tudo proeminentemente prático; e assim, aplicamos o desafio imediatamente perguntando: está o Espírito Santo dentro de você apresentando a plenitude de Deus em Seu Filho, de uma forma cada vez mais crescente? É este o tipo de sua vida espiritual? Se não for, então você tem algum exercício definido diante do Senhor sobre isso; há algo de errado. A unção assim o diz, e se isto não é o seu tipo de vida espiritual, há algo errado no seu caso em relação à unção. A Natanael o Senhor Jesus disse: “Daqui em diante você vai ver o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” Daqui em diante, naturalmente, era o tempo imediatamente à frente, os dias do Espírito Santo que estavam chegando em breve. Com um céu aberto você vê o que Deus quer dizer a respeito do Seu Filho. Aquele céu aberto para o Senhor Jesus era a unção. O Espírito descendo e subindo sobre Ele. Era a unção, é ela é a mesma para nós. O céu aberto é a unção do Espírito a partir do dia de Pentecoste em diante, sobre Cristo dentro de nós. Oh, deixe-me fazer uma exortação. Não devemos apenas adicionar outras coisas tão rápido, mas devemos nos assegurar de que estamos certos sobre essas questões. O céu aberto imediatamente traz a revelação de Deus em Cristo para perto de você, tornando-a disponível, para que você não fique primeiramente dependente de bibliotecas, livros, referências e outras coisas mais. Ela está lá para você. Embora o Senhor possa usar aquelas coisas para enriquecê-lo, você tem o seu próprio céu aberto, o seu próprio caminho aberto, e não uma redoma fechada sobre a sua cabeça. O Senhor Jesus está se tornando cada vez mais maravilhoso em seu coração, porque “Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.” (2Cor. 4.6) Jesus bem poderia ter desesperado deles, não soubesse Ele que era exatamente isto mesmo o que Ele estava causando neles. Entenda isto e terá algo muito útil. „Senhor, por que sou eu sempre pego em dificuldades, sempre cometendo erros? De alguma forma ou de outra, sempre falo ou faço a coisa errada, estou sempre do lado errado! De alguma forma eu nunca pareço seguir da maneira certa contigo; eu me desespero de nunca estar certo! E o Senhor diz: „Eu estou lhe ensinando, isso é tudo; deliberadamente, muito deliberadamente. Isto é exatamente o que estou trazendo para você ver. Até que você aprenda a lição, você não chegará absolutamente a lugar algum. Quando você tiver aprendido completamente esta lição, então podemos começar uma obra construtiva, porém, no momento é necessário que você chegue num ponto onde reconheça que Eu sou completamente diferente de você. A diferença é tal que nós nos movemos em mundos completamente diferentes‟.
Esta mente humana comum, no seu melhor, é apenas uma simples mente humana. A vontade humana, também é uma simples vontade humana. Você jamais saberá o que está por detrás de suas próprias motivações até que o Espírito Santo faça a separação bem lá no fundo do seu ser e lhe mostre. Você pode colocar os seus sentimentos e desejos nos termos mais devotos. Você pode, assim como Pedro, reagir à divina sugestão, “Se Eu não te lavar, você não tem parte comigo”, e dizer, “ Não apenas os meus pés, mas também as minhas mãos e minha cabeça”; mas é apenas o ego que vem à tona novamente __ minha benção. Eu quero a benção, e assim, ignoro tudo aquilo que o Senhor está tentando ensinar. „Estou tentando ensinar-lhe a se esvaziar‟. Ele poderia ter dito, „e você está tomando cada uma de minhas sugestões para se promover, se realizar; e Eu estou tentando dizer, desista, deixe isso pra lá!‟ Este ego vem com uma aparência espiritual. O ego procura pela benção espiritual. Nós não sabemos o que está por trás. Temos que entrar em uma escola severa do Espírito que termina por nos mostrar que as nossas melhores intenções estão estragadas; nossas mais puras motivações são sujas diante dos olhos do Senhor; as coisas que pretendemos ser para Deus, em algum lugar lá em sua raiz, é egoísta. Nós não podemos produzir com esta natureza nada aceitável a Deus. Tudo o que poderá vir a Deus está somente em Cristo, não em nós. E jamais estará, nesta vida, em nós como se fosse nosso. Será sempre a diferença entre Cristo e nós mesmos. Embora Ele esteja morando dentro de nós, Ele e somente Ele é o objeto do prazer e da satisfação Divina, e uma lição básica que você e eu temos que aprender nesta vida, sob o ensino, revelação e disciplina do Espírito Santo, é que Ele é diferente de nós: e que “essa diferença” é tudo. Esta é uma das duras lições.
Certamente é uma lição que este mundo se recusará a aprender. O mundo não irá aceitá-la. Isto vai diretamente contra todo o sistema do ensino do humanismo. __ a coisa maravilhosa que o homem é! Mas quando você alcançar o seu melhor, ainda haverá um abismo entre você e os princípios de Cristo que não pode ser unido por nenhuma ponte. Se você alcançar o seu melhor, não terá experimentado Cristo. Isto é tudo, mas nós, talvez, dificilmente precisamos daquela ênfase. Muitos de nós temos
aprendido alguma coisa. Porém vamos, enquanto sabemos isto por experiência, tomar o conforto que vem talvez de sabermos exatamente o que está acontecendo. O que está o Senhor fazendo, o que está fazendo o Espírito Santo conosco? Bem, basicamente, Ele está nos fazendo saber que nós somos uma coisa, e Cristo é outra. Esta é a lição mais importante a aprender, porque não pode haver nada construtivo até que tenhamos aprendido isso. A primeira coisa, portanto, é que o outro lado de Cristo está em oposição a nós mesmos.
 
