CATÓLICOS CARISMÁTICOS E PENTECOSTAIS CATÓLICOS

É de todo dia! E a velha alegação! Nasci nessa religião e nela hei de morrer- E a pessoa nem quer ouvir o Evangelho. Ou se o ouve é com o maior desinteresse. Já tem seu ponto-de-vista firmado.
É o preconceituoso.
Há também nos meios evangélicos muita gente preconceituosa em matéria de fé. Por qualquer mo­tivo, menos pelo de real convicção, abraçou determinada denominação. Jamais questionou suas doutrinas e práticas à luz das Escrituras Sagradas. Ne­la firmou raízes, granjeou amigos e obteve cargos e responsabilidades. Se alguém lhe diz algo con­trário a sua denominação, ao invés de examinar a assertiva, zanga-se com o interlocutor. E se admite discutir o assunto, exalta-se, altera-se na sua paixão desassisada. Isto e o autentico fanatismo. E também orgulho que o impede reconhecer a possi­bilidade de laborar em engano.
Certa vez perguntei num momento de intensa tranqüilidade a um celebre, "líder" evangélico se ele tinha alguma base sólida na Bíblia que justi­ficasse sua crença no batismo infantil. Ele, com os olhos marejados de lagrimas, pensou por alguns instantes, olhos fixamente em mim e disse-me: "o irmão não pode esquecer que sou dessa denominação e ela exige que assim se areia."  Fiquei estarreci­do com a explicação do meu interlocutor que me parecia pessoa seria e honesta em sua crença.
Sou salvo, não por fanatismo, mas por con­vicção. Contudo não me considero fanático. Já fui "padre" e abandonei tudo aquilo. Minha convicção cristã parte de haver eu adotado a Bíblia como Única Regra de Fé e Prática. Excluo, por conse­guinte, toda e qualquer outra Fonte de Revelação Divina.
Considero que a leitura deste artigo poderá causar estranheza em muita gente. Seria por isso muito importante que cada um o lesse despido de todo e qualquer preconceito. Lesse-o com inteli­gência e desejo de se esclarecer.
As Sagradas Escrituras nos ensinam acerca da existência de muitos dons. Não somente dons natu­rais, como o da saúde, o da música, o da poesia etc. Mas, sobretudo elas nos falam de dons espiri­tuais concedidos pelo Espírito Santo aos crentes. Ele os concede segundo Sua Vontade, "repartindo particularmente a cada um como quer" (I Cor. 12: 11) e "para o que for útil" (idem v.7). Se a Igreja é um corpo e cada um de nós um de seus membros, cada um de nós, a semelhança dos membros do corpo, tem responsabilidades e atribuições específicas. Os dons são dados a cada um na medida de sua uti­lidade. Portanto, ninguém pode se envaidecer de determinado dom que o Espírito Santo lhe outorgou. Em receber um dom específico não vai mérito algum da parte de quem o recebe.
Estou seguramente convencido que o Espírito de Deus me atribuiu o dom de discernir os espíri­tos (I Cor.12:10)
Espíritos são indivíduos que vivem nesta terra. João em sua Primeira Epístola a eles se refe­ria. Há espíritos, ou seja, indivíduos que negam a Verdade sobre Jesus Cristo. Outros recusam ou­tros ensinos da Palavra de Deus. O Espírito Santo dá a alguns servos do Senhor esta capacidade de discernir, avaliar bem, distinguir, discriminar essas pessoas heréticas e suas heresias.
No passado, ninguém como Paulo Apóstolo o teve e o exercitou. E graças ao cumprimento desse dom herdamos de sua pena inspirada o seu luminoso Epistolário e de forma singular a Epístola aos Romanos e a aos Gálatas distinguidas pelo aguerrido combate a heresia.
O exercício desse dom, que jamais dispensa o estudo sério, diuturno e correto das Escrituras Sagradas, é árduo e acarreta antipatias. Outros dons podem mesmo granjear aplausos.
Cumpro-o sabendo de minha responsabilidade e no propósito de satisfazer o plano de Deus na mi­nha vida. E isto plenamente me satisfaz.
Estas páginas fazem parte do cumprimento desse meu dever. Alegro-me, pois, de vê-las publica­das e mais ainda me alegrarei por saber de pes­soas esclarecidas por sua leitura.
Minha "oração é no sentido de ver nosso Se­nhor Jesus Cristo glorificado por crentes dispos­tos a obedecer com absoluta lealdade a Sã Doutri­na das Escrituras e a divulgar a Verdade do Evan­gelho expungida de qualquer mescla de erro para que almas se salvem pela fé no Senhor Jesus Cristo, o Justo que padeceu pelos injustos para levar-nos a Deus; e pela fé cresçam na vida espiritual.

S. Paulo, 23 de "Abril de 1982
Dr. Aníbal Pereira dos Reis (Ex-Padre)
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Desde sempre...

Por que esse espanto? Essa admiração toda? Católicos carismáticos sempre houve. Ou seja, ca­tólicos dotados de carismas ou "dons" extraordinários de curar, profetizar, falar línguas "estra­nhas".
A verificação é fácil. A religião católica se incrementou na Velha Europa e depois nas Américas por meio da atuação portentosa dos chamados SANTOS distinguidos por graves nevropatias, ou acentuado histerismo ou por admirável capacidade de mistificação.
Francisco de Assis é um deles. Outra é Brigida cujas alucinações estimularam o desenvolvi­mento da anômala doutrina do purgatório. Nostradamus tornou-se celebre ate hoje por suas profe­cias.
Na Alta Idade Media sobressaíram os flagelantes. Originários de Perusa, na Itália, alastraram-se por toda a Europa Ocidental. Aos bandos promíscuos de moços, crianças e velhos de ambos os se­xos, muitas vezes todos nus, percorriam as cidades clamando, cantando, urrando em linguagem adoidada e desconexa, penitenciando-se com açoites e dai o seu nome de flagelantes.
O processo de canonização do "padre" José de Anchieta, o primeiro "santo" brasileiro, se replena de fantásticos prodígios. Em meu' livro: AN­CHIETA: SANTO OU CARRASCO? consigno alguns desses fantasmagóricos portentos.
A meta visada e sempre a mesma. Sustentar nos redutos populares o prestígio da religião.
Em nosso País, além dos santuários e basíli­cas tradicionais como a de Aparecida, centro con­vergente de volumosas massas de romeiros, tem surgido sacerdotes revestidos de excepcionais poderes extraterrenos (?). Nos princípios da década de 40 celebrizou-se o frei Eustáquio, então vigá­rio em Poá, Estado de S. Paulo, e que terminou seus dias em Belo Horizonte, Minas Gerais, tendo sua memória perpetuada no nome de um bairro da Capi­tal Mineira por lá haver, com sua morte, concluí­do suas atividades milagreiras. Conheci-o pessoalmente em 1941. Passando por Campinas, Estado de S. Paulo, visitou nosso Seminário. Aguardava-o um médico materialista e desenganado paralítico de mais de vinte anos de enfermidade. Para contentar sua mulher, aquela dedicada companheira que gastara sua melhor mocidade a cabeceira do marido, anuíra ser apresentado ao frade curandeiro. Deitado ali numa cama, um sorriso sardônico exteriorizava sua incredulidade materialista. Ouvi-o a dizer: se a ciência nestes vinte anos nada pode, que poderá fazer esse padreco imbecil?
Eu assisti! O "padreco imbecil" aproximou-se do leito. Fixou seus olhos azuis nos olhos zombeteiros do médico paralítico. Apenas alguns segundos. Determinou-lhe: levante-se! Nada rezou. Ne­nhum tremelique. Não o tocou. Não invocou "santo" algum. Só essa palavra: 'levante-se! e o médico ergueu-se sobre suas próprias pernas. A princípio cambaleante. Firme e seguro na medida em que de­senvolvia seus passos percorreu dependências do Seminário. Reintegrou-se na sociedade. Reassumiu suas antigas atividades profissionais. Curado em definitivo, nunca mais sentiu qualquer problema nas pernas que reconquistaram o primitivo vigor. E o seu coração recobrara o fervor católico dos distantes tempos de criança.
Em fins da década de 40 tornou-se famoso o "padre" Antônio Pinto, vigário de Rio Casca, da arquidiocese de Mariana, também em Minas Gerais. Seguiu-o nos anos 60 o "padre" José Donizeti, de Tambaú, no Interior do Estado de S. Paulo.
Nestes parágrafos lembrei apenas alguns pou­cos nomes e um ou dois episódios dos muitos, mui­tíssimos nomes e fatos espetaculosos do catolicismo, cuja história é a historia do embuste mais deslavado. Alias, seus sacramentos outra coisa não são senão mistificações. Sua doutrina da eucaris­tia, da missa e da hóstia consagrada, resume to­das as aberrações de sua desvairada teologia.


