A Obra do Espírito Santo em Revelação e Inspiração

Ao considerar o assunto do papel do Espírito Santo na revelação e na inspiração, é significativo que as duas passagens fundamentais das Escrituras que tratam disso se encontram em segundas epístolas: II Timóteo 3:16 e II Pedro 1:20. Aqueles que leem a Bíblia com atenção sabem que as segundas epístolas têm uma relação especial com os últimos dias da dispensação da graça. Ao incluir esses versículos preciosos nas segundas epístolas, o Espírito de Deus aparentemente está nos alertando para o fato que a verdade da inspiração divina das Escrituras sofrerá ataques especiais nos nossos dias.
Desde que se completou o cânon, Satanás e seus emissários estão empenhados numa campanha incansável contra a integridade das Escrituras; e seus esforços se intensificaram desde o início do século XX.
A primeira tentativa de minar a confiança humana na Palavra de Deus começou no Jardim do Éden, quando Satanás disse a Eva: “É assim que Deus disse?” (Gn 3:1). Esta rejeição da Palavra de Deus ainda está conosco hoje, e estamos naquele período do qual Paulo escreveu em II Timóteo 4:3-4: “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas”.
Para levar adiante o ataque à Palavra de Deus, tem havido uma tentativa combinada para desacreditar as doutrinas fundamentais da inspiração plena e da inspiração verbal das Escrituras Sagradas. Por verbal, queremos dizer que cada uma das palavras dos documentos originais é inspirada por Deus. Por plena, queremos dizer que todas as palavras são inspiradas por Deus. Todas as palavras dos manuscritos originais das Sagradas Escrituras, de Gênesis a Apocalipse, são inspiradas. Cada palavra com seus detalhes individuais, e todas as palavras juntas, for mando o conjunto das Escrituras Sagradas, foram sopradas por Deus para serem registradas por escreventes humanos. Apesar da campanha incansável para subverter a Palavra de Deus, ainda há aqueles, como os Tessalonicenses, que definitivamente consideram as Sagradas Escrituras como confiáveis e vindas de Deus: “Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a Palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como Palavra de Deus, a qual também opera em vós os que crestes” (II Ts 2:13). As últimas palavras de Davi, conforme registradas em II Samuel 23, nos ajudam a entender a verdade da inspiração divina. Nos vs. 2-3 Davi diz: “O Espírito do Senhor falou por mim, e a Sua Palavra está na minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus”. Ao usar as expressões “a Sua Palavra está na minha boca” e “a Rocha de Israel a mim me falou”, Davi está falando da Sua experiência em registrar as palavras da Escritura Sagrada. Ele deixa claro que a inspiração engloba dois elementos principais: Deus falou com Davi, e Davi falou em nome de Deus. Assim é também no caso de todos os escritores das Sagradas Escrituras: quando eles falam, Deus fala! A mesma verdade se encontra em Isaías 59:21: “… o Meu Espírito que está sobre ti, e as Minhas palavras, que pus na tua boca”. Quando aquilo que Isaías escreveu está sendo difamado, por alguém criticar o profeta ou a sua profecia, devemos lembrar que isso realmente é um ataque contra Deus, que inspirou o que Isaías escreveu.

Explicação

Revelação
Quando falamos sobre revelação divina, nos referimos a qualquer meio que não poderia, de outra forma, ser encontrado, por meio do qual Deus revela a verdade ao homem. Em II Coríntios 12:1 Paulo fala de receber “revelações do Senhor”. Em I Coríntios 2:10-11, Paulo mostra que assim como somente o próprio homem pode revelar os pensamentos mais íntimos do seu coração a outra pessoa, assim também somente o Espírito Santo pode revelar ao homem “as profundezas de Deus”. O homem não tem capacidade para descobrir verdades acerca de Deus, a não ser que o Espírito Santo as revele. O agnóstico duvida que Deus Se revele; e ao assim fazer ele está desafiando as afirmações de que Deus tem a capacidade de revelar-Se a Si mesmo, e que o homem tem a capacidade de conhecer a Deus. Qualquer conhecimento de Deus, através das Sagradas Escrituras, é obtido somente por revelação divina, pois o homem jamais poderia discerni-lO por sua própria capacidade, por mais erudito que fosse. A verdade divina está muito além das mais elevadas faculdades mentais e intelectuais do homem. Uma das perguntas
mais antigas na Bíblia é a pergunta de Jó: “Poderás descobrir … o Todo Poderoso?” (Jó 11:7, VB). Se Deus não Se revelar ao homem, Ele permanecerá desconhecido e incompreensível. Mas Deus em graça escolheu revelar-Se para que possamos aprender sobre Ele e Sua inescrutável sabedoria e caminhos.