A IMPOSSIBILIDADE DE ALCANÇARMOS O PADRÃO DE DEUS POR NÓS MESMOS
 
Então, em Segundo lugar, o Espírito Santo nos faz deparar face a face com a total impossibilidade de nós mesmos sermos aquilo por nossa própria capacidade. Como vê, Deus tem estabelecido um padrão; Deus tem mostrado o Seu modelo; Deus nos tem dado o Seu Objeto para a nossa conformidade e a próxima coisa contra a qual reagimos é a impossibilidade de sermos aquilo. Sim, de nós mesmos não é possível. Você ainda não aprendeu esta lição de desespero? Por que não ter um bom desespero e conseguir ter tudo resolvido? Por que se desesperar por alguns dias? Porque você ainda está procurando ao redor por algo em algum lugar, algum retalho de bondade em você mesmo o qual possa apresentar a Deus, o qual irá agradá-lo, satisfazê-lo e corresponder às Suas exigencias. Você jamais irá encontrar. Aceite que “todas as nossas justiças são como trapos de imundícies”. Nossa justica, tudo aquilo que tenta ser tão justo, o Senhor diz disso tudo: “Trapos de imundícies!” Vamos aceitar isto de uma vez por todas. Se você estiver olhando para a frente sobre o que estou falando, verá para o onde isto está levando. Isto nos leva à posição mais gloriosa. Leva aquele glorioso assunto mencionado pelo Senhor Jesus, naqueles dias antes que as coisas se tornassem interiores: “Aprendei de Mim… e encontrareis descanso para as vossas almas”. Isto é tudo. Porém nunca encontraremos descanso para as nossas almas até que tenhamos primeiramente aprendido a total diferença entre Cristo e nós mesmos, e então a total impossibilidade de sermos como Ele por alguma coisa de possamos encontrar em nós mesmos, produzir ou fazer. Não está em nós, em nós mesmos. Assim, teria sido melhor termos o nosso último desespero em relação a nós mesmos. Essas duas coisas são básicas.
 