Origem dos atuais católicos carismáticos

Adjetivei-os na condição de atuais porque, repito, desde sempre a religião romanista criou e prestigiou seus fieis, suas freiras e seus cléri­gos carismáticos. Se o indivíduo não foi carismá­tico, isto é, se não possuiu algum "dom" prodigioso, impossível ser canonizado "santo". Uma das mais rigorosas exigências, a principal, do processo canonizatório e a da prova ou comprovação das virtudes heróicas do candidato feita através de milagres. Cada estagio da canonização: o da introdução do processo quando os postulantes do concorrente são obrigados a fundamentarem sua petição em três prodígios, o da declaração de sua bem-aventurança e o da canonização propriamente dita, requer a demonstração de pelo menos três porten­tos de "veracidade comprovada".
O Concilio Vaticano II marcou uma fase de transição do catolicismo romano. Por sentir a ur­gente necessidade de se adaptar as novas condi­ções econômico-político-sociais e religiosas do mundo, a hierarquia clerical alvitrou conformar-se a elas.
De resto, é a velha tática do clero. Toda vez que é chamado à encruzilhada histórica de adap­tar-se ou morrer, prefere, para não morrer, aco­modar-se as novas conjunturas. Já que nunca pode transformar as estruturas sociais, a elas se en­caixa.
Este foi o principal objetivo do Concílio Ecumênico Vaticano II, que, na artimanha de adap­tação, se abriu em leque em atuações diversifica­das. No terreno sócio-político desfraldou bandei­ras socialistas e na área religiosa arreganhou aberturas ecumenistas.
O ecumenismo, examinei-o no livro de minha lavra O ECUMENISMO: SEUS OBJETIVOS E SEUS MÉTO­DOS, intenta também o retorno à comunhão vaticana das seitas dela dissidentes como os luteranos e os anglicanos em todas as suas ramificações.
Essas seitas católicas afastadas da barca pontifícia, vulgarmente conhecidas como protestantes, aceitaram o assédio ecumenista do clero romano e na mesa comum do "dialogo" seus representan­tes tem se sentado no afã de aparar as arestas responsáveis pelo seu distanciamento da comunida­de vaticana.
João Paulo II, repito pela milésima vez, e o sumo pontífice que o romanismo atual precisava. Veio na hora exata. Sua exuberante atuação e fir­mada no programa consciente de capitalizar o má­ximo em todos os espaços (políticos, sociais, fi­nanceiros e religiosos). Usufrutuário de prestí­gio multissecular do cargo de soberano pontífice da mais rica e poderosa religião do mundo, em be­nefício dela própria, João Paulo II se empenha ao extremo.
Sua próxima viagem a Inglaterra, prevista para Agosto deste ano de 1982, visa a respaldar as últimas decisões dos encontros ecumênicos do cle­ro das duas seitas: a vaticana e a anglicana. Com certeza o seu pontificado se assinalara na histo­ria do romanismo pela consumação do regresso dos anglicanos e parte dos luteranos ao seio da "san­ta madre".
Dado o seu desenvolvimento no meio das mas­sas populares o pentecostalismo chamou a atenção da hierarquia vaticanista.
Se a manobra do "dialogo" ecumenistizante vem dando certo com os anglicanos, luteranos e ortodoxos, pelo menos de inicio era inviável e im­produtiva com os pentecostalistas. Distinguem-se estes pelo exercício dos "dons espirituais" ou "carismáticos" incentivados na exaltação das emoções.
Destarte a hierarquia resolveu penetrar nas áreas pentecostalistas valendo-se de suas pró­prias praticas.
Praticas estas, outrossim, próprias da atuação do clero romanista no decurso de sua existência.
A perspicácia clerical verificou com acerco ser a nação norte americana o lugar mais conve­niente para o início de sua atual investida carismática.
A hierarquia vaticana e genial em seus pla­nos e na execução deles. Começa por aí: para cada empreendimento específico tem o indivíduo especi­fico adrede preparado.
Nesta empresa 'o indivíduo talhado foi o sa­cerdote jesuíta Edward O'Connor, da Universidade Católica de Notre Dame. Mentor espiritual de Ste­ve Clark e Ralph Martin Keiter, considerando-os adequados instrumentos na sua investida, resolveu usá-los na explosão carismática vaticana tendente a ecumenistizar os pentecostalistas. Colocou-lhes nas mãos, em princípios de 1966, os dois livros: A CRUZ E O PUNHAL, de David Wilkerson, e ELES FA­LARAM EM OUTRAS LÍNGUAS, de John Sherril. Lendo-os, segundo as previsões de O'Connor, assimilaram sua orientação e passaram a freqüentar "reuniões de poder" dos pentecostalistas.
Clark e Keifer, dois leigos católicos engajados nos Cursilhos de Cristandade, o movimento de­sencadeado pelo clero após o Concilio Vaticano II com o propósito de dinamizar as praticas religio­sas entre os fieis católicos em função do ecume­nismo.
Comprovaram ambos a sua acertada escolha pe­lo jesuíta O'Connor pois sentiam as mesmas expe­riências pentecostalistas influenciados que eram por aquelas "reuniões de poder".
O seu preparo excedeu as mais otimistas ex­pectativas de seu mentor espiritual. Devidamente preparados, portanto, compareceram Keifere Clark, no Outono de 1966, à Convenção Nacional dos Cursilhos de Cristandade, celebrada em dependências da Universidade Católica Duquesne do Espírito Santo, na cidade de Pittsburg, Pennsylvania. Se os rela­tórios das atividades ecumenistas revelavam pro­gresso em certos meios protestantes, em geral, tam bem demonstravam o fracasso delas nos círculos pentecostalistas.
Steve Clark e Ralph Keifer tiveram então a oportunidade de dar seu testemunho de atuação po­sitiva nesses ambientes ate então refratários ao "diálogo" ecumenista. Falaram sobre aqueles dois livros pentecostalistas e espalharam exemplares deles a muitos companheiros cursilhistas.
À terminada Convenção dos Cursilhos sucedeu um espontâneo (?) encontro de pessoas despertadas pela palavra de Clark e Keifer e interessadas nas novas experiências.
O ambiente daquela colina batida por constante brisa forte do Outono facilitou o cenário do pentecostal "vento impetuoso". As reuniões, por seu turno, criaram o clima psicológico favorável à ocorrência do chamado batismo no Espírito Santo dos moldes pentecostalistas.
Com efeito, as manifestações carismáticas não se fizeram retardar. E no ambiente de extrema excitação nervosa predominaram as línguas "estra­nhas".
Deu-se o inicio do novo surto pentecostalista nos horizontes romanistas.


Carismáticos sem fronteiras

As pessoas do grande grupo de participantes daquele primitivo encontro de Pittsburg espalha­ram-se e levaram sua mensagem pentecostalista a outros recantos e regiões da América do Norte.
No intento de permear também a elite norte americana o clero Vaticano instalou naquele pais muitas universidades católicas dentre as quais se sobreleva a de Notre Dame, famosa inclusive por suas apresentações esportivas.
Ainda manipulados pelo sacerdote jesuíta Edward O'Connor, Ralph Keifer e Steven Clark se introduziram nessa Universidade. No verão de 1967, apenas um ano depois do ocorrido na Universidade de Duquesne do Espírito Santo, considerável parte das três mil pessoas participantes do curso de extensão em matérias adiantadas, foi atingida pe­la nova experiência. Procedentes de muitas zonas do país, cada uma levou para sua terra o recado carismático. Tudo, de resto, se cumpriu consoante o planejamento do jesuíta O'Connor.
Ainda em Pittsburg passou a sobressair na maré montante do pentecostalismo católico o casal Kevin e Doroty Ranaghan, que, por sinal, se tor­nou conhecido também no Brasil com o seu livro CATÓLICOS PENTECOSTAIS vertido para o nosso idio­ma com sua larga difusão a partir de 1972 sob a responsabilidade da editora pentecostalista O. S. BOYER, de Pindamonhangaba, Interior Paulista.
Esse livro incentivou considerável simpatia do pentecostalismo brasileiro para com o movimen­to carismático romano.
Até então os pentecostalistas acerbamente corri batiam as crassas práticas idólatras romanístas. Daí por diante tornou-se difícil ouvir-se um de­les levantar a voz nesse sentido. E se ocorre, carregam-no de duras reprimendas os irmãos de "segunda benção".
O surto pentecostalizante tem avassalado tradicionais denominações protestantes e evangélicas.
O casal Ranaghan, em seu livro, sem quaisquer subterfúgios, admite: "um dos mais ricos frutos desse movimento carismático contemporâneo é a união dos cristãos de muitas denominações, no Espírito de Jesus. Episcopais, luteranos, presbiterianos, metodistas, batistas, discípulos, nazarenos, ir­mãos, assim como pentecostais denominacionais tem se tornado nossos queridos irmãos e irmãs em Cristo, unidos pelo batismo com o Espírito Santo" (p. 282).
Releva frisar serem católicos os Ranaghan. Segundo a opinião deles o apelidado batismo no Espírito Santo a todos nivela dissolvendo todas as barreiras doutrinárias.
Os resultados positivos prognosticados pela hierarquia clerical com a incursão carismática nos domínios pentecostalistas e pentecostalizados do protestantismo e das denominações evangélicas surgiram muito antes do tempo previsto.
Os autores do livro CATÓLICOS PENTECOSTAIS se tornam irreprimíveis em sua vitoriosa e objetiva conclusão: "... um saudável aspecto ecumênico se desenvolveu no movimento e tem sido tremenda­mente frutífero..." (p.195).
O monge beneditino brasileiro Estevão Bettencourt, com otimismo lastreado na realidade, chega a igual conclusão: "O ecumenismo (tendência a aproximação crescente das diversas denominações cris­tas entre si) constitui uma nota forte do pentecostalísmo católico. A este titulo, o movimento merece aplausos e apoio" (in PERGUNTE E RESPONDE­REMOS, 149/1972, p.238).
Harold J. Rahn e outro jesuíta. Veio dos Estados Unidos para o Brasil investido da incumbência de fomentar aqui o desenvolvimento carismático. Sobre a matéria já escreveu o livro SEREIS BATIZA­DOS NO ESPÍRITO SANTO. Sem quaisquer rebuços de­clara: "...tenho visto o movimento pentecostal favorecer melhor o entendimento ecumênico, em pouco tempo, que discussões teológicas, por um longo período" (p.22). "Freqüentemente, são (os pentecostais católicos) abertos a ponto de apreciar, e mesmo aceitar, muitas das proposições que nos são caras" (ps.21,22).
Os pentecostalistas, de fato, a todos e a tudo nivelam por sua experiência característica. Despidos de convicções bíblicas concordam com todos e com todos se unem desde que passem pelo seu chamado batismo no Espírito Santo que, diga-se a bem da verdade conquanto de passagem, nada tem a ver com o Evento do dia do Pentecostes segundo o re­gistro de Atos 2.
Rahn tem toda a razão! Os católicos carismá­ticos não se preocupem! Não precisam por causa dos pentecostalistas abrir mão dos seus aberrantes dogmas. Os pentecostalistas e pentecostalizados aceitam as mais queridas proposições vaticanas.