A capacidade de Deus de revelar-Se a Si mesmo
As Escrituras Sagradas são muito claras em afirmar que Deus não somente tem a capacidade de revelar-Se à humanidade, como de fato Ele o fez. Deus Se tem revelado de diversas maneiras.
Revelação na Criação O Salmo 19:1 declara que Deus Se tem revelado através da Criação: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos”. Paulo acrescenta a isso, ao dizer que a natureza invisível de Deus, seu eterno poder e Divindade “se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1:20). A verdade de Deus na Criação é gloriosa (Sl 19) e evidente (Rm 1).
O salmista declara no Salmo 8:3: “Quando vejo os Teus céus, obra de Teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que Te lembres dele? E o filho do homem para que o visites?”. O mundo criado manifesta tanto a majestade de Deus quanto a fraqueza do homem. Não é de admirar que Davi conclui o Salmo com a exclamação do v. 9: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o Teu nome sobre toda a terra!”
Falando durante o tumulto em Listra, o apóstolo Paulo disse: “… o Deus vivo, que fez o céu e a terra e o mar e tudo que há neles; o Qual nos tempos passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos.
E contudo não Se deixou a Si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:15-17). Aqui somos novamente lembrados do testemunho de Deus para o homem na Criação. A repetição constante do ciclo das estações, no mundo criado, é um testemunho da bondade de Deus.

Revelação na consciência do homem
Deus também Se revela à Consciência do homem. Paulo, falando dos homens que rejeitam a revelação de Deus na Criação, declara que eles têm que tratar com Deus, cuja Lei está “escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Rm 2:15). Embora o Senhor Jesus não tenha usado a palavra “consciência”, Ele declarou que o Espírito Santo “convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (Jo 16:8).
A palavra “convencer” (que significa “expor”, ou “trazer à luz”) indica que o homem pecador seria conscientizado do seu pecado contra Deus. Embora seja verdade que Deus deu a cada pessoa a liberdade de exercer a sua própria vontade ao decidir a respeito da revelação de Deus, isso não quer dizer que ao fazê-lo em rebelião contra a lei de Deus ela ficará impune. O homem é livre para aceitar ou rejeitar a revelação de Deus na Criação e na consciência, mas terá que responder por essas decisões.

Revelação no cânon das Escrituras
Outro meio pelo qual Deus Se revela é no cânon das Sagradas Escrituras. O apóstolo Paulo enfatizou o que muitos dos escritores do Velho Testamento haviam declarado em relação aos falsos deuses (veja, por exemplo, Sl 115:4-8 e Is 46:6-7) quando os descreve como “ídolos mudos”(I Co 12:2). O Deus da Bíblia não é assim — Ele pode falar, e fala! A maravilha da Sua graça é que Ele fala de uma maneira que os homens possam entender e apreciar. Nos dias do Velho Testamento, Deus falou com indivíduos, como Abraão (Gn 12:1), Moisés (Êx 19:21), e Samuel (I Sm 3:4); e há repetidas revelações de Deus aos profetas (por exemplo, Jr 1:11, 014; 7:1; 11:1, etc.).

Revelação e mistérios
No Novo Testamento certos aspectos da verdade que eram desconhecidos nos dias do Velho Testamento são revelados: são os chamados mistérios. A palavra não indica que haja algo curioso ou misterioso sobre eles; e sim que são revelações de verdades completamente novas, num tempo e para homens escolhidos por Deus. Essas revelações não poderiam ser compreendidas pelos homens se tivessem sido feitas numa época anterior. Paulo descreve a si mesmo e seus cooperadores como “ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus” (I Co 4:1).
Está além do alcance deste capítulo tratar dos mistérios doutrinários do Novo Testamento, mas o leitor que fizer deles um assunto de estudo pessoal terá uma rica recompensa na revelação da verdade. Outro assunto relacionado que podemos mencionar apenas de passagem é o dos milagres. Em certas ocasiões, Deus usou milagres para substanciar ou corroborar a mensagem na Sua revelação. Em II Coríntios 12:12 Paulo fala dos “sinais do meu apostolado”. Ele está se referindo aos acontecimentos milagrosos realizados por Paulo para convencer os homens da autenticidade da mensagem que Deus o tinha enviado a proclamar. Ao verem a evidência do poder Divino em operação, Deus tornou claro o conteúdo da Sua revelação e demonstrou a veracidade dela. Este é o sentido de Hebreus 2:4: “Testificando também Deus, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por Sua vontade”.
Entretanto, embora a Bíblia toda seja a Palavra inspirada de Deus, ela não é toda revelação. Há muitas passagens históricas que registram coisas que não podem ser consideradas como revelação. Por exemplo, quando Satanás disse a Eva: “Certamente não morrereis” — essas palavras, quando faladas por Satanás, não eram uma revelação de Deus. Mas em Gênesis 3:4 temos o registro divinamente inspirado da insinuação maligna de Satanás, assim assegurando a exatidão do relato. O mesmo se aplica ao exemplo nas Escrituras Sagradas onde as palavras dos homens maus são registradas com exatidão por inspiração divina. Nesses casos a inspiração não confere crédito ao que os homens maus disseram, mas garante que o registro do que eles disseram é verdadeiro e exato.

