ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA

O deísta convertido, William Miller, jamais podia sonhar que seu nome chegasse a ser ligado a um movimento que condena a todos os cristãos que observam seu "sábado" (descanso) no primeiro dia da semana.
Quando se converteu, Miller estudou diligentemente sua Bíblia, com o auxílio da chave bíblica completa de Cruden, durante dois anos antes de publicar suas conclusões. Tinha cinqüenta anos de idade quando começou a pregar, e mesmo assim continuou ainda durante algum tempo com seus misteres agrícolas. Achou-se, porém, guiado à pregação pela providência divina, e a esse impulso foi cedendo à medida que as oportunidades para fazer conferências sobre a profecia o constrangiam a isso. Até o fim de seus dias em 20 de dezembro de 1849 e com sessenta e oito anos incompletos, Miller permaneceu como cristão humilde e consagrado.
Ele e seus seguidores foram caluniados e ridicularizados; foram acusados de auferirem lucros da prédica, e principalmente aqueles que esperavam que o Senhor voltasse em 1843 e, depois, em outubro de 1844. A verdade nua e crua, porém, é que Miller gastou muito mais dinheiro na divulgação de sua mensagem do que ganhou com isso; que ninguém sofreu mais amarga decepção do que ele próprio quando o Senhor deixou de voltar na ocasião especificada; e que ele permaneceu um cristão crente na Bíblia, que até o fim pensou que o Senhor havia de vir muito cedo.
A força de Miller estava no fato de que ele pregava a volta visível de Cristo para julgar o mundo e galardoar os fiéis, em uma época na qual essa verdade cristã cardeal estava ameaçada de tornar-se um assunto esquecido. Sua fraqueza era que lhe faltava orientação teológica, e os ministros que no inicio se uniram a ele eram homens do mesmo calibre.
É bem verdade que uma criança pode achar o caminho da salvação por meio de um Evangelho de João: é igualmente verdade que há na Bíblia passagens difíceis cuja interpretação ninguém deve tentar sem ter sólida base de instrução teológica, da mesma forma que ninguém deve estabelecer-se como médico ou advogado sem primeiro ter estudado aquilo que a ciência médica ou a jurisprudência tem encontrado em gerações anteriores.
Os Adventistas do Sétimo Dia apontam o fato de ter havido teólogos que esposavam os mesmos pontos de vista, a respeito da profecia, que levaram Miller a cometer seu erro fundamental. Sustentam que Miller estava certo em afirmar que qualquer pessoa pode compreender a Bíblia quando a estuda sinceramente. O desfecho do Millerismo, contudo, veio demonstrar que esses teólogos, bem como Miller, laboravam em erro.
O erro fundamental de Miller foi que ele tomou a profecia de Daniel 8.14 com referência ao fim do tempo, e interpretou os dias ali mencionados para significarem anos - quando a gente havia de achar bastante claras as palavras:
"duas mil e trezentas tardes e manhãs"! E quando Miller descobriu que sua cronologia não estava lá muito certa, foi Samuel S. Snow, um dos seguidores de Miller, que alterou a data e primeiro sugeriu o outono de 1844.
Miller morreu na fé cristã e na esperança de estar em breve com o Senhor.
Nesta altura devemos mencionar que o livro The Midnight Cry (O Brado da Meia-noite) prova que a maior parte dos boatos de fanatismo ligado ao movimento Miller não tinha fundamento. Também não o tinha o boato de que os Milleritas usaram "vestes ascencionais" no dia 22 de outubro de 1844.
Esse boato persistiu durante cem anos; foi impresso mesmo na ll.a edição da Enciclopédia Britãmca, e também em edições anteriores da presente obra. O livro erudito e sóbrio de Francis D. Nichol, entretanto, refuta esses boatos e também os alegados casos de loucura como resultado do movimento de Miller.

Foi pena que os seguidores de Miller não lograram bem interpretar a natureza de seu erro. Quando passou tanto 1843, como 22 de outubro de 1844, sem que se verificasse a volta do Senhor, eles deviam ter tirado a conclusão de que é erro querer calcular pela profecia a ocasião da vinda de Cristo. Ao invés de fazer isso, porém, Hiram Edson, um Millerita do Estado de Nova Iorque, teve uma visão na manhã seguinte à "grande decepção". Nessa visão ele viu Cristo em pé ao lado do altar no céu, concluindo daí que Miller estava certo quanto ao tempo mencionado por Daniel, porém errado quanto ao local. As palavras: "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado; referiam-se a uma limpeza do santuário celeste. Esse ensino foi adotado pelo A. S. D. posterior, cujo início data dessa nova interpretação, segundo Níchol."
Assim, "tiveram por bem salientar que o 'erro principal' dos Milleritas foi na sua interpretação, e não no fato de ter marcado uma data. O público poderá com muita razão continuar a achar que isso vem a ser sofisma. Em outra parte do presente capítulo apresentamos o que nos parece ser a interpretação evidente de Daniel 8. 13-14. Aqui observamos que o A.S.D., segundo seus próprios propugnadores, teve início com essa nova interpretação dos 2300 dias, e que essa interpretação repousa sobre a alegada visão de um único homem.
Igualmente arbitrária é a escolha da segunda pedra fundamental do A. S. D.. Segundo Nichol, foi o "Pai Bates", um dos primitivos adeptos do Millerismo e comandante de navio, cuja "luz era o sábado do sétimo dia." A "igreja" do A.S.D. foi organizada em 1860, e somente em 1868 foi que o Ancião James White escreveu seu endosso desse parecer de Bates e outros. Para ele os três anjos mencionados em Apocalipse 14. 6-11, em suas "três mensagens simbolizam as três fases do movimento genuíno," ou seja, o genuíno movimento adventista conforme iniciado por Miller.
Ellen G. White, que se tornou a "profetisa" do A. S. D. e era esposa do Ancião James White, escreveu de modo semelhante.
Segundo essa senhora, Miller e seus companheiros "cumpriram profecia." Tiveram compreensão exata da mensagem dos dois primeiros anjos, mas não do terceiro.
A Sra. White e outros estavam prontos a receber isso também, e o receberam; e diz Nichol: "Os Adventistas do Sétimo Dia acreditam que a mensagem do terceiro anjo, quando observado em termos positivos, é um chamado aos homens para honrarem o verdadeiro Sábado de Deus, o "sétimo dia" do Decálogo, ou seja, o dia conhecido comumente por sábado.
A pregação do sábado do sétimo dia no panorama profético do terceiro anjo de Apocalipse 14 logo se tornou parte distintiva desse movimento religioso que começava a desenvolver-se ."
Essa convicção repousa também, pelo menos em parte, em uma alegada "visão", "revelada" à Sra. White, mulher honrada pelo A. S. D. como verdadeira e divinamente inspirada.

Doutrinas Peculiares do A. S .D.

O Adventismo do Sétimo Dia diverge do Cristianismo evangélico em quatro particulares. Por essa razão não será necessário ajuntarmos uma lista de declarações feitas por escritores do A. S.D. sobre pontos vários de doutrina. Tendo considerado os referidos quatro pontos, teremos discutido o A.S.D. Desde que deixemos de lado que o A.S.D., como os Mórmons, proíbe o uso do fumo, do álcool, do café e do chá. Também são mal vistas a carne de porco e a pimenta.
Além disso, dois dos quatro pontos foram adotados por Russell e são propagados pelos Testemunhas de Jeová com zelo ainda maior. Por isso ficarão para ser discutidos no próximo capítulo. São eles:

1. A doutrina do sono da alma após a morte. "O estado a que somos reduzidos pela morte é de silêncio. de inatividade e de inteira inconsciência," escreveu Spicer, acrescentando: "Entre a morte e a ressurreição os mortos dormem." Basta dizermos aqui que consideramos esse ensino contrário a Lucas 16.22-30; Filipenses 1. 23-24 e 2 Coríntios 5.1-8; Salmos 73.24; Apocalipse 6.9-10.