O reavivamento romanista

Página a página as Escrituras Sagradas recu­sam desvios da Palavra de Deus. Se o Ministério de Paulo Apóstolo se destaca pelo impulso missio­nário, sobressai-se muito mais pelo seu zelo em defender a pureza da Verdade do Evangelho. Seu Epistolário e o vigoroso terçar da Espada do Espírito contra as adulterações da Sacrossanta Verda­de.
Seu desvelo leva-o a exigir dos crentes o afastamento daqueles trânsfugas da rota segura da Sã Doutrina: "E rogo-vos, Irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a Dou trina que aprendestes; desviai-vos deles'" (Rom. 16:17). "... DESVIAI-VOS DELES".
João échamado de o Apóstolo do Amor. E no apanágio de Apóstolo do Amor estabelece: "Todo aquele que prevarica, e não persevera na Doutrina de Cristo, não tem a Deus; quem persevera na Dou­trina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz esta Doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis" (II Jo. 9-11).
Pergunto eu: que parceria, que entendimento, que aproximação no terreno doutrinário e na vivência espirituais pode haver entre os católicos ca­rismáticos e os autênticos evangélicos? Entre eles e os pentecostalistas decerto e possível o enten­dimento.
As experiências carismáticas católicas ao invés de tornarem seus sujeitos mais receptivos ao Puro Evangelho, impelem-nos a se reafervorarem nas práticas de sua falsa religião. Ao invés de moverem-nos a questionar à luz das Escrituras os seus dogmas, estimulam-nos a mais firme adesão a apelidada "igreja".
Kevin e Doroty Ranaghan são honestos em anunciar o fato: "O MOVIMENTO PENTECOSTAL NÃO SEPAROU OU EXCLUIU OS CATÓLICOS DE SUA IGREJA. AO CONTRA­RIO RENOVOU O SEU AMOR PELA IGREJA E EDIFICOU UMA FE VIVA NA COMUNIDADE CATÓLICA" (p.73).
Desde o princípio do surto carismático em Pittsburg vem se ressaltando o acontecimento: "TODOS EXPERIMENTARAM UM INTERESSE MUITO MAIOR EM PARTICIPAR DA VIDA SACRAMENTAL DA IGREJA DO QUE ANTES" (p.32).
Rahn confirma: "UM CRISTÃO, CUJA VIDA É CON­DUZIDA PELO ESPÍRITO, NÃO PORÁ NUNCA EM QUESTÃO A OBEDIÊNCIA DE VIDA ÃS DIRETIVAS DA IGREJA OU DO SUCESSOR DE PEDRO, O CRISTO VISÍVEL NA TERRA" (SEREIS BATIZADOS NO ESPÍRITO SANTO, p.38).
O casal Ranaghan e o jesuíta Rahn com todos os orientadores católicos carismáticos nisto são honestos e coerentes nos seus erros. Não arredam uma fração de milímetro em sua postura romanista e em seu objetivo ecumênico.
O jesuíta reconhece as "vantagens da renovação carismática" na "NOVA APRECIAÇÃO DA IGREJA, DA LITURGIA, DA EUCARISTIA, DE MARIA" (p.38).
Com efeito, os testemunhos dos "católicos renovados" comprovam a observação de Rahn. E no intuito de enaltecer a validade das experiências carismáticas no reavivamento romanista, o livro CATÓLICOS PENTECOSTAIS de Ranaghan enfileira uma série de depoimentos dos quais transcreverei alguns.
Mary McCarthy reconhece: "A assistência diá­ria a missa tornou-se minha maneira de viver" (p. 45).
Patrícia Gallagher relata haver sido batiza­da com o Espírito Santo "enquanto estava de joe­lhos, em oração diante do santíssimo sacramento" (p.48). E atesta: "Sinto-me mais devota do que nunca dos sacramentos, especialmente da eucaris­tia" (p.51).
Thomas Noe, depois da experiência pentecostalista descobriu "um novo grau de significação em todos os sacramentos, especialmente na confissão e na eucaristia. Cheguei a entender", diz ele,"de maneira mais perfeita a eucaristia como sacrifí­cio..." (p.92).
Rahn é conseqüente com sua posição e atuação clerical ao considerar "natural que após a puri­ficação sacramentai... e a recepção de Cristo na eucaristia, muitos sejam batizados com o Espírito Santo" (p.199). Definido outrossim insiste: "Uma das notas características dos que se entregam ao Espírito Santo e um grande amor a Cristo, um afervoramento da devoção a eucaristia. A necessidade de vivência eucarística é uma das conseqüências do batismo no Espírito Santo" (p.217).
Entre os evangélicos a ignorância das Escri­turas e das falsas doutrinas religiosas muito vem contribuindo em prol da heresia em todos os seus matizes. Nessa ignorância o ecumenismo encontra o seu eficacíssimo caldo de cultura.
Se os pentecostalistas e penteeostalizados soubessem realmente o significado do dogma eucarístico no contexto da dogmática vaticana repeleriam qualquer convite unionista da hierarquia clerical e rejeitariam qualquer oportunidade de emparceiramento com os católicos carismáticos.
Enquanto escrevia este livro encontrei o Azambuja, nosso velho amigo. Quem não conhece o Azambuja? Aquele rapaz muito inteligente ao ponto de quando lê um livro ou um artigo de jornal e topa uma palavra cujo sentido desconhece, vai logo ao dicionário para se instruir. Destarte seu vocabu­lário e muito rico. E o Azambuja sempre diz: não há palavras difíceis; há, sim, gente ignorante!!!
Encontrando-o li-lhe a frase acima, quente ainda, da ponta do lápis e quente ainda a folha de papel que a recebeu. Fixou o indicador direito na testa, franziu os sobrolhos, enrugou os intercilios, recuou dois passos e adiantou um... E co­mentou com ar de censura: você e um inveterado otimista (Ele sabe que considero os otimistas uns fora da realidade cujos miolos se fixaram na es­tratosfera). Otimista fanático. Sim, senhor! Ê que você é! Supõe ainda que se os pentecostalistas conhecessem as barbaridades romanistas, se soubessem o significado da missa católica, eles repudiariam qualquer aproximação religiosa com os clérigos? Isso é otimismo ingênuo. Se soubessem mes­mo e que ainda mais se aproximariam deles. Com muito mais pressa correriam para o romanismo.
O nosso Azambuja tem toda a razão. Pedi-lhe perdão do meu insensato otimismo. Onde estava eu que não segurei meus miolos presos à realidade deste mundo? Deixei-os a vagar pelas estratosferas da ficção. A espaços tenho esses arroubos de fantasia. O Azambuja tem razão. Toda a razão! Ainda as vésperas da visita de João Paulo II a S. Paulo, um "missionário" pentecostalista mandou seus fieis irem ao Campo de Marte assistir a missa do "papa" e comungar a hóstia consagrada porque, di­zia ele, assim os irmãos participam da santa ceia do Senhor (???).
Aliviou-se do espanto o Azambuja quando lhe li o parágrafo seguinte assim por mim redigido:
Os pentecostalistas e pentecostalizados, con­tudo de propósito se aproximam deles (dos cléri­gos) e os aplaudem porquanto nem lhes interessa o esclarecimento acerca dos erros doutrinários romanistas. O indivíduo sofreu aqueles tremeliques da sua experiência característica, o resto e resto...
Recomendo a leitura do meu livro A MISSA. Lendo-o os crentes evangélicos tornam-se esclareci­dos sobre a matéria e a considerarão, porque devidamente informados na sua verdadeira dimensão, culto de demônios. E mais. Recusarão a aproximação com os pentecostalistas e pentecostalizados tre­mendamente implicados e comprometidos com a mais infernal das heresias, que e a da desconsideração da TODO-SUFICIÊNCIA e TODO-EFICÁCIA do Sacrifício de Cristo.
Os católicos carismáticos por se tornarem mais fervorosos e mais reavivados católicos, como não poderia deixar de acontecer, exacerbam-se em sua mariolatria.
A mariolatria católica carismática atinge as raias incomensuráveis do absurdo, fato esse com­provado na seguinte declaração do jesuíta Rahn: a única devoção de Jesus na terra foi a sua de­voção a Maria e essa "continua sendo a devoção de Jesus no céu!" (p. 41).
Onde chegamos. Em plena era pós-conciliar quando os protestantes supunham profunda reforma no catolicismo romano, o jesuíta Rahn, inspira­dor, incrementador e incentivador do movimento carismático entre romanistas aqui no Brasil, sai-se com essa lindeza de monstruosa mariolatria. Jesus também agora lá no Céu é devoto de Maria!!! Só um psicopata se passa por tal mariolatra.
A página 197 Rahn quer relacionar Maria com o Pentecostes e reproduz um pronunciamento de Ni­no Salvaneschi Dali Oglio (UN FIORE A MARIA): "Quando, após a Morte de Jesus, os primeiros Apóstolos reunidos em torno de Nossa Senhora,ouviram-na relembrar os episódios de Nazaré, Belém e Jerusalém, a sua voz foi para os discípulos a voz do Espírito Santo. Cristo tinha confiado a humanida­de redimida ao Espírito Santo e a Maria. Assim o Calvário e o Cenáculo uniam a Virgem e o Paracleto".
"Não faremos terminar esta reflexão", acen­tua o jesuíta Harold Rahn, "sobre o Pentecostes sem falar daquela que foi e é a Mãe da Igreja. No Cenáculo, "todos eles perseveravam concordes na oração, com as mulheres e Maria, Mãe de Jesus" (At. 1,14). Em Belém, Maria dera a luz Jesus, a Cabeça do Corpo Místico. Na Cruz, pela palavra fe­cunda do seu Filho, o seu coração se alargara pa­ra a maternidade espiritual de todos os membros desse corpo, ate que se complete na parusia. Era normal que a Mãe presidisse, fosse a madrinha desse batismo do Espírito Santo à Igreja, que no dia do Pentecostes iniciava a sua vida oficial sobre a terra. Inseparável dos mistérios de Cristo, é ela a esposa do Espírito que melhor que ninguém nos pode obter as suas graças e a renovação incessante do Pentecoste para todos os membros do seu Filho. Por isso, a justo titulo, e chamada Mãe da Igreja" (p.70).
"Aleluia a Maria... " (p.196), é, da parte dos católicos carismáticos, a expressão de exaltação a Maria.
ALELUIA A MARIA...
Você que e na verdade crente evangélico con­corda com semelhante enaltecimento a Maria?
A interjeição laudatória ALELUIA quer dizer "louvai a Deus", por seu próprio sentido, somente pode ser atribuída a Deus. "Louvai a Deus a Ma­ria"... Destoa por completo.
O rosário é o exercício devocional a Maria mais em voga nos espaços romanistas e o mais cumulado de privilégios pelos romanos pontífices através das chamadas indulgências a ele anexadas. Em conseqüência os católicos pentecostalizados na sua prática se afervoram. Jim Cavnar, por exemplo, "adquiriu o habito de rezar o rosário desde que recebeu o batismo com o Espírito Santo" (CATÓLICOS PENTECOSTAIS, p.253). Berth e Mary Lou confessam que a partir do seu batismo com o Espírito Santo, "as devoções naturais, como a de Maria... torna­ram-se mais significativas" (p.115). Thomas Noe, por seu turno, "descobriu uma profunda devoção a Maria" (p.93).
São declarações e testemunhos comprovantes do reavivamento católico conseqüente do surto pentecostalista naqueles horizontes.
E, em resultado, se grassa entre os supostos evangélicos pentecostalistas e pentecostalizados verdadeiro analuvião de simpatia em favor do ca­tolicismo romano, o ecumenismo obtém considerável sucesso com a adesão de muitos deles a certos dogmas romanistas, como o da eucaristia (missa e presença real de Cristo na hóstia) e os atinentes a Maria.