Revelação progressiva
Nas Escrituras, a revelação da verdade é progressiva. Isso não quer dizer que revelações sucessivas corrigem ou eliminam revelações prévias; mas sim, que elas acrescentam às anteriores, dando-nos uma compreensão mais completa. Mais verdade está sendo adicionada àquela que já é conhecida. Uma das primeiras afirmações de Deus na Bíblia se encontra em Gênesis 3:15: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Um exemplo de revelação progressiva é quando Deus adiciona informação mais plena, ao identificar a Semente da mulher como Seu Filho: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4). Em Hebreus 2:14, é por meio da morte que Cristo derrotou Satanás: “… para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”.
Novamente, em Colossenses 2:14-15, Paulo mostra que o esmagar da cabeça de Satanás se deu na cruz: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em Si mesmo”.

Revelação em Cristo
A revelação máxima de Deus aos homens está em Cristo. João diz: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, esse O revelou” (Jo 1:18). Cristo nos anunciou tudo que o Pai quer que a humanidade saiba sobre Ele. Ele é a revelação mais plena de Deus aos homens. Em Hebreus 1:1-2 é dito que Deus “a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a Quem constituiu herdeiro de tudo, por Quem fez também o mundo”. Esta revelação por Deus nos dá uma compreensão da Pessoa de Cristo. Sua existência eterna, nascimento, morte, ressurreição, ascensão e retorno, todas estas coisas são reveladas nas Escrituras.

Revelação registrada
A revelação de Deus à humanidade, em forma escrita, chega ao seu ponto mais elevado no livro de Apocalipse no final do Novo Testamento.
Apocalipse 1:1 afirma que é a “revelação de Jesus Cristo”. Disto concluímos que o livro é tanto uma revelação da parte de Jesus Cristo para João, e sobre Jesus Cristo para os homens. Estes conceitos são repetidos no início de cada uma das cartas a serem enviadas por João às sete igrejas da Ásia, nos caps. 2 e 3. A introdução de cada carta começa com as palavras: “Isto diz …”, e em seguida temos um aspecto específico da visão do Cristo exaltado dada a João em Apocalipse 1:10-20: “Isto diz Aquele que tem na Sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro” (Ap 2:1). A revelação por Jesus Cristo não apenas é sobre Ele mesmo como o exaltado e vitorioso Filho do Homem; João recebeu também uma revelação da parte de Jesus Cristo sobre as “coisas que são, e as que depois destas hão de acontecer”.

A capacidade do homem de conhecer a Deus
Se um crítico da Bíblia pode provar que Deus não Se revelou à humanidade, ou que os seres humanos não têm a capacidade de reconhecer essa revelação, então ele sente que está isento de qualquer responsabilidade para com Deus. Como já demonstramos, Deus tem Se revelado à humanidade de várias maneiras. E agora, o que dizer sobre a capacidade do homem de conhecer Deus? Já vimos nesse capítulo que Deus, muitas vezes, realizou um milagre para confirmar a Sua mensagem. É interessante notar que, quando os homens ouviram as palavras do Senhor Jesus, eles disseram: “Nunca homem algum falou assim como esse Homem” (Jo 7:46). Marcos nos diz que, quando o Senhor Jesus curou o paralítico, “levantou-se e, tomando logo o leito saiu em presença de todos, de sorte que se admiraram, e glorificaram a Deus dizendo: Nunca tal vimos” (Mc 2:12). Seja através das palavras faladas pelo Senhor, ou Seus milagres por Divino poder, os homens tinham a capacidade de apreciar o que viam e ouviam.
Entretanto, nem todos corresponderam com fé àquilo que viram e ouviram.
Romanos 1:19 deixa claro que os homens em seus pecados têm a capacidade de saber a respeito da justiça e do poder de Deus, assim como de ter consciência do seu pecado: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou”. Naquela parte de Romanos cap. 1 Paulo declara que homens injustos, que excluem a verdade de Deus revelada na Criação, estão sem desculpa. Tendo a capacidade de conhecer a Deus, optaram por não conhecê-lO; e são, assim, condenados por suas próprias ações. Esta verdade solene não está em contradição com I Coríntios 2:14, onde Paulo está dizendo que qualquer revelação de Deus ao homem precisa vir através do Espírito Santo, pois o homem em si mesmo não é capaz de compreender a Deus. Consideradas juntas, as duas passagens estabelecem que o homem é responsável pelos seus próprios atos, quando Deus Se revela através de Cristo pelo Seu Espírito.