2. A doutrina do aniquilamento dos ímpios. Citamos Spicer de novo: "O ensino positivo da Sagrada Escritura é que o pecado e os pecadores serão exterminados para não mais existirem. Haverá de novo um universo limpo, quando estiver terminada a grande controvérsia entre Cristo e Satanás." Em nossa discussão do Russelismo mostraremos as razões pelas quais consideramos essa doutrina contrária a passagens como Romanos 2.6-9 e Apocalipse 20.10, 13. (Uma das tentativas mais sérias para se provar as doutrinas do sono da alma e do aniquilamento encontram-se nos dois volumes de Eric Lewis: Lite and Immortality (Vida e Imortalidade) e Christ, the Pirsttruits (Cristo, as Prímícias) (Boston) : Advent Christian Publishing Society, 1949). Ver entretanto a crítica do presente escritor em The Banner, Grand Rapids, Mich., 24 de março de 1950.)

A terceira doutrina que é peculiar ao A. S.D. é de fato seu ponto principal de doutrina e que tem permanecido como propriedade particular dessa seita. Referimo-nos a sua teoria da expiação. É nesse ponto doutrinário que o A. S. D. mais diverge dos ensinos das Escrituras. Antes de entrarmos na discussão do assunto, permitimo-nos os seguintes comentários de natureza geral.
É evidente que, quando discutimos a Teosofia, o Espiritismo e outras seitas que não reconhecem a Bíblia como a revelação inspirada e final de Deus, pouco podemos conseguir citando as Escrituras. No modo de pensar dos adeptos dessas seitas, o Livro não possui autoridade. O caso é diferente, contudo, quando revemos o A. S. D. e o Russelismo, porque esses sistemas alegam basear-se na Bíblia como palavra de Deus. Nesses casos, portanto, é suficiente demonstrar que seus ensinos são contrários às Escrituras, e que muitas vezes representam o resultado da citação apressada e superficial da Bíblia.
Seus dogmas particulares concernentes à expiação é que deu a essa seita o nome de Adventistas. Sua divergência refere-se à segunda vinda ou segundo advento de nosso Salvador.

1. Miller tinha inferido de Daniel 8.14 que Cristo havia de voltar em 22 de outubro de 1844. E a Sra. White quis vindicar o movimento que Miller tinha iniciado. Daí o problema que ela achou diante de si. Encontrou uma saída. Com sua predileção feminina pela última palavra, sustentou que Miller de fato estava certo. Se Daniel 8.14 mostrava que Cristo havia de voltar em 1844, então era certo que Ele de fato voltou em 1844.. E, se não tinha voltado para a terra, então voltara para algum outro lugar. Em outras palavras, o santuário mencionado em Daniel 8.14 ("e o santuário será purificado") não ficava sobre a terra. Onde ficava, então? Ora, no céu, evídentemente. (9) Tanto William Miller como Ellen G. White estavam errados.
A afirmação de Miller, de que os 2.300 dias significavam 2.300 anos, por se tratar de "dias proféticos" de um ano cada um, é suposição arbitrária, tanto quanto o é sua asseveração de que esses "dias" deviam ser calculados a partir do decreto de Artaxerxes (o regresso de Esdras para a Palestina).
Daniel 8.19 declara que o "tempo determinado do fim" se refere ao "último tempo da ira": a ira de Deus revelada no cativeiro babilônico. A visão, portanto, começa onde termina o cativeiro. Daí Daniel 8.20 fala do poder medo-persa, que de fato destruiu o império babilônico. Por isso é que, na visão (Dn 8.4), é declarado que o carneiro avançava para o ocidente, para o norte e para o sul, ou seja: o império medo-persa conquistou a Lídia (norte, 564 A.C.!, Babilônia (oeste, por volta de 554) e o Egito (sul, outros dez anos mais tarde). Então veio o poderoso bode (8.5, que é o rei da Grécia (8.21). A Grécia derrotou a Pérsia em 480 A.C.. Quando Alexandre o Grande "se engradeceu sobremaneira" (8.8), morreu repentlnamen-te com a idade de 33 anos. Seu império foi dividido em quatro partes, e do meio de uma dessas divisões saiu "um chifre pequeno" (8.9), "no fim do seu reinado" (8.23), ou seja: quando as quatro divisões do império de Alexandre estavam caindo, uma a uma, diante do poderio de Roma. Esse "chifre pequeno" é Antíoco Epifânio, que marchou contra a "terra gloriosa" (Palestina, Dn 11.16, 41). Massacrou 40.000 judeus em três dias, entrou no santo dos santos do templo em Jerusalém e ofereceu uma enorme porca sobre o altar das ofertas queimadas, no pátdo do templo. Isso fez parar o holocausto mosaico regular. Ora, Daniel 8.14 afirma que esse holocausto, que era oferecido todas as tardes e todas as manhãs, seria omitido 2.300 vezes à tarde e pela manhã, o que vem a ser durante 1.150 dias. Essa profecia foi cumprida ao pé da letra. O primeiro sacrifício pagão foi oferecido no dia 25 de dezembro de 168 A.C. Em 25 de dezembro de 165 A.C., o sacrírícío santo foi oferecido sobre um altar novo. Isso quer dizer que o santuário foi purificado. São precisamente três anos, que são 2.190 tardes e manhãs. Mas acontece que tinha sido dada ordem para parar com os holocaustos regulares e de ordenação divina, algum tempo antes da oferta dos sacrifícios pagãos em seu lugar, o que dá conta das duas mil e trezentas tardes e manhãs de acordo com o texto. Cf. Rev. Willlam Henderson em The Banner, 20 e 27 de março de 1942.)
O céu, segundo a Sra. White, é a réplica do santuário típico sobre a terra, com seus dois compartimentos: o lugar santo e o santo dos santos. No primeiro compartimento do santuário celestial Cristo intercedeu durante dezoito séculos em prol dos pecadores penitentes. "Entretanto seus pecados permaneciam ainda no livro de registro." A expiação de Cristo permanecera inacabada. Havia uma tarefa a ser realizada ainda, a saber: a remoção de pecados do santuário no céu.
Ora, como sucedia no grande Dia de Expiação que o sumo sacerdote entrava no santuário interior para completar ou complementar os sacrifícios diários pelo pecado oferecido na outra parte do templo, assim Cristo começou sua obra de completar sua expiação do pecado no santuário interior do céu em 1844. Assim,Ele purificou do pecado o santuário.
E de que maneira Cristo fez isso? Em 1844 Ele deu ínícío a seu "Juízo investigativo". Examinou todo o seu povo e mostrou ao Pai aqueles "que, através do arrependimento dos pecados e da fé em Cristo, têm direito aos benefícios da expiação."
Faltava apenas levar ainda mais adiante a comparação entre o santo dos santos terrestre e o celestial. No Dia da Expiação havia um "bode emissário" sobre cuja cabeça eram postos os pecados do povo, sendo então enviado para o deserto. Esse bode emissário - assim ensinou a Sra.
White - representava Satanás, autor do pecado, "sobre o qual os pecados dos verdadeiros penitentes serão finalmente colocados."

2. Essa conjetura foi devidamente complementada pela afirmativa de que, quando Cristo entrou no santuário, celeste, a porta foi cerrada. Depois disso ninguém mais podia ser salvo a não ser que recebesse o dogma do santuário celeste. Isso, em outras palavras, era uma forma delicada de se dizer aquilo que muitas seitas têm declarado: "Se não aceitar nossa doutrina, não existe esperança para você. Só nós temos a verdade."
Embora o ensino acima exposto seja fundamental ao A. S. D., não no-lo atiram com a mesma freqüência que fazem com a doutrina da qual o sistema recebe a parte restante do nome. Não é Adventismo puro e simples: é Adventismo do Sétimo Dia. Esse é o quarto ponto em que o A.S.D. diverge de todas as demais igrejas cristãs.