A craveira pentecostalista

É ela! A experiência!!!
Todos os pentecostalistas, pentecostalizados e católicos carismáticos tem a sua experiência. Gozaram-na num determinado momento. Decisiva, ela assinalou a sua vida religiosa em duas etapas distintas. A da fase anterior caracterizada pelo comodismo, pela frieza, pelo desinteresse das coisas espirituais. E a segunda destacada pelo entusias­mo, e vibração.
À referida experiência consiste numa crise emocional muitas vezes molhada de copiosas lágri­mas e outras em gargalhadas irreprimíveis no fre­nesi de medonhos trejeitos sob ondas de calor co­mo se elétricas ou de calafrios a semelhança da febre causada pela gripe. Uns ouvem a Voz de Deus (?), outros em esgares convulsionam no solo. Via de regra tudo resulta de um ambiente extremamente emotivo criado a propósito.
Essa ocorrência confundida com o batismo no Espírito Santo também é a dos católicos carismá­ticos. Ranaghan registra o sucedido com Farley Hall Tom Noe que informa: "... senti imediatamen­te como se meu peito inteiro estivesse querendo subir para a cabeça. Meus lábios começaram a tre­mer e o meu cérebro começou a dar estalos. Em se­guida comecei a rir sem parar" (p.87).
Os livros de cunho avivalista transbordam essas experiências. Constituem-se elas a craveira através da qual se avalia a espiritualidade das pessoas. E exatamente por fundamentarem nesse instante nevrosado que confundem com o batismo no Espírito Santo a distinção das duas fases espiri­tuais do indivíduo, a decantada diferença de con­duta, na verdade, não existe. Os velhos hábitos permanecem e o entusiasmo oscila na esteira das emoções de si mesmas sempre instáveis.
E, com efeito, que comportamento ou espiri­tualidade pode ser essa a aferida no padrão das nevropatias? Em meu livro A SEGUNDA BÊNÇÃO alon­go-me em analise do assunto.
Craveira ou padrão essa crise nervosa que em muitos e a manifestação de alguma psicopatia, dispensa para os pentecostalistas e pentecostaliza-dos o cuidado da doutrina. De resto, dedicam-lhe eles verdadeira aversão. O que buscam nas Escri­turas e uma sofistica justificativa de suas pra­ticas. Por isso passam a focalizar passagens da Bíblia a luz de suas experiências. Falam-lhes mais do que as Escrituras essas experiências. Ou melhor, estas passam a se constituir sua norma prá­tica de crença.
Destroem todos os postulados doutrinários porque aceitam como ponto de partida de sua espiritualidade o apelidado batismo no Espírito San­to. Que: o indivíduo continue idólatra não importa se passou pelos tremeliques. Tremelicou, tremulou, tiritou, ótimo! Se permanecer em seus erros religiosos, isso não tem importância alguma.
Essa destruição doutrinária é sofisticamente coonestada com a invocação de Jl.2:28-29: "E há de ser que, depois, derramarei o Meu Espírito so­bre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o Meu Espírito".
Consoante Pedro (At.. 2: 1 6-18) esta profecia se concretizou no dia do Pentecostes.
Deduzem literalmente os pentecostalistas e seus satélites a universalização indiscriminada do batismo no Espírito Santo que, repito, confun­dem, também sem qualquer fundamentação nas Escri­turas, com uma crise emocional. Segundo eles, aquele SOBRE TODA A CARNE derruba todas as barreiras denominacionais. Deus não as leva em conta ao se tratar de cumprir Sua Promessa do registro de Jl. 2:28-29. Em decorrência desta absurda conclusão, eles nivelam a todas as pessoas sob a craveira do seu batismo no Espírito Santo. O indivíduo acei­tou esta ficção pentecostalista e o mais não in­teressa. Convulsionou-se em tremeliques esta tudo bem. As doutrinas diferentes por mais disparata­das deixam de ser consideradas. Destarte entre eles vivem em absoluta harmonia presbiterianos, metodistas, congregacionais, luteranos, episco­pais, batistas... E agora os católicos romanos.
Em seus encontros, todos balizados na mesma bitola pentecostalista, ridicularizam-se as deno­minações consideradas fruto de carnalidade.
É um jardim de aclimação. O jardim de acli­mação da convivência pacífica de todos os bichos. Uma utopia própria das divagações da literatura infantil do estilo de Monteiro Lobato.
No jardim de aclimação pentecostal-ecumenista exatamente por terem nivelado a todos debaixo do padrão da experiência pentecostalista, sem quaisquer embaraços, misturam-se os que crêem na necessidade de obras além da fé em Cristo para a salvação do pecador com os que crêem só na fé em Cristo capaz de dispensar as muletas das obras;os que aceitam a perseverança eterna dos salvos com os que, arminianamente, a negam; os que consagram as Escrituras na qualidade de Única Fonte de Revelação Divina ou Exclusiva Regra de Fé e Vida com os que lhe acrescentam outras fontes como a tradição vaticana, as revelações posteriores a seme­lhança das de Ellen White e José Smith; os que enaltecem como lídimo batismo aquele celebrado por imersão e só de crentes com os aspersionistas e advogados do batismo infantil; os que confiam em Cristo no apanágio de Único porque Todo-Suficien­te Salvador com os que pretendem renovar-Lhe o Sacrifício através da repetição de ritos religiosos a exemplo da cognominada missa; os que em Jesus Cristo proclamam o Único Mediador entre Deus e os homens com os devotos de Maria também medianeira de todas as graças; os que confiam em Jesus Cris­to seu Único porque Indefectível Advogado e Refu­gio com os que se abrigam sob o palio de Maria advogada e refugio dos pecadores porque co-redentora; os que participam da Ceia do Senhor por ve­la figura do Sacrifício de Cristo e cujos elemen­tos, pão e vinho, separados entre si, simbolizam a Morte Viçaria do Redentor, com os que se curvam diante daquelas espécies tidas como sacramentais por crerem numa presença física, ou espiritual de Jesus Cristo e por isso meios mecânicos da comunicação da Graça.
Esse clima de ecumênico jardim de aclimação onde todos se misturam na indiscriminada mistura de todas as doutrinas, facilita enormemente as pretensões ecumenistas do sumo pontífice vaticano. Aliás, os propugnadores do ecumenismo evangélico, de tão idiotas, nem avaliam a riqueza da contribuição com o seu ecumenismo evangélico por eles oferecida ao ecumenismo concentraciánario do Vaticano. Dissolvendo-se a postura firme dentro dos muros deonominacionais, arrebentam-se as comportas através de cujos rombos penetram os ardilosos representantes do “papa”.
E ha mais! Enquanto os protestantes e "evan­gélicos" pentecostalistas e pentecostalizados, fanáticos de uma interpretação sofistica de Joel 2: 28-29, enxovalham as muralhas denominacionais e, em conseqüência, desprezam as doutrinas caracte­rísticas de cada denominação, os católicos caris­máticos pregam sem subterfúgios também entre aqueles protestantes e "evangélicos" os seus dogmas e devoções distintivos. O livro CATÓLICOS PENTECOS-TAIS dos Ranaghan, traduzido para o nosso vernáculo por pentecostalistas "evangélicos" e por estes editados, e incansável em apregoá-los e enfileirar fatos comprobatórios do reavivamento ou reafervoramento da fé católica e de suas devoções sobretudo a missa, a Maria e ao "papa".