Inspiração
Deus também Se tem revelado na Palavra escrita. A revelação de Deus em palavras escritas foi dada a indivíduos que Ele escolheu, para que eles por sua vez comunicassem essa revelação aos seus semelhantes.
Essa revelação não foi transmitida por palavras escolhidas por eles, antes, as palavras foram a escolha do Espírito Santo, descritas em I Coríntios 2:13 como as palavras “que o Espírito Santo ensina”.
É importante distinguir entre revelação e inspiração. Elas diferem em que revelação é a transmissão de verdade que não pode ser descoberta pela mente humana; mas a inspiração garante que a verdade que Deus deseja que os homens conheçam é registrada com exatidão, para que tenha autoridade e seja infalível. Revelação significa aquilo que o homem sabe sobre Deus, enquanto inspiração assegura que aquilo que o homem sabe sobre Deus é exatamente, palavra por palavra, como Deus queria que fosse escrito. Revelação e inspiração estão intimamente ligadas quanto à maneira em que as Santas Escrituras nos foram disponibilizadas; no entanto, são distintas. Por exemplo, Moisés subiu ao Monte Sinai para receber instruções sobre a construção do Tabernáculo, por revelação de Deus; e então, mais tarde, ele registrou tudo, por inspiração, naquilo que hoje conhecemos como o livro de Êxodo. Moisés recebeu a revelação no Sinai, e mais tarde registrou essa revelação por inspiraçãodivina.
Uma das melhores definições de inspiração continua sendo a do Professor Gaussen, um teólogo do século XIX, que a defendeu resolutamente no seu livro The Inspiration of the Holy Scriptures ( “A Inspiração das Sagradas Escrituras”):* … esse termo é usado para descrever o poder misterioso que o Espírito Divino exerceu sobre os autores das Escrituras do Velho e do Novo Testamento, capacitando-os para que as redigissem na forma em que foram recebidas pela Igreja de Deus das mãos deles. “Toda Escritura”, diz um apóstolo, “é teopnêustica".
Outra descrição valiosa é a de Rene Pache†: Inspiração … é a influência determinante exercida pelo Espírito Santo sobre os escritores do Velho e do Novo Testamento para que eles pudessem proclamar e estabelecer, de forma exata e autêntica, a mensagem como recebida de Deus. Esta influência os guiava até mesmo no seu uso de palavras, para que fossem preserva-das de todo erro e omissões … Uma inspiração semelhante foi concedida aos escritores sagrados, em relação a eventos ou fatos por eles já conhecidos sem uma revelação especial, para que seus relatos fossem de acordo com a vontade de Deus.
Não é apenas a própria Escritura que testifica da Sua inspiração divina; o Senhor Jesus e os apóstolos que O acompanharam no Seu ministério, testificaram do fato que as Escrituras Sagradas são divinamente reveladas e inspiradas. O Senhor Jesus disse em Mateus 22:31: “E acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo …” O desafio do Senhor aos escribas e fariseus em Mateus 15:2-3, de que as tradições judaicas estavam em desacordo com as Escrituras do Velho Testamento, que são “os mandamentos de Deus”, é mais uma das muitas ocasiões em que Ele validou as Escrituras como sendo de Deus. É um estudo interessante pesquisar nos Evangelhos a confirmação do Salvador das Escrituras do Velho Testamento, por exemplo: sobre a Criação (Mt 19:4-5); o dilúvio e Noé (Lc 17:27); o resgate de Ló (Lc 17:29); a entrega da Lei (Mt 19:18). Há muitas outras provas, nas Suas palavras, de incidentes do Velho Testamento, e fica óbvio, por essas Suas declarações, que o Senhor Jesus tinha completa confiança na origem e veracidade daquilo que estava escrito no Velho Testamento.
Quanto aos apóstolos, o livro de Atos mostra que eles também tinham plena confiança de que as Escrituras do Velho Testamento eram divinamente inspiradas e, portanto, dotadas de autoridade e verdadeiras.
Quando Pedro falou: “Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus” (At 1:16), ele estava confirmando a inspiração divina das Escrituras Sagradas. O discurso de Estêvão é uma confirmação notável da historicidade do relato do Velho Testamento sobre acontecimentos na vida dos Patriarcas até os dias do Templo de Salomão (At 7:2-50). Nas epístolas aos Romanos e aos Gálatas, quando o apóstolo Paulo escreve para defender as doutrinas do Evangelho, ele cita amplamente as Escrituras do Velho Testamento (veja o uso que ele faz da expressão “como está escrito” em Rm 1:17; 2:24; 3:4; 4:17; 8:36; 9:13; 10:15; 11:8; 15:9). Juntamente com outras ocorrências na epístola, estas mostram que em cada seção do tratado, ele tem plena confiança para basear seu argumento nas Escrituras do Velho Testamento como dotadas de autoridade e divinas. Para Paulo, o evangelho que lhe fora revelado era um cumprimento das promessas de Deus feitas anteriormente através dos profetas do Velho Testamento.
Paulo claramente entendeu que as palavras das Sagradas Escrituras eram coextensivas e idênticas às palavras do próprio Deus. Assim as Sagradas Escrituras vieram a existir quando homens “santos de Deus falaram inspirados [conduzidos, dirigidos, direcionados] pelo Espírito Santo”. Embora haja um bom número de passagens no Novo Testamento que afirmam e corroboram a doutrina da inspiração divina das Escrituras, como registradas por autores humanos, as duas mais importantes são II Timóteo 3:16 e II Pedro 1:21.
II Timóteo 3:16:-17
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.
Esta é uma das passagens mais importantes na Palavra de Deus sobre o assunto da inspiração. Devemos fazer uma pausa para meditar cuidadosamente no seu significado, pois aqui o apóstolo fala da própria Bíblia e do propósito de Deus na sua inspiração. Uma tradução literal do grego das palavras iniciais deste versículo, aumenta o impacto do seu significado: “Toda a Escritura soprada por Deus”. É importante notar que em I Timóteo 5:18 o apóstolo associa uma citação de Deuteronômio 25 com uma de Lucas 7, demonstrando assim que tanto o Velho e o Novo Testamentos são reconhecidos como Escrituras Sagradas; e portanto devem ser considerados como tendo a mesma origem. Ambos os Testamentos são inspirados por Deus, independentemente de quem foram os escreventes humanos.
Estes escreventes vieram de ambientes sociais e educacionais diferentes, e se espalharam por um período de tempo bem superior a mil anos. No entanto, em cada caso, as palavras eram sopradas por Deus! A maravilha da inspiração é que, dentre a variedade de homens, naquele longo período de tempo, não há uma discordância, em qualquer parte, naquilo que escreveram. De fato, a sua mensagem tem um tema básico que os une — eles falaram de Cristo.