1. Em uma de suas freqüentes visões, a Sra. White viu a arca no céu - pois tinha que haver no céu o equivalente da arca que existia no tabernáculo. Na arca ela via as duas tábuas de pedra que continham os Dez Mandamentos; e eis que, na visão, o Quarto Mandamento destacava-se acima dos demais, pois estava circundado de uma auréola de luz. Com a incontestável lógica feminina, a Sra. White concluiu que esse mandamento precisava receber maior atenção do que os demais. Tinha sido mais negligenciado do que os outros nove. De que maneira? Ora, era evidente.
O Sábado não tinha sido santificado; ao contrário, fora destruído.
Um indecente Domingo, com ímpias "leis azuis" da região de Nova Inglaterra, havia substituído o Sábado do Senhor.
Na sua resolução de que os cristãos voltassem para a correta observância do Sábado de Jeová, a Sra. White começou a investigar a história do Sábado na Igreja Cristã. Descobriu que um dos papas tinha motivado a alteração do  Sábado para o Domingo. Qual deles? - pergunta concisamente, entre parênteses, o Dr. Biederwolf. Ora, acontece que, no tempo da Sra. White, os cristãos estavam mais ou menos de acordo em que São João falava em termos um tanto diretos do "papa." A Sra. White, então, prontamente c;cncluiu que a guarda do Domingo era "a marca da besta."
A primeira besta em Apocalipse 13, acrescentou, é o papado; a segunda besta é o governo dos Estados Unidos do Norte, porque esse governo, "apesar de sua juventude, inocência e delicadeza," fala "como dragão" ao fazer leis regulamentando o Domingo. O presente escritor, que é um obediente súdito do governo dos Estados Unidos, não por nascimento mas pela sua própria vontade e escolha, pede mil desculpas por essa referência desrespeitosa ao Tio Sam como besta, negando qualquer responsabilidade e ressaltando que não a reproduziria se não fosse por necessidade.
A Sra. White identificou essa "besta" como o "chifre pequeno" de Daniel 7.25, afirmando que o chifre representava o papado (ver The Great Controversy Between Christ and Satan (A Grande Controvérsia entre Cristo e Satanás), pág. 51, 54, 446). Na realidade, Daniel diz que o chifre pequeno aparece depois dos outros dez chifres que, na visão, saíram do quarto império (o romano), e isso no fim da história, logo antes do Juízo final (7.26-27). O chifre pequeno refere-se ao homem do pecado, descrito em 2 Tessalonicenses 2.4, Apocalipse 11.7; 13.7; cf. 20.7. Ver exegese pormenorizada em: S. L. Morris: The Drama of Christianity, 1928; Charles R. Erdman: The Revelation of John (O Apocalípse de João), 1936; W. Hendriksen: More than Conquerors (Mais de Vencedores), 1939.

2. O A. S. D. destaca seu ponto de vista a respeito do Sábado, muito acima de suas outras doutrinas particulares.
Estamos tratando aqui com um sistema agressivo. Não está pedindo desculpas quem chama Tio Sam de besta. Eles preferem colocar as igrejas na defensiva: vivem atacando, e quase invariavelmente seu ataque se dirige contra a impiedade do culto dominical.

A Expiação

1. A doutrina do santuário levou o A.S.D a declarar:
"Nós discordamos da opinião que a expiação foi efetuada na cruz, conforme geralmente se admite." Os escritos da Sra. White sobre o assunto contêm uma mixórdia de idéias confusas. Por exemplo:
"Após sua ascensão, nosso Salvador devia começar sua obra como nosso sumo sacerdote... O sangue de Cristo, embora visasse libertar da condenação da lei o pecador arrependido, não tinha por objetivo anular o pecado; ficaria em registro no santuário até a expiação final." - Patriarchs and Prophets (Patriarcas e Profetas) (edição de 1908), pág. 357.
"Vivemos agora no grande dia da expiação. No serviço típico, enquanto o sumo sacerdote fazia expiação para Israel, era exigido de todos que afligissem suas almas pelo arrependimento do pecado e pela humilhação perante o Senhor, para que não fossem cortados do meio do povo.
Semelhantemente, todos que desejam que seus nomes sejam conservados no livro da vida, devem agora, nos poucos dias que restam da sua provação, afligir suas almas diante de Deus na tristeza pelo pecado e no verdadeiro arrependimento... Ora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está fazendo expiação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo... É na presente vida que havemos de separar de nós o pecado, pela fé no sangue expiatório de Cristo. Nosso precioso Salvador convida-nos a nos unir a Ele, a unir nossa fraqueza a sua força, nossa ignorância a sua sabedoria, nossa indignidade a seus méritos." - The Great Controversy (págs. 489, 623).
Esses pensamentos, espalhados através de muitas páginas, em primeiro lugar sugerem um perigoso sinergismo ou cooperação entre Cristo e o homem na realização da salvação. Exprimem-se mais resumidamente nestas palavras do folheto do A. S .D. : Fundamental PrincipIes of S.D.
Adventists (Princípios Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia): "Ele, pelos méritos de seu sangue derramado, assegura o perdão dos pecados de todos aqueles que penitentemente o buscam; e, como fase final de sua obra de sacerdote, antes de assumir seu trono como rei, Ele efetuará a grande expiação pelos pecados de todos esses, cujos pecacados serão apagados."
Outro folheto: What Do S. D. Adventists Believe? (Que é que Crêem os Adventistas do S.D. ?), contém o seguinte: "Que mediante uma vida de perfeita obediência e por sua morte sacrificial, Éle satisfez a justiça divina e providenciou a expiação dos homens. .. que, no dia final das contas, Ele apagará formalmente os pecados dos homens e nunca mais serão lembrados para sempre."
No tocante a sua teoria da Expiação, essa seita é condenada clara e inconfundivelmente pelas Escrituras. Pois:
a) Cristo é apresentado como resgate, o preço da redenção que redime aqueles que Ele representa. Se a Sra. White queria apontar os sacrifícios do Antigo Testamento, devia ter lido o Livro de Levítico. Veja o leitor: Levítico 1.4; 4.20,31,35; 5.10, 16; 6.7; 17.11. Não existe a possibilidade de se distilar dessas páginas cousa alguma além daquilo que ensinam claramente, a saber: que a vida do animal é dada em troca da vida do pecador, como redenção de sua vida. Assim o animal sacrificado faz expiação pelo pecador que é libertado. Da mesma forma, no Novo Testamento, declara-se que Cristo é Iutron, isso é: preço de redenção daqueles que nEle estiverem. A palavra lutron em Mateus 20.28 e Marcos 10.45 é a mesma que tem a Setuaginta em Éxodo 21. 30, onde é claramente o preço da liberdade,ou seja: a expiação.

b) Conseqüentemente o Novo Testamento está repleto desse ensino, a saber: do mesmo modo que o cordeiro pascal ou outra oferta pelo pecado tomava o lugar do pecador, assim Cristo remove de seu povo a culpa ou a maldição. Por exemplo: João 1.29: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" 1 Coríntios 5.7: "Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado." Vários capítulos de Hebreus comparam o sacrifício de Cristo para expiar o pecado, com os sacrifícios do Antigo Testamento; ver Hb 7.27; 9.7, 11, 14.

c) Por isso é declarado que o pecado é removido, perdoadopor causa do sangue de Cristo; ver Hb 9.22-26. A maldição é tirada pela cruz: Gálatas 3.13.

d) Tão completa é essa expiação, que não só foi por ela removida a penalidade do pecado que é a morte, mas ainda o inverso - a vida - já se obteve por meio da mesma cruz; ver 1 Pedro 2. 24.

e) Daí, essa expiação é descrita como sendo completa e acabada uma vez por todas. Em Hebreus 9.11-12 é lembrado que a expiação feita por Cristo não precisava ser repetida por causa da imperfeição, como acontecia com a expiação por bodes e bois. Pelo contrário: "Cristo ... não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por tódas, tendo obtido eterna redenção" ("lutrosis, liberatio a poenis peccatorum." Grimm).
Essa última passagem não só é uma resposta suficiente  para a suposta repetição do sacrifício de Cristo na missa romanista; é também argumento concludente contra a idéia da Sra. White: "A expiação não foi terminada na cruz."
Sobre a finalidade do sacrifício de Jesus, comparar também Hebreus 1. 3; 10.12-14.