Os católicos carismáticos, na condição de valorosos pontas-de-lança nos redutos pentecostalistas protestantes e "evangélicos" se desvelam em lhes propagar suas próprias doutrinas. Embasbaca­dos na simpatia pelos católicos carismáticos, insensivelmente, aceitam-nas. Em resultado, mentores e pastores pentecostalistas tem-se tornado católicos. Em contrapartida não me consta haver um sacerdote ou dirigente católico carismático se tornado protestante ou "evangélico" por influên­cia da craveira pentecostalista. Conheço, sim, alguns antigos católicos carismáticos que se converteram verdadeiramente ao Evangelho de Jesus e abc> minam a idolatria e a feitiçaria romanista, bem como toda e qualquer sombra de pentecostalismo.
Que entre os habitantes do ecumênico jardim de aclimação pentecostalista a tudo se despreze conquanto se ponha a salvo a absurda interpreta­ção de Jl.2:28-29, entende-se por se tratar de em busteiros e nevropatas. Inconcebível, porém, a passividade generalizada dos outros.
Por inconformar-me com semelhante situação dos omissos, desejo, apesar de fazê-lo por moti­vos óbvios de passagem, lembrar um enfoque indis­pensável de Jl. 2:28-29.
Quando Deus nosso Senhor prometeu derramar o Seu Espírito SOBRE TODA A CARNE quis Ele garan­tir-nos a universalização do Dom do Espírito San­to. Anunciava Ele o rompimento dos muros separa­tistas entre, judeus e gentios. Este Anúncio do Senhor calha perfeitamente, por lhe ser afim, com a determinação de Jesus: "... ide, ensinai TODAS as nações..." (Mt. 28:18-20), de resto, sincronizada com Seu Pronunciamento em At.1:8; "... e Ser-Me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos CONFINS da terra". Para o Evangelho não existem limites nacionais e raciais.
De feito, seria inconcebível absurdo supor-se. Deus a derramar o Dom do Seu Espírito sobre o idolatra, sobre o feiticeiro, sobre o seguidor do "outro evangelho" (At.15:1,5; Gl.1:6-9) e sobre o discípulo do "outro Jesus" (II Cor.11:4).
Se os pentecostalistas e pentecostalizados se credenciassem de razão por lhes assistir a Verdade, a Bíblia deveria, por imprestável, ser rasgada. Transformar-se-ia ela no maior motivo de confusão, porquanto, também no Novo Testamento, propugna ela pela separação entre os fieis a Sã Doutrina e aqueles que dela se afastam. Alias, os seus fieis seguidores devem testificar de sua fi­delidade a Sã Doutrina das Escrituras Sagradas separando-se dos hereges.
Paulo Apóstolo, em Rm. 16:17, avesso a subterfúgios e eufemismos, advoga a separação: "E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a Doutrina que aprendestes; desviai-vos deles". Em I Cor. 5:11 impõe: "... com o tal nem comais". Com justo motivo sofrerão os que recebem os apóstatas, previne o Apóstolo em II Cor.11:4.
E se João exorta a que se nem os saúde (II Jo. 9-10), que concórdia, que sociedade ou sociabilidade, que parceria, que comunhão pode haver com eles (II Cor. 6:14-17), embora a pretexto de. "ba­tismo no Espírito Santo"?
E a irrefragável e imbatível conclusão. Aquele batismo no Espírito Santo pentecostalista, craveira a abrigar indistintamente e com a imolação da Sã Doutrina, todos os tremeliquentos, não pro­vêm de Deus. É uma experiência diabólica engendra da por satanás empenhado em incrementar a apostasia dos Últimos Tempos.


Os pentecostais católicos

Verificamos a origem, as convicções e os propósitos dos católicos carismáticos. Notamos a aprovação e os aplausos que lhes votam os pentecostalistas e pentecostalizados.
Neste capítulo quero demonstrar porque o pentecostalismo e seita católica e isto explica a sua afinidade com os católicos carismáticos.
Ele caiu!!! Sem se apoiar no espaldar da ca­deira ou no canto da mesa, de susto caiu...
Jamais lhe passara pelos miolos semelhante idéia... E agora, assim de supetão, ouvir isso... O PENTECOSTALISMO E SEITA CATÓLICA!!!
La veio o copinho d’água com açúcar... Os abaninhos em cima do nariz... Os tapinhas nas fa­ces... Dulçor. Dulçor, acorda! Nos gemidos leves distinguiu-se a pergunta: Que foi-? Que houve? Dulçor, você se machucou? Dói-lhe em algum lugar? As clássicas indagações das circunstancias de quando alguém leva um tombo.
Refeito e recomposto o nosso amigo e inter­locutor ocasional Dulçor, que na sua doçura honra seu nome, e agora já de espírito prevenido, ouve a afirmação repetida: O PENTECOSTALISMO É seita católica!!!
Mas como? Até o presente sempre o admitira entre as Denominações Evangélicas!
Reflitamos juntos, companheiro! Meu compa­nheiro agora já não é mais o Dulçor e sim o inte­ligente leitor. Os impulsos das emoções são irrefletidos. Por isso, companheiro leitor, vamos re­fletir com o cérebro, órgão da inteligência.
Nosso corpo se triparte em cabeça, tronco e membros e funciona com diversos órgãos. Cada qual com a sua específica atribuição. Os pulmões são os órgãos da respiração. Os intestinos, da diges­tão. Da circulação sangüínea e o coração. E por aí vai... O cérebro e o órgão da inteligência.
Dizem lá os entendidos... Suponho terem eles toda a razão... Razão por mim constatada! O órgão quando sem uso ou sem exercício atrofia-se. Já vi as pernas definhadas do paralítico.
Atrofia-se o cérebro se o deixarmos de usar. Verifico mesmo ser o cérebro o órgão mais extenua do e definhado. A falta de seu conveniente e constante uso porque raras, raríssimas, são as pessoas que pensam. A inteligência e a faculdade mais no­bre do ser humano e é a menos usada. Muitos dão mais valor as unhas ou ao estômago. Aquelas cui­dam na manicure e as pintam com as cores mais lindas. A este empanturram com as mais requintadas iguarias. Ao cérebro não dedicam nem a leitura de uma linha sequer no mês para nutri-lo com um pen­samento mais elevado.
Apesar de a nossa massa encefálica estar um tanto ou. muito embotada pelo longo não-uso, faça­mos um esforço, companheiro leitor, no sentido de desemperrá-la. Os que a tiverem atrofiada ou de­sistirão desta leitura se já não a mandaram as favas, ou não entenderão o argumento ou raciocí­nio. E continuarão a admitir a falsa inclusão dos pentecostalistas entre os evangélicos.
É fato de fácil averiguação. O CATOLICISMO se reparte em inúmeras seitas. Das muitíssimas menciono algumas: a católica romana ou vaticana, a católica brasileira, a católica argentina, a católica japonesa, a dos velhos católicos, a grega ortodoxa, a anglicana, a católica unida, a cató­lica restaurada, a ortodoxa russa. E tantas ou­tras. Também o PENTECOSTALISMO.
Apresento os indiscutíveis e irrecusáveis argumentos de ser o PENTECOSTALISMO SEITA CATÓLICA. Exibo-os em numero de OITO!