eus Se comunica através das Suas palavras. Ele não é como os ídolos mudos descritos no Salmo 115 como “obra das mãos dos homens” (v. 4), que “têm boca, mas não falam” (v. 5). Deus tem falado, e o que Ele disse foi registrado por autores humanos. Jeremias nos fala disso na sua profecia: “Mas o Senhor me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem Eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás. Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o Senhor. E estendeu o Senhor a Sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o Senhor: eis que ponho as Minhas palavras na tua boca” (Jr 1:7-9). Quando Deus confiou as Suas palavras aos vários autores humanos, Ele o fez por inspiração. Com isso queremos dizer que as palavras foram sopradas por Deus, e os homens as receberam e em seguida escreveram. Estas palavras, sendo sopradas por Deus, contém a própria vida de Deus: é por isso que, em Hebreus 4:12, a palavra de Deus é descrita como “viva e eficaz”.
Este ato, que nós chamamos de inspiração, se deu quando Deus soprou as palavras para os homens escreverem. A Palavra de Deus não se torna inspirada quando lida pelos homens, e quando ela lhes fala à consciência.
Portanto é errado dizer, como alguns, que a Escritura se torna a Palavra de Deus quando Ele a usa para falar com alguém. A Bíblia é a Palavra de Deus, cheia de vida e de vitalidade, seja ela reconhecida ou não, e aceita ou não, como tal. Também é errado dizer que a Escritura contém a Palavra de Deus, pois isso indica que também contém coisas que não são a Palavra de Deus. As Sagradas Escrituras são a Palavra de Deus; elas jamais serão algo menos, e nunca nada será acrescentado a elas. Isto é enfatizado pelas palavras do Salvador: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mt 5:18). O Senhor Jesus diz que a menor letra do alfabeto hebraico (jota), e o menor traço usado
para distinguir as letras deste alfabeto (til), permanecerão para sempre.
Na mente de Deus, os menores detalhes das letras dos manuscritos originais são importantes. Vale a pena notar que o Senhor Jesus atribuiu o mesmo caráter eterno às Suas próprias palavras quando disse: “Os céus e a terra passarão, mas as Minhas palavras não hão de passar” (Mt 24:35). As palavras faladas pelo Salvador têm o mesmo caráter permanente que as Sagradas Escrituras; e as Escrituras Sagradas têm a mesma veracidade e valor que as palavras faladas pelo Senhor Jesus Cristo.
Fica claro em Daniel 12:8-9 que os autores do Velho Testamento nem sempre compreendiam o significado daquilo que escreviam: “Eu, pois, ouvi mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas? E Ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até o tempo do fim”.
Ao falar sobre inspiração, devemos entender, de II Timóteo 3:16-17 que, estritamente falando, se aplica às palavras das Sagradas Escrituras, e não aos homens que as escreveram: “Toda a Escritura é divinamente inspirada”. É errado dizer: “Deus inspirou o apóstolo Paulo a escrever …”. O que devemos dizer é: “Deus inspirou as palavras que o apóstolo Paulo escreveu”. A atividade de Deus pelo Espírito Santo sobre os escritores das Sagradas Escrituras é explicada em II Pedro 1:20-21.
II Pedro 1:20-21
“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados [“movidos”, VB] pelo Espírito Santo”.
A afirmação de Paulo em II Timóteo 3:16-17 enfatiza a origem e o resultado final da inspiração; e essas afirmações de Pedro enfatizam o processo e o poder envolvidos na inspiração. Para produzir o resultado final — a Palavra soprada por Deus — o Espírito Santo moveu autores humanos, e a Bíblia reconhece esse aspecto duplo de autoria. Usando seu próprio estilo e habilidade, os homens escreveram as palavras a eles entregues pelo Espírito Santo; e, no entanto, o que eles escreveram eram as próprias palavras de Deus. Pedro confirma esta autoria dupla: “Amados,
escrevo-vos agora esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero; para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento como apóstolos do Senhor e Salvador” (II Pe 3:1-2). Ele queria que esses cristãos se lembrassem das palavras dos profetas e dos mandamentos dos apóstolos. Tanto o Velho Testamento como o Novo Testamento são atribuídos a autores humanos (profetas e apóstolos).
Em 3:15-16 Pedro reconhece a sabedoria dada a Paulo, manifesta naquilo que ele escreveu em suas epístolas, e continua explicando como “os indoutos e inconstantes torcem” os escritos de Paulo e “igualmente as outras Escrituras”. Ao assim escrever, Pedro atribui a todas as epístolas de Paulo o caráter de “Escritura”. Toda Escritura é inspirada por Deus, ainda que escrita por homens.
Ao usar a expressão “segundo a sabedoria que lhe foi dada”, Pedro mostra que o processo de inspiração divina faz uso dos dons dados por Deus. Inspiração não é meramente um ditado mecânico, onde o autor humano registra palavras como uma secretária. As epístolas de Paulo foram escritas de acordo com a profundeza e detalhes do conhecimento especialmente dados a ele. Não era fruto de uma “particular interpretação” (v. 20); mas ele foi “inspirado [movido] pelo Espírito Santo” (v. 21).
Deus usou o caráter e as habilidades dos homens que escreveram a Bíblia, e ao mesmo tempo controlou o que escreviam, de forma que o que eles produziram é a Palavra inspirada de Deus. Os escritores da Bíblia não foram abandonados aos seus próprios recursos ao escrever. O Espírito Santo milagrosamente operou neles como homens caídos, para que o processo de inspiração invalidasse os seus defeitos; e os guiasse, como homens cheios do Espírito, a escrever exatamente o que Deus queria.
Quando Pedro diz que eles foram “movidos pelo Espírito Santo”, ele usa uma expressão que transmite a ideia de um navio sendo conduzido pelo vento. Assim como o navio é controlado pelo seu poder propulsor, assim também os autores humanos da Bíblia foram controlados pelo Espírito Santo. Quando o vento sopra, o navio navega; quando o vento para, o navio para. Esta expressão usada por Pedro mostra que os autores humanos estavam sob o controle direto do Espírito enquanto escreviam. O processo de inspiração era um cumprimento das palavras ditas pelo Senhor Jesus em João 16:13: “Mas, quando vier Aquele, o Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele Me glorificará, porque há de receber do que é Meu e vo-lo há de anunciar”.
Que livro maravilhoso nós temos na Bíblia! Assim como o Verbo Eterno de Deus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem, assim também a Palavra de Deus escrita é, num sentido, as palavras de Deus e as palavras do homem.