2. Vê-se assim que é contrário às Escrituras o ensino de que os pecados do povo de Cristo "ainda permaneceram no registro" no céu depois da ascensão de Jesus. Mas também o é esse outro dogma de que os pecados dos verdadeiros penitentes serão finalmente colocados sôbre Satanás.
Esse ensino, herético em sua totalidade. de que Cristo não expiou plenamente o pecado pelo seu sacrifício na cruz, baseia-se em outro erro. Pode ter nascido do problema de interpretar a purificação do santuário como sendo cousa que ocorria no céu (contrário a Daniel 8. 14 - ver acima); é escorado mediante uma interpretação errônea de Levítico 16.
O A. S. D., seguindo a Sra. White, traduz assim Levítico 16.8: "E Arão lançará sortes sobre os dois bodes: uma para Jeová e a outra para Satanás (Azazel)."
O A.S.D. posterior cita muitas enciclopédias e dicionários para provar que muitas autoridades entendem que a palavra "Azazel", que na Bíblia só ocorre aqui, significa Satanás ou um espírito mau. Não há negar que nisso estão certos.
É, contudo, igualmente certo que outras autoridades continuam sustentando que em Levítico 16.8 o vocábulo "Azazel" não pode ter esse sentido, porque semelhante tradução é contrária ao contexto. Ver, por exemplo, a International Standard Bible Eneyclopedia sob o título "Azazel".
O ponto, portanto, permanece sem solução fixa.
Vamos, porém, deixar de lado esse fato importante.
Vamos presumir que esteja certa sem qualquer dúvida a versão de "Azazel" do A. S. D.: isso não prova aquilo que o A.S.D. quer concluir daí, a saber: que o bode emissário é "para Satanás" porque os pecados do povo de Deus hão de ser colocados sobre Satanás no dia do juízo a fim de serem removidos.
Essa conclusão, em primeiro lugar, é contrária ao sentido claro e evidente de Levítico 16.20-22, a única passagem que declara o que havia de se fazer com o bode emissário.
Depois de ter Arão feito expiação por seus próprios pecados e pelos de Israel, ele havia de colocar as duas mãos sobre o bode vivo e sobre ele confessar todas as iniqüidades dos filhos de Israel, as quais eram postas sobre a cabeça desse segundo bode, que era então mandado ao deserto para nunca mais voltar. O sentido evidente é que, tendo a morte do primeiro bode efetuado uma plena expiação dos pecados do povo (nisso representando tipicamente a Cristo), a maldição devida a seus pecados é removida para nunca mais alcançar de novo àqueles que os cometeram.
Isso está de acordo com Isaías 53. 6: "... e Jeová fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos"; com 2 Coríntios 5.21: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós"; e com Gálatas 3.13: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar."
Contra a linguagem claríssima contida nesses textos, as afirmações do A. S. D. cometem flagrante injustiça. Rebaixam o valor da obra salvadora de Cristo. E mesmo que o A. S. D. esteja certo em sentir-se aborrecido quando é acusado de fazer de Satanás um meio-salvador (o que não faz), contudo tem dado ocasião a essa interpretação errônea pelo fato do apoucar a morte salvadora de Cristo e também pela sua referência fantástica e antibíblica ao papel de Satanás.

3. Deixe o A. S. D. de se surpreender quando aqueles que crêem na obra salvadora de Cristo os acusam de dividir a Igreja Cristã com fundamentos tão fracos e de se pavonear como "a única igreja ortodoxa" com monopólio do direito de interpretar a profecia.
Voltamo-nos agora à tábua principal da plataforma do A. S. D.: a da observância sabatina do sábado bíblico.

Um Meio Errôneo de Abordar a Questão do Sábado

1. Muitos procuram refutar o A. S. D. negando a distinçãoentre a lei moral e a lei cerimonial conforme foi dada por Moisés. Conhecem uma só lei, a de Moisés. Isso, alegam eles, pertence ao Antigo Testamento, conforme foi dado a Israel. Nós cristãos do tempo do Novo Testamento não temos nada a ver com a lei de Moisés. Não estamos debaixo da lei, e, sim, da graça. Por isso o Sábado foi anulado. O que temos agora é o Dia do Senhor ou Domingo, que observamos, não por mandamento, mas de vontade própria, para lembrar a ressurreição do Senhor. Evidentemente cedemos, dessa forma, importante terreno aos Adventistas do Sétimo Dia. Eles podem acusar-nos com razão de termos destruido o Sábado. Além disso, a observancía do Domingo-tornase matéria mais de escolha do que de dever. Em fim, deixa de haver inobservância do Dia de Descanso.

2. Em confronto com esse ponto de vista errôneo, mantemos com o Sínodo de Dordt de 1618-19 que há no mandamento do Sábado um aspecto cerimonial e também um aspecto ético, ou seja, alguma cousa que era transitória e algo de permanente. A Sra. White estava certa quando afirmou que o Sábado, conforme foi dado por Moisés, é a lei de Deus, e homem algum tem o direito de alterar essa lei.
A forma, porém, em que veio a lei, continha fatores transitórios.
Nós não temos forasteiro das nossas portas para dentro, e poucos de nós possuem jumento.
3. Conquanto seja verdade que Deuteronômio acrescenta esta razão pela observância sabática: "... porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que Jeová teu Deus te tirou dali com mão poderosa e braço estendido: pelo que Jeová teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado," essa razão adicional foi dada quando uma geração posterior se achava em perigo de esquecer-se dessas cousas. Encontramos a forma original dos Dez Mandamentos em Êxodo 20. E aí se declara o dever da observação do Sábado por que Deus havia guardado o Sábado após seis dias de labores. O Sábado remonta à Criação e é uma instituição perpétua.
É por essa razão também que lemos do Sábado em ÊXodo 16. Antes de ser dada a lei no Monte Sinai, Israel foi relembrado a respeito do Sábado. Uma vez que os israelitas tinham sempre esse mandamento da criação, não haviam de colher o maná no sétimo dia.
Está claro pois que Noé e Jacó contavam o tempo por semanas em lugar de dias (Gênesis 8.10-12; 29:27-28) e que o homem, criado à imagem de Deus, vivia de Sábado em Sábado, como fez o seu Deus.

