A CRUZ E ALMA

 Em pelo menos quatro ocasiões separadas, registradas nos

Evangelhos, o Senhor Jesus chama a seus discípulos a negar a vida da
alma, a entregá-la à morte, e todo crente que quer seguir ao O Senhor e ser
perfeito reconhece plenamente que isto é o que deve ser feito para
obedecer a Deus. O Senhor Jesus menciona a vida da alma em todas essas
chamadas, embora com ênfase diferente em cada uma. Como a vida da
alma apresenta-se de várias formas, o Senhor dá ênfase a uma diferente a
cada vez. Todo aquele que queira ser um seguidor do Senhor deve prestar
atenção ao que Ele diz. Está instando os homens a que entreguem sua
vida natural na cruz.
«E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é
digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem
perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.» (Mt. 10:38,
39).
Ao dizer «vida» se entende ser a vida da alma. Esses versículos nos
chamam a renunciar à vida da alma e entregar à cruz por amor do Senhor.
O Senhor Jesus explica como os inimigos do homem serão os de sua
mesma casa; como o filho, por amor do Senhor, se enfrentará contra seu
pai, a filha contra sua mãe, a nora contra a sogra. Isto constitui uma cruz e
a cruz denota ser crucificado. Nossa inclinação natural é querer a nossos
amado e nos deleitar com eles. Somos felizes ao escutá-los e estamos
ansiosos de responder a suas chamadas.
Mas o Senhor Jesus chama a não nos rebelar contra Deus por causa
de nossos amados. Quando o desejo de Deus e o desejo do homem estão
em conflito, temos que tomar nossa cruz, por amor ao Senhor, e entregar
nossos afetos anímicos à morte, embora a pessoa que amamos seja íntima
para nós e embora sob circunstâncias ordinárias resistiríamos em feri-la. O
Senhor Jesus nos chama desta forma a que sejamos desapegados de nosso
amor natural. É por esta razão que Ele declara que «o que ama a seu pai
ou a sua mãe mais que a mim, não é digno de mim» (v. 37).
«Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a
mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria
vida, não pode ser meu discípulo. Quem não leva a sua cruz
e não me segue, não pode ser meu discípulo.» (Lc.
14:26,27).
Pois bem, Mateus nos mostra na questão do afeto que os crentes
deveriam escolher amar primeiro ao Senhor, mais do que à própria
família.
Em Lucas significa que atitude deve ser mantida para o amor que
surge de nossa vida anímica: deveríamos aborrecê-lo. Falando de modo
estrito, não podemos amar simplesmente porque os objetos de nosso afeto
são aqueles a quem amamos com amor natural. Por próximos e amados
que sejam nossos pais, irmãos, irmãs, esposas e filhos, são postos na lista
como proibidos. Este amor humano flui da vida da alma que se adere aos
desejos do coração e reclama amor em troca. O Senhor sustenta que esta
vida da alma deve ser entregue à morte. Embora nós agora não vejamos a
ele, Ele quer que nós O amemos. Ele quer que neguemos nosso amor
natural. Ele quer que nos desprendamos de nosso amor natural para
outros a fim de que nós não amemos com nosso próprio amor.
Naturalmente, Ele quer que amemos aos outros, mas não com nosso afeto
natural anímico. Se amamos, que seja por amor ao Senhor e não por amor
a eles. Nos chega uma nova relação no Senhor. Nós temos que receber do
seu amor a fim de poder amar a outros. Ou seja, nosso amor deve ser
governado pelo Senhor. Se Ele quiser que o façamos, devemos amar
inclusive a nossos inimigos; se Ele não nos pedir que o façamos, não
podemos amar nem mesmo a nossos queridos de casa.
Ele não quer que nosso coração esteja apegado a nada, porque quer
que O sirvamos livremente.     LER MAIS...
 

 

 

 

 

 

 

 

 

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