PRIMEIRO - O pentecostalismo nega a perseverança eterna dos salvos. Em outras palavras: supõe a possibilidade de o crente, se praticar determinados pecados, perder a salvação.
Ora, esse ensino é católico. Se o postulado, da perseverança eterna dos salvos e da própria essência do Evangelho, o do risco da perda da salvação e ensino básico da teologia católica.
Ao contrário do catolicismo, em todas as suas ramificações também a pentecostalista, as Sagradas Escrituras ensinam, e com insistência, que a sal­vação do crente evangélico é eterna. Eterna, e evidente, sem quaisquer possibilidades de se per­dê-la. ETERNA mesmo! É, de resto, a mais Gloriosa Promessa de nosso Senhor Jesus Cristo por muitas vezes repetida, consubstanciada em Jo. 10:28-29: "E dou-lhes a Vida Eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha Mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da Mão de Meu Pai".
Dentre os livros de minha autoria há um de­les, O CRENTE PODE PERDER A SALVAÇÃO?, de mais de 300 páginas consagradas a exaltar a Misericórdia do Salvador que dá a Salvação Eterna ao crente nEle e nela indefectivelmente Ele o sustenta ape­sar das muitas e constantes fraquezas e infidelidades do salvo.
Já tenho observado. Todo o crente evangélico que se torna "renovado" passa a viver o tormento do medo de se perder. Busca a chamada "segunda bênção" e se torna inseguro quanto à primeira.
O desprezo deles contra essa Promessa de Je­sus e tanto que, em resultado de negá-la, dizem e um assunto secundário.
O pentecostalismo a semelhança do catolicis­mo, de que e uma seita, engendra sofismas sobre sofismas com o emprego, desonesto de certas passa­gens bíblicas na tentativa de negar a perseveran­ça dos salvos. Dessa forma recusam os pronuncia­mentos claros e categóricos das Escrituras acerca da essência do Evangelho que e a Vida Eterna ou­torgada por Cristo ao crente nEle.

SEGUNDO - A admitir-se o risco de o salvo perder-se, como querem os pentecostalistas, há de se aceitar o concurso das obras para a salvação do pecador.
Com efeito, se posso perder a minha salvação significa que essa salvação está na dependência de minhas obras. Essa e a tese fundamental, bási­ca, do catolicismo.

TERCEIRO - O pentecostalismo ensina que se o crente comete certos pecados perde a salvação, mas se praticar outros não a perde.
Cito alguns exemplos desses pecados graves: adulterar, prostituir-se, assassinar, dançar em bailes do mundo, brincar o carnaval. São os peca­dos que perpetrados cominam a perda da salvação.
Menciono, outrossim, alguns pecados que não causam tamanha desgraça. Ou seja, pratica-os o indivíduo sem o perigo de deixar de ser salvo: a mentira, a gula, a preguiça, a maledicência dentre outros.
Ora, isso é catolicismo. A religião católica, efetivamente, distingue sem qualquer base nas Es­crituras os pecados em mortais e veniais. Os mor­tais são os que levam ao inferno. São os graves. Os veniais não despojam a Vida Eterna. São os pecadinhos que todo mundo faz a toda hora.

QUARTO - Há grupos pentecostalistas mais rigorosos que incluem entre os pecados mortais, isto e, os pecados que causam a perda da salvação a embriagues, o fumar, a ida ao cinema, e da parte da mulher, o cortar o cabelo, o uso do batom nos lábios e do esmalte nas unhas, dos cosméticos e jóias, da calça esporte ou da minisaia.
Outros grupos do pentecostalismo praticam sem qualquer restrição o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas. Outros ainda são abstêmios des­tas usanças, mas aceitam o corte de cabelo, o ba­tom, o esmalte, a calça comprida e a mini-saia nas mulheres.
Também há os pentecostalistas que no passado vetavam as senhoras e moças como vaidades munda­nas o cortar os cabelos, o pintar as unhas e os lábios e o uso de calças esportes e jóias. Hoje, contudo, mudando de convicção moral, aceitam es­sas coisas sem qualquer restrição. Anos passados certa Assembléia de Deus do Rio de Janeiro condi­cionava a perseverança da salvação dos homens ao uso do chapéu. Depois de tantas brigas modificou seu estatuto e agora o próprio pastor sai a rua de cabeça descoberta.
Eis outro ponto de ligação entre o pentecostalismo e o catolicismo a fazer daquele uma das incontáveis seitas deste. Se tem cabido a hierar­quia pentecostalista estabelecer a lista dos peca dos graves, mortais, e retirar a gravidade de certos pecados passando-os para a relação dos ve­niais, também isso tem sido a empreitada da hie­rarquia católica. Lembro-me.' Ao tempo de menino vi o "seu vigário" a recusar a comunhão da hóstia a senhoras de lábios pintados ou de cabelos cur­tos por estarem segundo ele em publico pecado mortal.
Como o catolicismo o pentecostalismo estabe­lece a sua hierarquia na qualidade de árbitro da gravidade ou levidade dos pecados, tornando-a re­gra de moralidade. E de acordo com os moldes do catolicismo a adoção de outra regra de vida ou comportamento além das Escrituras.

QUINTO - O pentecostalismo reconhece haver se perdido o crente que, embora não haja cometido nenhum pecado mortal, e eliminado da "igreja" por abandono ou prolongada ausência. Condiciona, por conseguinte, a sustentação da salvação â "igreja".
O catolicismo está cansado de repetir seu dogma de que fora da "igreja" não há salvação. Ainda neste último concílio, o Vaticano II, repe­tiu-se à sociedade, ao fastio, esse enunciado por ser a "igreja" crida na condição de "sacramento da salvação".

SEXTO - O pentecostalismo adota o seu cognominado batismo no Espírito Santo como "segunda benção", isto é, uma benção suplementar ou complementaria a da salvação.
Também isso ó catolicismo de vez que o cato­licismo ensina o mesmo, com o seu chamado "sacra­mento" do crisma ou confirmação que consiste pre­cisamente num revestimento especial do Espírito Santo posterior ao "sacramento" da regeneração.
Certa ocasião fiz uma série de estudos sobre teologia romanista num Instituto Teológico Batis­ta. Ao discorrer acerca dos "sacramentos" enume­rei os sete conhecidos naquela doutrina. Um "pas­tor" pentecostalista presente, um ouvinte, soli­citou-me explicasse o teor do crisma. E após mi­nha exposição explicou ele que identifica sua seita com o romanismo porque o romanismo advoga a "segunda benção", conquanto diferente seja a ter­minologia. Não tive por onde se não dar-lhe inteira razão.

SÉTIMO - O catolicismo, embora propale crer na Bíblia como Fonte de Revelação Divina, acrescenta-lhe a tradição e os oráculos do romano pontífice, o infalível, com o prestigio de verdadeiras fontes dessa mesma Reve­lação Divina com a vantagem de serem mais atuais. Posição diferente não tomam os pentecostalistas. Proclamam sua aceitação das Escrituras Sa­gradas no apanágio de Única Regra de Fé e Prática. Contudo, na realidade negam serem elas essa Única Regra, ao tributarem maior credibilidade as suas individuais experiências à luz das quais examinam, quando examinam, certos registros das Escrituras. Furtam, outrossim, a Palavra de Deus sua Lídima Uni cidade de Fonte de Revelação Divina por pautarem suas crenças nas revelações dos seus profetas e profetisas.
No meu livro A SEGUNDA BÊNÇÃO relato o depoimento daquele, pentecostalista de Petrópolis que me garantiu: já passei- desse estágio de precisar ler a Bíblia. O Espírito Santo fala diretamente comigo.
Dizem eles por qualquer coisa: Deus falou ao meu coração, Deus me revelou, por revelação do Espírito Santo numa frontal negação de ser a Bí­blia a Revelação Completa de Deus para nos. Hoje Deus não fala diretamente a mais ninguém. Tudo quanto nos tinha Ele a dizer se contém nas Escri­turas Sagradas que são a Sua Palavra.
No seu desapreço as Escrituras Sagradas os pentecostalistas invocam, torcendo seu verdadeiro sentido, aquela declaração de Paulo: "... a letra mata, e o espírito vivifica" (II Cor. 3:6b). Que­rem entender no seu prático desprezo as Letras Santas que estas não devem ser entendidas naquilo que ensinam como se escrevem, mas como são explicadas pelos seus profetas, como Deus agora lhes fala e revela diretamente. É o dogma católico pelos pen­tecostalistas aceito e exercitado. O dogma católico que outorga o dom da interpretação legítima e infalível das Letras Sagradas aos iluminados da hierarquia.
O Espírito Santo de Deus ilumina Seu servo sincero nos estudos de Sua Palavra sem, contudo, dispensá-lo das sábias regras de exegese decorrentes da norma áurea de se interpretar a Bíblia com a própria Bíblia, ou seja, a Bíblia interpreta, ou esclarece ou elucida a Bíblia, dispensando para isso o concurso de quaisquer tradições, revelações de modernos profetas e psicopatas videntes (para não dizer vis embusteiros).