4. A objeção de que nem Cristo nem Paulo jamais mencionou o Sábado não vai ao caso. Jesus citou a segunda tábua da lei, e o fez a esmo: ver Mateus 19:18-19; Marcos 10.19. Queria isso dizer que Ele mudava a ordem, ou que anulou os mandamentos que não chegou casualmente a citar? Devemos tomar cuidado com tais argumentos à base do silêncio. Por certo que, quando Jesus disse: "É lícito fazer bem no Sábado," e ainda: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho" (a saber, no Sábado), Ele não anulou e sim reconheceu o Sábado. Quanto a Paulo, Dr. Warfield está certo: Aprendemos de Efésios 6.2, primeiro, que é
certa a obediência aos pais. "A reconhecida autoridade do Quinto Mandamento, presume-se simplesmente. Observe-se, em segundo lugar, como a autoridade do Quinto Mandamento, que assim se presume matéria pacífica, se estende sobre todo o Decálogo. Pois esse mandamento não é citado aqui como preceito isolado: é mencionado como sendo um dentro de uma série, na qual está em pé de igualdade com os demais, divergindo deles apenas pelo fato de ser o primeiro que traz apenas uma promessa... Observe-se, em terceiro lugar, como é posto de lado tudo na forma do Quinto Mandamento (conforme enunciado no Decálogo) que lhe dá feitio e colorido que o adaptam especificamente à Velha Dispensação, substituindo-o uma forma universalizadora:
"para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra."
Com essa citação, Paulo demonstrou que os Dez Mandamentos eram tidos por válidos na Igreja primitiva, porém o povo fazia distinção entre o que temos chamado o moral e o cerimonial, os aspectos permanentes e os locais ou transitórios desses mandamentos.
Acontece o mesmo com Tiago, conforme Dr. Warfield nos lembra. No segundo capítulo, Tiago nos informa que a lei é um todo: não podemos desobedecer a um mandamento sem nos tornarmos culpados de toda a lei. "Dizermos que não violamos a lei quando violamos um só de seus preceitos, teria tanto cabimento quanto dizermos, quando quebramos a asa ou o beiço ou o pedestal de algum vaso de valor, que não quebramos o vaso mas apenas a asa, o beiço ou o pedestal do vaso." Esse princípio, Tiago ilustra pelos Dez Mandamentos.
Não devemos adulterar, mas também não havemos de matar. Pois se guardamos um ou nove dos DezMandamentos e desobedecemos a um deles, transgredimos a lei de nosso Deus. Os Dez Mandamentos constituem uma unidade, e havemos de respeitar a todos eles, inclusive, naturalmente, o mandamento do Sábado.

O Caminho Certo

1. O A.S.D. verifica a impossibilidade de guardar o dia de Sábado de acordo com as especificações do Antigo Testamento. O que era possível em determinadas regiões a que o povo do Senhor estava restrito na antiguidade, hoje ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA não é mais possível. Assim a Sra. White começou guardando o Sábado das seis da tarde até às seis da tarde do dia seguinte. O A. S. D. praticou isso durante dez longos anos.
Então a Sra. White descobriu que devia ser do pôr do sol ao pôr do sol. Teria sido adiada essa mudança, talvez porque se previssem dificuldades em resultado do crescimento da seita? Não há dúvida de que é bíblico observar o sétimo dia de ocaso a ocaso. Mas como seria possível isso em terras onde o sol se põe uma vez em seis meses? Parece, pois, que o não-bíblico "das seis às seis" se adapta melhor às condições universais da Dispensação do Novo Testamento.
Mas, assim que se concede isso, deixa-se o Antigo Testamento e admite-se que uma alteração pode ser introduzida na maneira de se determinar o horário do dia de Sábado.

2. Ademais, o A. S. D. não interpreta o Quarto Mandamento da maneira que a "imutável lei" o exige. Na página 409 de Patriarchs and Prophets (Patriarcas e Profetas) a Sra. White escreveu: "Um dentre o povo, irado por ter sido excluído de Canaã e resolvido a mostrar seu desprezo da Lei de Deus, arriscou a transgressão aberta do Quarto Mandamento, saindo a recolher lenha no Sábado.
Durante a jornada no deserto, tinha sido terminantemente proibido acender fogo no sétimo dia. A proibição não se estendia à terra de Canaã, onde a severidade do clima tornaria muitas vezes uma necessidade o fogo; mas no deserto não se precisava do fogo para aquecimento." É evidente que as palavras em Êxodo 35.2-3: "Trabalhareis seis dias, mas o sétimo dia. .. não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado," não se referem à jornada no deserto somente, mas também à época em que os israelitas teriam de fato moradas, ou seja, em Canaã. Se o A.S.D. quer observar o Quarto Mandamento conforme consta no Êxodo que seus adeptos o façam, mais sem bulir com o sentido literal porque acham ou não necessária sua linguagem clara. O que está em mira não é que às vezes podia haver necessidade de fogo no Dia de Sábado e outras vezes não, mas que as necessárias providências fossem tomadas no sexto dia para essa eventualidade.

3. Não nos resta alternativa senão votarmos para a declaração de que o Quarto Mandamento contém alguma cousa de moral e permanente, como também um fator cerimonial que desapareceu na transição da Antiga para a Nova Dispensação. "O Sábado," declarou Cristo, "foi estabelecido por causa do homem." Não diz: "por causa do judeu."
Mas quanto do Sábado?
Podia-se perguntar por que o NovoTestamento não contém nenhum mandamento específico sobre quanto deve ser guardado e quanto abandonado ou modificado. A resposta é que em nenhum caso foi feito isso. A lei cerimonial desapareceu na sua inteireza; entretanto) não existem séries de ordens sobre quanto da lei mosaica pode ser abandonado.
É verdade que Paulo lutou contra a necessidade da circuncisão no caso dos convertidos dentre os gentios. No caso deles a circuncisão seria uma negação da obra de Cristo que torna desnecessárias as obras da lei. Contudo.não havia nenhuma recomendação contra a circuncisão no caso dos convertidos dentre os judeus. Ficou com a direção do Espírito Santo para guiar a igreja pentecostal gradativamente a um consenso sobre quanto' da lei do Antigo Testamento havia de permanecer.
Assim, em comum com outros cristãos, o A.S.D. não observa a Páscoa; contudo um judeu teria o mesmo direito de dizer ao A.S.D.: "Mostre-me um único texto no Novo Testamento anulando a Páscoa," que tem o A.S.D de dizer:
'Mostre-me um único texto no Novo Testamento anulando o Sétimo Dia."

4. Jesus, referindo-se ao que iria acontecer em 70 A.C., presumiu evidentemente que seus discípulos de início observariam o mandamento do Sétimo Dia, pois recomendou:
"Orai para que vossa fuga não se dê... no sábado" (Mt 24.20). Como podia Ele referir-se a uma alteração futura que dependia de algo que eles ainda não entendiam, a saber, sua ressurreição?

5. É inútil mesmo tentar refutar o argumento de que a mudança sobreveio aos poucos à Igreja neo-testamentária.
A mudança, do sétimo para o primeiro dia da semana, deuse aos poucos e quase imperceptivelmente. Começou muito cedo. Os discípulos são encontrados por Cristo no primeiro dia da semana, uma semana após a sua ressurreíção. (Os adeptos do Sétimo Dia, mantendo que as Escrituras contam o dia de ocaso a ocaso, afirmam que Cristo não se encontrou com os discípulos no primeiro dia da semana e, portanto, não sancionou esse dia. Reuniu-se a eles no segundo dia da semana, pois foi depois do pôr do sol, alegam. O que João 20.19 contradiz claramente: "Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro dia da semana ... " Em João 20.26 lemos: "Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos... veio Jesus ... " De novo dizem os Adventistas: "Isso foi um dia mais tarde, pois "passados oito dias não é a mesma cousa que "no oitavo dia." Mais uma vez, porém, as Escrituras os refutam, pois a maneira oriental de contar o tempo considera o dia inicial como o primeiro dia. Uma semana após a data, que em português se chama sete dias depois, os orientais chamam de oito dias depois. Que "depois de três dias" e "ao terceiro dia" têm sentido idêntico transparece em Marcos 8.31 e Marcos 9.31 (ver o grego). Merece atenção, a esse respeito, que, ao passo que as mulheres, ainda debaixo da dispensação do Antigo Testamento, contavam o dia a partir do pôr do sol até o pôr do sol, o Novo Testamento começa imediatamente a contar o dia de meia-noite à meia-noite: Mateus 28.1.)