Implicações
As implicações da inspiração e da revelação divinas são ao mesmo tempo confortantes e desafiadoras. Podemos encontrar um imenso conforto na leitura da Palavra de Deus, pois ela é infalível e confiável. Também somos desafiados ao lê-la, sabendo que ela tem autoridade e precisa ser obedecida. A seguir, trataremos brevemente da veracidade e da importância das Sagradas Escrituras.

Veracidade
Não há dúvida de que Deus é como descrito nas Escrituras, o “Deus  da verdade” (Dt 32:4; Is 65:16; Sl 31:5). Esta é a retumbante proclamação de cada uma das três partes do Velho Testamento: a Lei, os Profetas e os Salmos. Segue-se que o que o Deus da verdade diz é verdadeiro. Entretanto, há muitos que confessam honrar o Deus da Verdade, e ainda negam a infalibilidade da Sua Palavra — uma contradição que eles, em vão, tentam explicar. O objetivo deste capítulo é fortalecer os leitores na sua confiança na Palavra de Deus, que é segura, verdadeira e exata.
Encontramos uma das afirmações mais grandiosas que confirmam isso, nas palavras do Salvador em João 17:17: “A Tua Palavra é a verdade”.
Acrescentando a isso a verdade que toda Escritura, como nos manuscritos originais, é soprada por Deus, podemos concluir sem medo de errar que toda Escritura é verdadeira. Como já mencionado neste capítulo, a veracidade das Escrituras não impede que o escritor inclua informação que, em si, não seja verdadeira, como quando Satanás disse a Eva: “Certamente não morrereis” (Gn 3:4). Neste caso, o registro inspirado das palavras mentirosas de Satanás é absolutamente verdadeiro, embora sua mentira continue enganosa como sempre. Podemos confiar que o relato do que Satanás disse a Eva é exato.