UMA EXORTAÇÃO FINAL
 
A próxima coisa que o Espírito Santo irá fazer será começar a nos mostrar como isso se dá. Nós não iremos começar isso já de imediato, mas fiquemos cientes de que o Espírito Santo não pode fazer coisa alguma até que essas coisas sejam estabelecidas. Oh, Deus é muito zeloso por Seu Filho. Seu Filho passou através do fogo em relação a essa questão, tendo aceito a forma humana e uma vida de dependência, tendo voluntariamente se esvaziado a Si mesmo de tudo aquilo que pudesse implicar que, a qualquer momento, Ele operasse de Si mesmo pela Deidade, para o Seu próprio livramento, salvação, provisão, preservação; tendo se esvaziado a Si próprio de todo aquele direito e dito, Eu abro mão de todos os meus direitos e prerrogativas, e poderes da Deidade pelo momento presente, e aceito a posição do homem de total dependência de Deus como meu Pai; Eu experimento tudo o que todo homem tem que experimentar no nível humano! Ele experimentou tudo em todas as áreas, em sua força e forma concentrada, e experimentou tudo sem ter cometido qualquer erro, na condição de homem a favor do homem, e retornou ao trono com o mérito de um completo triunfo sobre toda força que cada homem tem que enfrentar para satisfazer a Deus. Você acha que, após tudo isso, Deus não irá levar em conta o Seu Filho e tudo aquilo que Ele fez em favor do homem, e irá dizer: apenas seja o seu melhor e isto me satisfará? Oh, quanta cegueira, em relação a Cristo, em relação a Deus, tem este cristianismo popular de hoje! Não, há apenas Um neste universo a respeito de quem Deus pode dizer de coração “nele eu tenho prazer”, e esse alguém é o Senhor Jesus Cristo. Se alguma vez você e eu recebermos este favor, será por causa de estarmos “em Cristo Jesus”, nunca em nós mesmos. Quando o assunto em questão é aprendido, ou quando essa parte da educação é iniciada, então o Santo Espírito pode começar a obra de nos conformar à imagem do Filho de Deus. Bem, vimos as lições um e dois, sobre os discípulos. Através dos meses e anos, eles viram quão diferente Jesus era
deles, e, então, chegaram a uma posição de desespero sobre essa matéria, como o Senhor planejou que fosse. O Senhor viu tudo de antemão. Ele não poderia evitar isso; não poderia livrá-los; Ele tinha que permitir que eles passassem por aquele caminho; e bem ao final, quando eles estavam fazendo os seus maiores protestos sobre a lealdade, fidelidade e resistência deles, e sobre o que eles estavam fazendo quando submetidos ao teste, Jesus disse a todos eles: “Vocês creem agora? Eis que a hora vem, e já é, na qual todos vocês se espalharão, cada um por si, e me deixarão sozinho” (Jo.16.31,32) E a um deles em particular Ele disse: “O galo não cantará até que você tenha me negado três vezes”. (Jo.13.38) O que você acha que aqueles homens sentiram quando Jesus foi crucificado, e todos tinham fugido, deixando-O sozinho, e aquele outro, tendo-O negado? Você não acha que as trevas do desespero entrou na alma deles? não apenas por causa da perda de perspectivas e expectativas, mas as trevas do desespero caíram sobre eles próprios. Sim, e Jesus tinha que permitir isso. Ele não poderia dar qualquer passo para evitar isso; era necessário. Era essencial.
Nenhuma obra construtiva pode ser realizada até que tudo isso tenha avançado dentro de nós.
Bem, tudo isso soa como algo terrível, mas deve ser encorajado! Afinal de contas, tudo isso de certa forma é construtivo. O que Deus está fazendo comigo? Ele está preparando um caminho para o Seu Filho; está limpando o terreno para enchê-lo da plenitude de Cristo. É isso o que Ele está fazendo. Ele fez isso com os discípulos, e o Pentecostes, bem como o período subsequente, foi a Sua resposta para o que aconteceu no dia quando Ele ressuscitou, a tudo o que aconteceu a eles. Você diz: Então Ele começou a Sua obra construtiva. Sim, Ele começou; após a Cruz e o Pentecoste, as coisas começaram a mudar interiormente, e a partir daí você começa a ver que Cristo está agora manifestado numa forma crescente nesses homens. Eles podem ter um longo caminho a seguir, mas você não pode deixar de ver que a fundação está colocada; foi dado o início. Há uma diferença, e a diferença não é tanto que eles são homens necessariamente transformados, mas sim que Cristo está agora dentro deles transcendendo o que eles são por natureza. Não é que eles se tornaram muito melhores, mas sim que Cristo se torna no interior um poder muito mais real. Isto é tudo por ora. Vamos agora curvar os nossos corações, e nos rendermos. É a Escola de Cristo. Eu sei quão desafiadora ela é, desafiando a este homem velho que morre com dificuldade, que se rende com grande dificuldade. Todo o nosso treinamento e ensino talvez tenha sido outro diferente disso. Nós temos vindo desta terrível herança do humanismo __ para ser o melhor que eu possa ser, para ser o meu melhor! Bem, você deve tomar o que estou dizendo no seu verdadeiro sentido, tal qual eu estou dizendo. Ninguém vai pensar que você pode caminhar de qualquer jeito, desleixadamente, da pior maneira possível, simplesmente devido ao que tenho dito; você sabe do que estou falando. Com o nosso melhor jamais poderemos atravessar a fenda entre o homem e Jesus Cristo. Não, a fenda permanence, e a única maneira de passar por ela é morrer e ressuscitar da morte; mas isto, por ora, é uma outra questão.
 

Por Theodore Austin-Sparks

 

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