Uma Dívida Tão grande; Quem Pode pagá-la?

O Czar Nícolas II era um dos czares mais beneficentes da antiga Rússia. Em certa ocasião ele tirou umas semanas numa residência perto dum quartel, numa região isolada do país. Os guardas tinham que estar alertas para recebê-lo a qualquer hora que chegasse ao quartel.

Numa noite fria e ventosa um jovem estava sentado num pequeno escritório neste quartel. Era bem quisto na alta sociedade.
O pai dele fez parte do mais alto escalão do exército e serviu ao Czar fielmente até morrer. Mas naquela noite o filho, o Conde Ivan estava na mais profunda depressão. Humilhação e desgraça o esperava. Durante meses gastou muito além das suas condições financeiras e pior ainda, no aperto lançou mão dos fundos do regimento. Pretendia devolver tudo, mas não conseguia. Já era tarde. No outro dia viriam os fiscais do exército para realizar uma vistoria. Sem dúvida tudo seria descoberto e ele seria expulso do exército e sentenciado a um longo tempo no presídio. Ele estava acabado!

No seu desespero ele pegou sua pistola e foi sentar numa poltrona com ela na mão. Estava decidido. Acabaria com a vida!

Mas não tinha pressa, pois ainda havia umas horas até o amanhecer do dia. Fisicamente exausto, ele pegou no sono com a pistola na mão.

A meia noite o Czar chegou ao quartel e passando pelos corredores, surpreendeu-se ao ver uma luz acesa num dos escritórios. Abrindo a porta, cautelosamente, ele entrou. Na mesa encontrou muitos livros comerciais abertos e na poltrona seu amigo, o Conde Ivan, dormindo com a pistola na mão. Assustado ele se aproximou da mesa onde encontrou uma folha com o cabeçalho: "O que devo". Havia uma lista de muitas contas não pagas. Abaixo da lista estava escrito: "Uma dívida tão grande; quem pode pagá-la?"

O Czar percebeu o triste semblante do rapaz e pegando a caneta escreveu umas palavras na folha. Daí foi embora levando a
pistola consigo.

Ao amanhecer o dia o rapaz se acordou triste e deprimido.

Chegou a hora! Mas onde estava a pistola? Começando a procurá-la olhou em cima da mesa. Não a encontrou, mas algo chamou a sua atenção. A folha que trazia a lista das contas ainda estava lá, mas algo tinha sido acrescentado. Debaixo da pergunta dele "Quem pode pagá-la?" estava escrito: Eu pago." assina Nícolas II: Czar.
Ainda de manhã o Czar mandou chamar o Ivan. Este só podia aceitar a estupenda proposta, e a conversa que sucedeu resultou numa grande transformação na vida do Conde Ivan. Foi transferido para a capital para servir durante um período no palácio do Czar.
Esta história relembra a parábola contada pelo Senhor Jesus Cristo em Lucas 7:41-42. Um certo credor tinha dois devedores; um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinquenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos". O Senhor Jesus compara o pecado a uma dívida que cada um tem para com Deus.

Ele destaca bem que nenhum dos devedores tinha com que pagar.

Assim, ele ensinou claramente que diante do problema do pecado o pecador está totalmente sem recursos. Não tem nada que possa apresentar a Deus que sirva para tirar um só pecado sequer. Mas o gracioso perdão do credor indica as condições de Deus de perdoar a divida do pecado desde que o Senhor Jesus Cristo "se deu a si mesmo em preço de redenção por todos" (1 Timóteo 2:5-6). Mas é importante observar que o sacrifício do Senhor Jesus Cristo sobre a cruz em hipótese nenhuma significa o cancelamento automático dos pecados de todos. O pecador precisa reconhecer a dívida, isto é reconhecer a seriedade do pecado. Para tal pecador há salvação, há perdão completo, pela aceitação do Senhor Jesus Cristo como Salvador único e todo suficiente.

A este (Cristo) dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome (Atos 10:43).

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