OITAVO - O último ponto de contacto en­tre as duas seitas: a FETIÇA­RIA.
Êpa!!! O pentecostalismo exercita a feitiçaria?
Felizmente o Dulçor não esta aqui. Se não veríamos outro tombo.
O que é feitiçaria? Com exemplos explico me­lhor.
A ferradura atrás da porta, aquela planta espada_de-são-jorge em frente de casa, os amuletos usados no intento de reprimirem-se as investidas do mal, bem como as medalhas e bentinhos presos a roupa ou alçados ao pescoço, tudo são feitiçarias. De feitiçaria são a água benta à qual recorrem os católicos e a água que os pentecostalistas colo­cam sobre o rádio durante as orações espalhafato­sas e teatrais de seus "missionários" da cura divina. (Conheço três tipos de água feiticeira: a água benta romanista, a água fluida espiritista e a água orada pentecostalista).
Aquele "missionário", já calçado em fabulosa pecúnia concentrada proveniente de sua exploração dos ignorantes, espalha a alto preço um disco com suas gritarias e induz seus pascácios devotos a aplicarem o referido disco no lugar da dor como recurso certo de alívio imediato. Se dói a cabeça coloque-se-o na cabeça, se no ventre ponha-se o disco no ventre do paciente. Tudo isso são práti­cas feiticeiras das mais ridículas e primitivas.
Feitiçaria é o levarem-se peças de roupa de um enfermo para o médium espiritista, ou o cléri­go vaticano ou o ministro pentecostalista rezar, ou dar passe ou orar sobre elas. Em certa "reu­nião de poder", estarrecido, vi um ex-pastor ba­tista, no passado de alto coturno nos meios batistas brasileiros, autor de alguns livros, passar-se por feiticeiro. Dirigente daquela reunião ora­va em cima das roupas que lhe levavam.
Impossível encerrar estas reflexões omitindo algumas linhas de analise sobre as roupas aludi­das.
Igualmente na sua explicação inexplicada os pentecostalistas se nivelam aos feiticeiros romanistas. Ambas as teologias acorrem a At.19:12 na busca de coonestarem sua feitiçaria. O Registro Sacro discorre acerca do Ministério de Paulo e Apolo em Éfeso e diz: "De sorte que ate os lenços e aventais se levavam do seu corpo (de Paulo) aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os es­píritos malignos saiam".
Os clérigos vaticanistas e os "missionários" pentecostalistas não querem ler bem a Escritura trasladada acima e se bem a lêem seu crime é maior pela mistificação consciente e premeditada que cometem. O Texto não afirma que Paulo orava sobre as peças de roupa que lhe levavam. Informa sim que as pessoas efésias arrancavam do corpo de Paulo os seus aventais e os seus lenços e os levavam.
Se da sombra de Pedro (At. 5:15) não se logrou conservar fiapos, por que os primitivos cristãos deixaram de conservar pedaços das roupas de Paulo Apóstolo? Teríamos até hoje as preciosas relí­quias. Todavia àqueles panos, fora daquela espe­cial circunstância, nenhum outro prodígio obtive­ram.
Esse fato de Éfeso e alguns mais a ele seme­lhantes ocorreram por especialíssima permissão de Deus com o fim de autenticar o Ministério especialíssimo de servos Seus em dada conjuntura histó­rica na correnteza do período da Revelação Bíbli­ca.
A caída prodigiosa do maná no deserto alimentou milagrosamente o povo eleito e para memória Deus mandou Moisés encher dele um vaso e pô-lo no interior da arca da Aliança (Ex.16:33-34). Determinou-lhe ainda colocasse diante da mesma arca a florescida vara de Arão como o sinal de sua eleição para o múnus de sumo sacerdote (Nm. 17:10; Hb. 9:4). Os israelitas, todavia jamais tributaram qualquer culto ou crença a essas coisas, como nunca o fizeram aos ossos de Eliseu, por suporem ne­les inerente qualquer eficácia sobrenatural.
Atos 19:12 de maneira alguma se presta a au­torizar a referida atitude dos clérigos e dos pentecostalistas no tocante a se orar sobre roupas de doentes. O seu emprego indevido e sofista pe­los pentecostalistas, no entanto, revela também neste particular, se identificarem eles comos clérigos feiticeiros do romanismo noutra demonstra­ção de ser o pentecostalismo seita católica.
Da mesma prosápia todos eles, católicos ca­rismáticos, pentecostalistas e pentecostalizados, se entendem e se afinam porque seus básicos princípios doutrinários se identificam. Cabe aos lí­dimos crentes evangélicos fugir de qualquer acomadramento com eles, a menos que queiram incorrer na censura divina de terem transgredido a adver­tência das Escrituras de Rm. 16:17 e tantas outras afins. Se deles se aproximarem que seja para lhes anunciar o Genuíno Evangelho. Eles precisam de ouvi-lo e aceitá-lo se quiserem ser salvos da per­dição.


Um primor de página pentecostalista

Disseram-me vezes inumeráveis que os da As­sembléia de Deus são pentecostalistas mais sensa­tos. Que não são fanáticos como os dos demais grupos. A página trasladada demonstra a saciedade que todos, sem a exclusão dos das Assem­bléias de Deus, todos se enquadram na mesma bito­la da heresia. Todos, também os das Assembléias de Deus, ensinam os mais graves absurdos e em igual ímpeto embusteiro iludem e exploram o povo ignaro sempre disposto a ser enganado.
Trata-se de UMA ASSOMBROSA CARTA DA RÚSSIA divulgada pela revista A SEARA, no 172 de Julho de 1979, ano XXIII, páginas 10 e 11, órgão editado pela CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS NO BRASIL, cujo diretor e o sr. Abraão de Almeida, um dos mentores destacados desse grupo pentecostalista.
A carta teve sua divulgação sob inteira res­ponsabilidade da própria revista em cuja apresen­tação se destaca a seguinte frase:"UMA MULHER, QUE ERA MEMBRO ATIVO DO PARTIDO COMUNISTA DA UNIÃO SOVIÉTICA, DESPREZAVA OS CRENTES E VIVIA NO PECADO, MORREU, FOI AO HADES E RESSUSCITOU CONVERTIDA CONTANDO SUA EXPERIÊNCIA E PREGANDO O EVANGELHO".
Transcrevo sem qualquer comentário porque o seu teor já se constitui expressivo comentário:

"Fui atéia. Desprezava a Deus e perseguia os que seguiam a Cristo. Vivia no pecado e fui mem­bro ativo do Partido Comunista.
Em 1965 tive câncer no estômago. Sofri durante três anos, mas tinha a esperança de ficar curada. Entretanto a doença progrediu sem que a Medicina pudesse dominá-la. Fiquei muito fraca, pio­rando cada vez mais. Os médicos decidiram operar-me e, no momento em que cortaram meu ventre, a morte chegou, imediatamente vi-me entre eles, ao lado do meu corpo, olhando a enfermidade. O estô­mago e os intestinos tinham tumores cancerosos. E eu pensava: "Por que somos duas? Estou em pé e ao mesmo tempo deitada". Neste momento o médico re­tirou os intestinos que continham um estranho lí­quido e disse: "Ela não tinha condições de viver. Era um verdadeiro milagre que estivesse viva ate hoje". Recolocaram os intestinos no lugar, costu­raram o ventre de qualquer maneira e decidiram entregar o corpo para a pratica dos estudantes de Medicina.
Levaram meu corpo para o necrotério e o co­briram com um lençol. Mais tarde vi meu irmão com meu filho André, que, chorando, dizia: "Mamãe, por que morreste? Sou tão pequeno, com que vou viver?" Eu o abraçava e beijava, porém ele não se dava conta. Depois vi que me encontrava em casa e meus familiares repartiam minhas coisas com irritação e maldizendo uns aos outros.
Observei como os demônios corriam em torno deles anotando tudo o que diziam. Em seguida con­templei espantada todas as minhas ações desde a infância. Comecei a sentir-me voando e subindo. Fiquei perplexa porque sabia que não me encontra­va num avião e que estava só. Uma força invisível me sustentava e eu subia cada vez mais alto. Quando voava entre as nuvens uma luz resplandecente me atingiu e então caí sobre um grande lençol. Ao longe vi árvores de folhas rosadas e belas casi­nhas, porem nenhuma pessoa havia ali.
Não muito longe avistei uma mulher alta, de andar suave. Ao seu lado caminhava um jovem com o rosto escondido nas mãos e chorando amargamente. Suplicava algo a ela. Pensei que era seu filho e intimamente condenei esta mulher por sua falta de misericórdia, pois ela não dava ouvidos ao jovem. Quando ela se aproximou quis perguntar-lhe onde eu estava, mas o rapaz caiu aos seus pés adorando-a, chorando e rogando por algo. Não consegui en­tender o que ela dizia a ele.
De repente eles olharam para cima e pergun­taram: "Senhor, onde a poremos?" Tremi de medo e foi aí que compreendi que estava morta e que meu corpo estava na Terra. Lembrei-me de que tinha muitos pecados e que devia prestar contas. Quando vivia na Terra não acreditava que existisse alma. Comecei a chorar com amargura e uma voz vinda do alto disse a mulher: "Deixa-a voltar à Terra, pa­ra junto de seu pai, que e caridoso. Ha muito chegou sua oração rogando que mostrasse a ela o lugar que merecia. Tirei-a da face da Terra por sua vida pecaminosa e por se colocar contra Deus. Eu a tirei sem que ela se arrependesse".