Importância
Visto que toda a Escritura, em todas as Suas partes, é divinamente inspirada, qual a Sua importância para nós hoje? Um dos resultados primários da inspiração divina da Palavra de Deus é a Sua autoridade. A questão central é: os cristãos devem considerar a Palavra de Deus não somente como uma autoridade, mas como a autoridade final para as suas vidas.
Uma velha heresia da Igreja de Roma diz que enquanto a Palavra de Deus tem alguma autoridade, a autoridade final está na sua interpretação pela Igreja. Associado a esse erro antigo está o ataque mais recente do Pós-Modernismo, cujos proponentes dizem que povos diferentes têm padrões diferentes de verdade e moralidade. Eles ainda acrescentam que o indivíduo tem o direito de ver a Bíblia de acordo com seus próprios desejos. Estas atitudes são estranhas à Palavra de Deus, e contrárias àquilo que Paulo recomenda aos tessalonicenses, pois lemos em I Tessalonicenses 2:13: “Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é na verdade), como Palavra de Deus, a qual opera em vós os que crestes”. A implicação desta declaração de Paulo é profunda: a obra interior da Palavra de Deus ao vivificar pecadores é manifesta na sua aceitação subsequente dessa mesma Palavra. Quando alguém continuamente recusa se curvar perante a Palavra de Deus nas Suas exigências fiéis, isso põe em dúvida o fato do Espírito Santo e das Escrituras terem, algum dia, operado na sua alma trazendo-lhe vida espiritual.
A autoridade da Palavra de Deus é como a autoridade do Próprio Deus: ela procede da Sua própria natureza. Uma consequência direta da inspiração divina é que a Palavra inspirada está investida de toda a autoridade daquele que a inspirou. Para aqueles que pela fé aceitam a Palavra de Deus, é indiscutível que a autoridade das Sagradas Escrituras é uma verdade diante da qual temos que nos curvar em obediência e reverência.
O Pós-Modernismo nega que a Palavra de Deus é totalmente verdadeira e importante para nós hoje. O Pós-Modernismo é uma amalgamação de ideias que circulam desde o período do Iluminismo (tendência filosófica e política do século XVIII) até o século XX. Os erros de Schleiermacher (1768-1834); Wellhausen (1884-1918); Barth (1886-1968) e Pannenberg (1928-), entre outros, foram associados numa mistura peçonhenta que exalta a razão humana e degrada a inspiração divina, ao ponto de negá-la. Numa tentativa de responder muitas das perguntas mais profundas do coração humano, elas têm provocado mais perguntas do que respostas; e em muitas mentes essas perguntas destruíram o sólido fundamento do “Assim diz o Senhor”. Somente por aceitar a verdade Bíblica de que, nas Sagradas Escrituras, Deus nos tem revelado a Si mesmo e a Sua vontade, é que encontraremos respostas satisfatórias a estas perguntas profundas e reflexivas da existência humana.
Afirmamos que um cristão plenamente entregue à direção do Espírito Santo é capaz de compreender a Escritura da maneira como Deus pretende que ela seja compreendida.
Está além do alcance deste capítulo responder à pergunta: “Será que algum dos livros apócrifos é inspirado?”, a não ser para citar as observações daqueles que estudaram o assunto meticulosamente. Vale a pena ler o argumento completo apresentado por Geisler e Nix*. Eles colocam as seguintes razões para rejeitar os livros apócrifos:
i) Eles promovem os erros de oração pelos mortos e salvação pelas obras humanas.
ii) Eles promovem ideias que são moralmente erradas, especialmente escolhas morais baseadas na conveniência. Isto é reconhecido como a base da “Ética Situacional”.
iii) Josefo, na sua obra Against Apion (“Contra Apion”), argumentou que, desde que o Espírito Santo se apartou de Israel depois do ministério dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, não houve mais Revelação Divina até os tempos do Senhor Jesus Cristo.
iv) Permeando os livros apócrifos, há ideias que são simplesmente ficção e cheias da imaginação do homem, com fortes tendências ao misticismo.
v) Os Pais da Igreja primitiva e os líderes estudiosos judeus daquele período rejeitaram estes livros como sendo antibíblicos, e nunca questionaram sua exclusão do Cânon das Escrituras. Augustino os aceitou, mas foi firmemente resistido por Jerônimo (340-420 a. D.), o tradutor da Vulgata Latina.