Em Trôade, Paulo se reuniu à congregação "no primeiro dia da semana ... com o fim de partir o pão" (Atos 20.7). A igreja em Corinto recomenda-se que ponham de parte suas ofertas para a beneficência cristã no Domingo (1 Coríntios 16.2) .
Por que cargas dágua havia de ser assim recomendado, se o dia oficial do culto ainda fosse o Sábado? Imagine um Adventista pondo de parte suas ofertas para a igreja no Domingo!
A João, a revelação na ilha de Patmos veio "no dia do Senhor." Pois até chegar esse tempo o termo já se fixara firmemente na consciência crístã." (A asseveração do A.S.D., de que "o Dia do Senhor" quer dizer o Sábado porque Jesus disse: "O Filho do homem é senhor também do sábado" (Marcos 2.28), refuta a si mesma. Jesus disse apenas isto: que, como Davi podia em determinadas circunstâncias, fazer certas cousas que eram contrárias ao mandamento, assim também, podia Ele, que era Senhor de todas as causas, Inclusive do Sábado. Já o Didache e Inácio se referem ao DomIngo como "o Dia do Senhor.")

6. O texto principal relativo à mudança do dia é, portanto, Colossenses 2.16-17. Esse texto não anula totalmente o Sábado: confronta o que está desaparecendo, a sombra, com o que permanece, o corpo. "As instituições da lei referidas no ver. 16 prefiguravam em época de promessa aquilo que havia de se tornar real em época de cumprimento," diz um comentarista. Assim a circuncisão da carne era uma "sombra", da qual a circuncisão do coração é o "corpo", de acordo com o contexto (2.11-13). E esse mesmo princípio é aplicado ao Sábado.

7. De acordo com esse ensino e exemplo do Novo Testamento, o A. S .D. não tem a menor partícula de evidência para chamar ao Dia do Senhor "o dia do papa." Se algum papa acabou oficializando a observância do Domingo, isso não prova que antes disso o descanso semanal não fosse observado no Domingo, tal como a formulação da fé da Igreja em Nicéia em 325 não prova que, antes de 325, a Igreja não cresse na verdadeira divindade de Cristo.

8. Conseqüentemente, os escritos primitivos dos Pais da Igreja contêm grande número de referências ao Domingo como sendo o Sábado de repouso que era observado no seu tempo. Essas citações, que podem ser encontradas em muitos panfletos que tratam do assunto, vêm desde A Epístola de Barnabé (100 A.C.) até Eusébio (324 A.C.). E essas citações revelam que de início a Igreja observava os dois dias, Sábado e Domingo (tal como, de início, a igreja judaica praticava a circuncisão e o batismo), porém aos poucos foi sendo compreendido que um viera em lugar do outro.

9. Voltamos confiantes, pois, para o Sinodo de Dordt. Estamos hoje em grande perigo de perder o Sábado que foi feito para o homem no alvorecer da criação. Esportes, passeios e banalidades tomam o lugar do culto para crescentes multidões. Igrejas permanecem vazias por toda a parte. Será que devemos, numa época dessas, tentar dividir a comunidade cristã ainda mais do que já está dividida? Afinal, há apenas duas cousas que todos os cristãos reverenciam em conjunto, a saber: O Livro e O Dia. Disse o Sínodo de Dordt:
"Há no Quarto Mandamento da Lei Divina fatores cerimonial e ético. O fator cerimonial era o descanso no Sétimo dia após a Criação, e a rigorosa observância desse dia, imposta particularmente ao povo judeu. O fator moral está no fato de ter sido apropriado para a religião determinado dia, e de ser exigido para esse fim tanto descanso quanto é necessário para a religião e para sua contemplação santíficada.
Tendo sido abolido o Sábado dos judeus, o Dia do Senhor deve ser solenemente santificado pelos cristãos.
Desde os tempos dos Apóstolos o Dia já tem sido observado pela primitiva Igreja Católica."

Conclusão

O A. S. D. tem outros ensinos estranhos, como por exemplo a idéia original de que "durante todo o período do milênio o mundo fica sem habitantes" e Satanás será "confinado na terra desolada durante mil anos." Tais doutrinas extravagantes, como as do sono da alma e o aniquilamento dos ímpios, são inventadas pelo processo muito simples de citar um ou dois textos sem o menor esforço para compreendê-los à luz de outras passagens; em outras palavras, são fruto da falta de percepção sistemática. Preferimos, porém, passar por cima de algumas dessas idéias e oferecer, à guisa de conclusão, uma avaliação do A.S.D ..

Há muito de louvável no A. S. D. :

1) Adventistas do Sétimo Dia estão realizando uma grande obra para o melhoramento da saúde pública, através de sua revista Vida e Saúde, de seus sanatórios e de suas missões médicas através do mundo;

2) Eles mantêm escolas cristãs gratuitas onde educam seus filhos desde o jardim da infância até a universidade;

3) Sustentam e ensinam muitas doutrinas cristãs cardeais, que são estranhas a outras seitas tratadas na presente
obra;

4) Lutam com sucesso pela santidade do lar, da família e do matrimônio; opõem-se ao mundanlsmo da assistência ao teatro, da dança, do jogo e da filiação a lojas;

5) Envergonham a muitos, se não for a todos, dos demais cristãos pela sua elevadíssima contribuição financeira por cabeça. Não só são todos dizimistas (nesse ponto até os Mórmons envergonham os cristãos), sendo entregues seus dízimos para sustento de suas próprias igrejas, mas além disso contribuem com somas enormes de dinheiro para o trabalho missionário.

Poder-se-á por isso perguntar (como de fato os Adventistas do Sétimo Dia perguntam) por que razão deve ser incluído este capítulo em um livro que trata de "ismos" de natureza muito mais grave?

A essa pergunta a resposta é dupla:
Primeiro, porque os Adventistas do Sétimo Dia é que o exigem. Eles não são esses inocentes que querem acreditemos que sejam quando se queixam dos nossos ataques. Foram eles que iniciaram o ataque contra todas as outras igrejas.
Nem tampouco são sempre coerentes na sua queixa.
Assim, não fica bem para os oficiais dessa seita convidarem o presente escritor a esquecer-se da Sra. White e ler as publicações atuais do A.S.D., enquanto essas mesmas publicações afirmam: "Pela sua ênfase sobre a verdade bíblica, pela sua aplicação de doutrinas específicas, pela sua simplificação das cousas profundas de Deus ... a denominação A.S.D. e o mundo em geral têm uma grande dívida para com Ellen G. White."
Mais ainda: veja-se que base frívola o A.S.D. possui para seguir a alucinação de Ellen G. White do Quarto Mandamento cercado por uma auréola de luz, e para edificar sobre ela um sistema de teologia e uma denominação: compare-se com isso a base firme pela observação do Dia de Descanso no primeiro dia da semana, a qual a Igreja tem encontrado sempre no Novo Testamento. Volte-se então para os irmãos Venden, evangelistas do A.S.D., desfraldando uma após outra suas faixas e açulando vasto auditório até o ponto da loucura coletiva, gritando: "É de Deus o culto dominical?" "Nã-ã-ão!" "É do papa?" "É-é-é-é!" "É do diabo?" "É-ÉÉ-É!"