NO INFERNO - Imediatamente apareci no hades. Rodearam-me serpentes e vermes com aguilhoes espetando-me o corpo. A dor era insuportável. Eu gritava em alta voz mas ninguém me acudia. Meu ali­mento eram vermes mortos e decompostos-gusanos. Com gritos perguntava: "Como posso comer estes vermes?" Mas a minha mente chegou esta frase: "gusanos serão tua cama e gusanos te cobrirão", Ts. 14:11. E uma voz me falou: "Tu nunca jejuaste". Neste momento pensei em Cristo e clamei por sua misericórdia. Ele me disse: "Tu vivias na Terra e não me reconhecias, não querias me reconhecer e eu não te reconheço aqui. Lembra-te de que matavas teus filhos antes de nascerem e aos outros dizias que eles tinham filhos como sapos e que tu os evitavas. Em lugar de fartura enviei-te doença para que te arrependesse, mas ate o fim me desprezaste. Não me reconheceste Ia, mas aqui começarás a colher o que plantaste".
Depois uma serpente começou a rodear-me e ou vi um ruído. Então vi como numa visão a igreja de nossa cidade e o pastor que sempre menosprezara. Uma voz me perguntou: "Quem é?" "Nosso pastor", respondi. "E como tu ali o chamavas de zangão?" Quando disse isto comecei a rogar-lhe: "Perdoa-me, Senhor, deixa-me voltar a Terra, pois lá deixei um filho pequeno". Então ele me disse: "Tu tens compaixão dele e Eu tenho misericórdia de todas as pessoas e desejo que se arrependam. Brevemente virei julgar a todos os que habitam na Terra". Neste instante apareceu o mesmo lenço sob meus pés e perguntei: "E aqui o Paraíso?" e uma voz respon­deu: "Para os pecadores a Terra é o Paraíso".
Apareci novamente no lugar de tormentos e foi mais terrível do que da primeira vez. Eu es­tava no meio do fogo; a volta estava muito escuro, o que me deixou assustadíssima. Os demônios vieram e diziam: "Tu chegaste até aqui, amiga. Tu nos escutaste e serviste muito bem". Estremeci, lembrando-me dos meus pecados. Dos demônios voa­vam chispas de fogo que. penetravam em meus cabe­los e senti muitas dores. Ouvia-se o gemido dos pecadores; todos pálidos e magros e de olhos esbugalhados, clamando com voz terrível: "... beber... beber... água". Eles me disseram: "Tu vi veste na Terra e não amavas a Deus, mas o desprezavas como nós e com fornicários andavas e nunca te arrepen­dês-te. Todo o tipo de pecados cometes-te e por is­so terás sofrimentos aqui. Porém os pecadores que li se arrependeram, recebem os estrangeiros e ajudaram os pobres, estão no Paraíso".
Eu estava cada vez mais impaciente quando uma luz surgiu e todos caíram com o rosto no' chão e. começaram a suplicar, não suportando o sofrimento porque não havia uma gota sequer de água. Mas uma voz contestou a todos: "Na Terra todos sabem des­te sofrimento, porém não crêem e nem sequer que­rem ouvir, e Eu não posso contrariar os mandamen­tos de meu Pai". Neste momento uma voz chegou aos meus ouvidos, dizendo: "Deixe-a voltar a Terra".

A RESSURREIÇÃO - Tudo desapareceu e voei sem rumo fixo. Não sei de que maneira apareci na cidade de Barnauli, no hospital, e depois no necroté­rio. A porta estava fechada, mas eu passei tran­qüilamente. Olhei meu corpo que estava deitado com a cabeça e os braços pendentes. Num momento entrei no corpo e senti frio. Neste mesmo instan­te trouxeram um homem morto. Ao acender a luz me viram deitada e tremendo de frio. Então todos gritaram de medo. Voltaram depois e levaram-me ao hospital. Muitos médicos e enfermeiras ficaram a me olhar, e disseram: "É preciso aquecer seu cor­po com lâmpadas". Quando fizeram isto abri os olhos e falei. Todos ficaram assombrados com mi­nha ressurreição e no outro dia já pude comer. Aos médicos eu disse: "Sentem-se e lhes contarei sobre o outro mundo, onde estive". Eles me ouvi­ram atentamente e no fim eu lhes disse que se não se arrependessem aqui na Terra seu alimento seria todo o tipo de vermes e escorpiões mortos. Fica­ram pálidos ao ouvir isto e muitos se interessa­ram pelo meu caso.
Não sentia nenhuma dor em meu corpo. Muita gente me procurou ate que a polícia teve que in­tervir. Os médicos não compreendiam como a doença tinha desaparecido. Levaram-me a mesa de operação para uma revisão e disseram: "Por que operaram uma pessoa completamente sã?". O médico que havia feito a operação ficou muito envergonhado, comen­tando: "Como pude enganar-me? Tudo estava decom­posto pela infecção e agora tudo esta limpo e a região afetada renovada como a de uma criança".
Perguntei a um deles: "Que diz deste caso?" Ele respondeu: "Nada tenho que pensar. Você renasceu do Todo Poderoso". Então respondi: "Se vocês crêem nisto, então devem renascer, deixando sua vida de pecados".
Agora tenho 47 anos. Prego a Jesus Cristo e sua próxima vinda porque Ele me disse isto. Ainda me procuram pessoas de vários lugares e a todos testifico de Cristo, aconselhando-os a se arrependerem e receberem ao Senhor como seu único e suficiente Salvador."

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Impossível omitir dois ou três comentários.
Além de fantasiosa a carta é falsa. Não digo falsa apenas em sua origem. Falsa no seu conteúdo.
Começa por aí! Nem aparece o nome da autora. Menciona apenas um isolado André desacompanhado do nome de família. Falta, outrossim, referência a nomes dos médicos. Enfim, um relato destituído de qualquer base ou comprovação de sua veracidade.
O fato em si é pura ficção. E descamba para as regiões espiritistas. Aquela estória de o espírito ficar por aí a rodear e a rondar o corpo inerte...
A patacoada se restringiria ao gênero do conto e da anedota se não afetasse diretamente ensi­nos evidentes da Palavra de Deus.
As Escrituras Sagradas jamais sugerem a per­manência do espírito após a morte ao redor do corpo a espreitar as reações dos circunstantes.
E onde já se viu uma revista dita evangélica supor a possibilidade da conversão no inferno? A saída de alguém de lá?
O inferno é definitivo. Ninguém de lá pode sair. A condenação do réprobo é eterna. Impossí­vel ao condenado ''no inferno escapar dela por meio da regeneração. Impossível até, com a ponta do dedo umedecida, refrescar-lhe a língua.
A história do rico e Lázaro, relatada pleo Senhor Jesus, apresenta conclusões definitivas e inquestionáveis. Se "aos homens esta ordenado morrerem uma vez" (Hb. 9:27a), de semelhante forma um grande e intransponível abismo impede a passagem do estado de perdição eterna para a salvação. As palavras são de Jesus Cristo: "... esta posto um grande abismo entre nos e vós" (os condenados no infer­no) , "de sorte que os que quisessem passar daqui para vos não poderiam, nem tão pouco os de lá passar para cá" (Lc. 16:26).
Seguindo-se o juízo a morte (Hb. 9:27b), ne­nhuma esperança mais resta em favor do réprobo.
Os pentecostalistas por fundamentarem sua religião em extravagante experiências de fundo nevropata ou de cunho francamente mentiroso, desprezam por completo as Sagradas Escrituras ou colo­cam-nas em plana inferior. E como resultado caem nesses absurdos inadmissíveis entre pessoas evangélicas.
E vá alguém atrás dessa gente a procurar a "segunda benção" ou o "batismo no Espírito Santo". E vá alguém seguir-lhe os passos na pretensão de um aprofundamento na vida espiritual...


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