Conclusão
A inspiração divina das Sagradas Escrituras é afirmada pela Lei, pelos Profetas, e pelos Salmos; pelo ensino do Senhor Jesus nos Evangelhos; pela pregação dos Seus apóstolos no livro de Atos; nas epístolas do Novo Testamento e no livro de Apocalipse. Há uma perfeita concordância através de toda a Bíblia de que ela veio diretamente de Deus.
A origem das Sagradas Escrituras determina a sua substância, e tanto a origem quanto a substância a dotam de supremacia.
Um movimento que “chamou a atenção da opinião publica em 1966, quando o Dr. Joseph Fletcher, professor de ética social no Seminário Episcopal de Cambridge, Massachusetts, publicou o livro Situation Ethics […] A principal característica da ética situacional é que o fim justifica os meios. […] O certo e o errado, segundo a cosmo-visão situacionista, é uma questão subjetiva, pragmática, existencial e deve estar baseada no amor. Em outras palavras, para Fletcher e os demais teólogos da situação, ao avaliar a veracidade de um determinado comportamento a pergunta a ser feita não é: “O que a Bíblia diz?”, mas: “O que eu acho disso?”; “De que forma isso pode me dar prazer?”; “Dará certo?”; e por último: “Eu estou fazendo por amor?” É claro que esses conceitos são demasiadamente ingênuos e conduzem fatalmente à imoralidade”. Retirado de: wordpress.com/2009/10/07/etica-situacional-joseph-fletcher-e-um-novo-conjuntode- valores-para-o-homem-moderno (N. do T.).

Bíblia Preciosa! Que tesouro
A Palavra de Deus fornece!
Tudo que desejo para a vida ou prazer,
Alimento e medicamento, armadura ou espada;
Deixe que o mundo me considere pobre —
Com Cristo e ela, de nada mais preciso.

 

Por Walter A. Boyd, Irlanda do Norte

 

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