Perguntamos nós: São cristãos tais métodos de "evangelização"?
Condizem com a piedade que (segundo H. F. Brown) essa "gente maravilhosa" possui e quer que seja reconhecida?
Os métodos pelos quais o A. S .D. procura conquistar adeptos à custa de igrejas que sustentam todos os essenciais do Cristianismo que o A.S.D. confessa e mais aqueles que o A.S.D. nega ou torce, depõem contra os muitos pontos bons que o A. S .D. revela.
Em segundo lugar; o pecado do cisma, de levar a Cristandade a jazer dividida perante um mundo que se vai paganizando, está muito longe de ser inocente. Até então a Igreja Cristã tem possuído sempre duas cousas em que todos estavam de acordo: o Livro e o Dia. O A.S.D. quer mudar tudo isso. Opondo-se às leis do Domingo e semelhantes, não só dá as cartadas para o diabo, mas também coopera na desintegração da influência da Igreja sobre o mundo, e leva para o desprezo o próprio Dia de Descanso que alega respeitar, desprezo que nestes dezoito ou dezenove séculos não se verificava. Esse realmente é um zelo sem conhecimento. Abandone, pois, o A. S. D. os escritos desordenados de uma mulher que sofria grave moléstia, e volte-se para a voz de Barnabé, de Inácio, de Agostinho, de Lutero, Calvino, Bunyan e tantos outros grandes cristãos aos quais Ellen G. White se refere a miúdo em seus livros.

Sobretudo, voltem para o Novo Testamento, que declara que:

1. Jesus ressuscitou dentre os mortos no primeiro dia da semana (João 20.1);
2. Jesus apareceu a dez de seus discípulos naquele primeiro dia da semana (João 20.19);
3. Jesus esperou uma semana, e no outro primeiro dia da semana apareceu aos onze discípulos (João 20.26);
4. A promessa da vinda do Espírito Santo cumpriu-se no primeiro dia da semana - no dia de Pentecoste, que pela lei caía no primeiro dia da semana (Levítico 23.16);
5. No mesmo primeiro dia da semana foi pregado pelo apóstolo Pedro o primeiro sermão evangelístico sobre a morte e ressurreição de Jesus (Atos 2.14);
6. Nesse primeiro dia da semana os três mil conversos unidos à primeira ecclesia neo-testamentária (Atos 6. foram 2.41) .
7. No mesmo primeiro dia da semana o rito do batismo cristão em nome do Pai, Filho e Espírito Santo, foi administrado pela primeira vez (Atos 2.41);
8. Em Trôade, os cristãos reuniam-se para o culto no primeiro dia da semana (Atos 20.6-7);
9. Em Trôade, Paulo pregou aos cristãos reunidos no primeiro dia da semana (Atos 20.6-7);
10. Paulo instruiu os cristãos em Corinto a fazer contribuições no primeiro dia da semana (1 Coríntios 16.2) ;  Folheto: "Why We Observe the First Day of the Weekfor Worship" (Por que Nós Observamos o Primeiro Dia da Semanapara o Culto). (Lord's Day Alliance of the United States, 156 FifthAvenue, Nova Iorque, N. Y.). É digno de nota que a palavra kuriake, "do Senhor", se tornou a denominação reconhecida do Domingo no uso grego cristão; e é hoje, no grego moderno, o vocábulo para Domingo - W. D. Chamberlain em Presbyterian Li/e, VoI. 6, n.o 4.
11. No primeiro dia da semana Cristo veio ao apóstolo João na Ilha de Patmos (Ap. 1.10).

Um teólogo holandês bem expressou essa verdade como segue:
"Desejas saber, ó homem, onde está o Sábado; pergunta onde está Cristo. Encontrá-lo-ás no meio dos cristãos no primeiro dia da semana, e não no meio dos judeus no último.
Pois onde estiver Cristo no meio, aí está o Dia de Sábado.
E essa verdade, de que Cristo está no meio de seu povo no Dia de Descanso, faz desse dia um dia de regozijo espiritual.que deixa longe todos os dias santos e outros dias da semana. Aqui caem por terra todas as questões do que devemos fazer e do que não devemos fazer, aquelas questões dolorosas. Em dia de festa, não nos limitamos aos trabalhos mais estritamente necessários?.. Assim o mandamento para descansar torna-se, dentro de nós, o desejo para descansar, e o exemplo do Sábado do porvir, um Sábado que não terá crepúsculo."
Finalmente: o presente autor lamenta ter que declarar que novo estudo dos dogmas e métodos do A. S. D. acentuou, e não diminuiu, sua convicção de que o A.S.D. (embora seus adeptos sejam evidentemente sinceros, e haja entre eles muitos cristãos), como movimento, é perigoso.

Essa conclusão baseia-se nos dois seguintes fatos:
1. Em seu zelo pelo sétimo dia, o A. S .D. excede em muito os limites do bom senso e da sobriedade. Se o A.S.D. tivesse permanecido satisfeito em manter seu ponto de vista peculiar do Sábado na qualidade de irmãos cristãos diríamos:
"É pena; nós o lamentamos, mas o Senhor resolverá o assunto. Afinal a salvação não depende disso." Mas o A.S .D. em seus periódicos oficiais condena os demais cristãos em linguagem do seguinte tipo:
"Mas o que as forças da tirania realmente querem neste pais é o favoritismo e monopólio religiosos para determinado grupo de religionistas. Querem que sua marca particular de religião seja ensinada nas escolas públicas, não respeitando os direitos de outros cidadãos. Querem que seu particular dia de descanso seja impingido à nação por meio de leis estaduais, federais e municipais, em lugar de deixar em liberdade o povo para descansar de acordo com os ditames de sua própria consciência. Pouco a pouco, trustes religiosos estão fazendo pressão sobre as autoridades para que regulem a vida religiosa do povo americano de conformidade com os ditames de uma assim-chamada maioria relígiosa. ("Adventistas do Sétimo Dia em Mineápolis registraram sua "oposição inalterável" à renovação das leis de encerramento dominical nos níveis estadual, de condados, ou municipal" (Christian Century de 6 de maio de 1959).)
"Quando os patriotas americanos divorciaram assuntos eclesiásticos do governo civil neste país, ergueram a bandeira da liberdade religiosa sobre a rocha sólida da verdade eterna. A maioria do povo, no que diz respeito à religião, não está com a verdade. 'Pois larga é a porta e espaçoso entram por ela, porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. Mateus 7.13-14.

De que maneira podemos escapar à conclusão que essas linhas dão a entender:
a) Que todos os que defenderam e defendem a observânciado Domingo e a "santificação" do dia são tiranos e inimigos da liberdade religiosa, inclusive os autores da liberdade tão elogiados no mesmo parágrafo (pois não há dúvida que eles impuseram a observância semanal no Domingo);
b) Que, assim que haja uma pequena minoria com pontos de vista estranhos a respeito do Sábado, o Estado deve abandonar de vez todos os seus esforços para tornar pelo menos exteriormente cristã a vida nacional;
c) Que aqueles que observam no primeiro dia da semana o descanso semanal estão caminhando para a destruição.
Essa última opinião se expressa de muitos modos em muitas publicações do A.S.D.. É um tanto extravagante e arrogante.

Isso, porém, não é nada em comparação com o seguinte:
2. O A.S.D., ao fazer depender a salvação da observância da lei (especialmente, é claro, sua própria interpretação do Quarto Mandamento), volta para o Judaísmo - não para a religião pura do Antigo Testamento, mas para aquela religião falsa de auto-soterismo que é conhecida por Judaísmo. Como todos os cristãos evangélicos, os Adventistas do Sétimo Dia afirmam que a graça salvadora de Deus renova o homem de maneira a escrever a lei no seu coração.
Muito bem. Segue-se daí que a guarda da lei não é necessária para a salvação, mas antes é um resultado inevitável da salvação. Segue-se também que, quando dois grupos de cristãos se acham em divergência a respeito de algum ponto secundário dessa lei, não poderão perder-se quando o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que vivem de acordo com a luz que possuem. O A.S.D., porém nega sua pretensa fé na salvação sem obras ao escrever:
"A santificação é uma parte distinta e de magna importância da redenção... O verdadeiro Sábado de Deus, o sétimo dia da semana, é declarado como o sinal da santificação nestas palavras... Êxodo 31.13 e Ezequiel 20.12.
"Sim, a prova virá na questão da obediência aos mandamentos de Deus. .. O que precisamos lembrar ao aproximarmo-nos da prova final é que Deus distribuirá recompensas justas. .. Então se formos fiéis até ao fim, ainda que tenhamos que fazer o supremo sacrifício a fim de manter nossa fidelidade a Deus, despertar-nos-emos a ouvir sua voz melodiosa dizendo: 'Bem está ... entra tu no gozo do teu Senhor.' Tal será a recompensa de quantos passarem com êxito na prova final."
Evangelista D. E. Venden, em suas conferências mimeografadas, chega a referir-se à recusa de se observar o sétimo dia como "o pecado que não tem perdão", fazendo referência a Mateus 12.32 e Hebreus 6.4.

Dessa ênfase errônea resultam duas cousas:
a) Que o A. S. D. exige, para o batismo, uma confissão de que a Igreja A.S.D. "é a Igreja remanescente" (excluindo todas as demais!); e
b) Que o A.S.D. se coloca sob a condenação de que Paulo fala aos Gálatas: "Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará." Com esta última afirmação, porém, não condenamos homens individuais (não somos inspirados como era Paulo), porém o sistema a que se apegam.

E Assim Por Diante, Ad Infinitum

Houve verdadeiro rebu1iço em 1956 e 1957, quando os homens de Takoma Park bradaram alto e bom som que dois evangélicos, Donald Grey Barnhouse e W. R. Martin, após prolongado estudo e vários dias de visitas a líderes e bibliotecas
do A. S. D., tinham chegado à conclusão de que, daí em diante, o A. S. D. deveria ser classificado entre as igrejas essencialmente ortodoxas, ou seja, evangélicas. Citações de escritores de outros tempos que tinham declarado que o A. S. D. era "são como um coco" em todas as doutrinas primárias, foram acrescidas a ameaças arrogantes de que, de futuro, convinha que os evangélicos tomassem cuidado antes de condenar mais esse "maravilhoso povo do Senhor."
A refutação, porém, não se fêz esperar e veio decisivamente à medida que, um após outro, os defensores evangélicos da fé rejeitaram os artigos tanto de Barnhouse como de Martin na revista Eternity e sustentaram que o A. S. D. :
1) jamais denunciou sua pseudo-profetisa Ellen G. White;
2) jamais se retratou de alguma de suas doutrinas falsas,
nem - 3) jamais renunciou sua exclusão perene do Reino - quer agora ou finalmente - de todos quantos deixam de aceitar seus dogmas. Uma lista parcial de escritores durante o referido tempo de confusão consta do nosso Christianity Versus the Cults (O 'Cristianismo vs. as Seitas), págs. 100-102.
Publicações posteriores de Takoma Park tem confirmado de sobejo o ponto de vista da vasta maioria dos evangélicos.
Como um dos exemplos principais podemos citar o livro: Seventh-Day Adventists Answer Questions on Doetrine, an Explanation of Certain Major Aspeets of Seventh- Day Adventist Belief (Adventistas do Sétimo Dia Respondem a Perguntas sobre Doutrina, uma Explicação de Certos Aspectos Principais da Crença Adventista do Sétimo Dia) (Review and Herald Publishing Association, Washington, D.C., 1957).
Esse livro de 720 páginas contém grande quantidade de conversa dobre, concedendo com uma mão e tomando de novo com a outra. Como todas as publicações do A.S. D. recusa-se persistentemente a responder as asseverações e citações evangélicas que provam que o sétimo dia foi substituído pelo primeiro dia em data primitiva da história da Igreja.
Pior do que isso, os defensores do sistema continuam aqui a confundir a doutrina da livre graça com a alegação de que algum dia, ninguém sabe quão breve, "A Igreja dos Remanescentes" consistirá daqueles que obedecem os Dez Mandamentos (destacadamente o Quarto Mandamento, tomado ao pé da letra) e que adotam integralmente o "Programa de Reforma de Saúde" do A. S. D.; e que, fora disso, não haverá salvação. Basta o testemunho da seguinte citação:
"A sua pergunta, pois, sobre se a Sra. White sustentava que todos que não compreendem nem observam o sétimo dia como o Sábado agora tem a 'marca da besta', a rosposta é, definitivamente, NÃO.
"Sustentamos a firme convicção de que milhões de cristãos consagrados de todas as fés através dos séculos passados, como também os de hoje que sinceramente confiam em Cristo seu Salvador para a salvação e o estão seguindo de acordo com a melhor luz que possuem, são indubitàvelmente salvos ...
"Os Adventistas do Sétimo Dia interpretam as profecias referentes à besta e à recepção de sua obra, como sendo algo que será focalizado nitidamente logo antes da volta do Senhor em glória. Nosso modo de entender é que, nessa ocasião, essa questão se tornará uma prova universal" (págs. 184-185).
Deve estar claro logo que tal confissão indiferente explica muito da atitude de duas caras de ministros do A.S.D. para com os cristãos em outras denominações, pois:
1) Admitem que outros talvez sejam cristãos e que se possa trabalhar com eles como tais (em associações de pastores, por exemplo); contudo sustentam que, mais dia menos dia, todos precisam ser levados a reconhecer seus erros e ã. conformar-se com o programa do A.S .D.; caso contrário, estarão eternamente perdidos;
2) Acham que está direito coletar dinheiro de "outros cristãos" mediante propaganda feita de casa em casa, e anunciar mais tarde que essas ofertas vieram do povo do Senhor, ou seja, do A.S.D.;
3) Acham admissivel, e mesmo inteligente, deixar de anunciar a fonte de programa de rádio "A Voz da Profecia" e da irradiação de televisão "Fé para Hoje", uma vez que há, afinal de contas, apenas uma forma verdadeira de Cristianismo, e todos vão caminhando na direção do A.S.D. Que não hesitam em camuflar sua propaganda, vê-se também no fato de que sua última publicação: Seventh-Day Adventists, Faith in Action (Adventistas do Sétimo Dia - Fé em Ação) foi escrito por um "não-Adventista" e publicado pela Vantage Press, não pelas suas próprias colossais facilidades publicadoras.
Finalmente, um recém-convertido do A. S .D. para a Igreja Batista escreve, com fartas citações de fontes autênticas do A.S.D., que, nas publicações destinadas ao consumo interno (para obreiros do A.S.D., etc.) é muito maior a ênfase dada à necessidade da unanimidade de crença no A.S.D. ("Estamos firmes com os pioneiros. .. Não precisamos de novas doutrinas") do que nas publicações destinadas a fins de propaganda. O autor em apreço converteu-se, junto com a esposa, pela leitura sincera e piedosa da própria Bíblia, sem comentários "inspirados" e acréscimos do A.S.D., especialmente sua leitura da Epístola aos Hebreus e do capítulo 10.12 em particular. Ele sustenta que, por causa de sua crença na salvação pela graça somente, sem as obras do legalismo, muitos adeptos de destaque do A.S.D. têm sido expulsos, ou se têm retirado voluntariamente, e que no seu país há centenas cujos olhos estão sendo abertos para a verdade e que têm abandonado o A. S .D. (G. L. Crosbie: S.D.A. in New Zealand and Australia" (O A.S.D. na Nova Zelândia e na Austrália) em The Sunday School Times de 20 de dezembro de 1958.)

Assita ao Vídeo: Como Encontrar Paz

Extraído do Livro: O Caos das Seitas 

Editora Imprensa Bíblica Regular - IBR

Por Jan Karel Van Baalen

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