26/12/2015 09:27
Pediremos agora ao leitor que abra
conosco as duas Epístolas aos
Tessalonicenses. Como já dissemos, esses
cristãos se converteram à bendita
esperança da volta do Senhor. Eles foram
ensinados a esperar por Ele dia após dia.
Não se tratava meramente da doutrina do
advento recebida e guardada na mente,
mas de uma Pessoa divina que era
continuamente aguardada por corações
que haviam aprendido a amá-La e a
esperar por Sua vinda.
Porém, como podemos facilmente
imaginar, os cristãos tessalonicenses
ignoravam muitas coisas conectadas a essa
bendita esperança. O apóstolo tinha sido
privado deles "por um momento de tempo,
de vista, mas não do coração". Não lhe
fora permitido permanecer tempo
suficiente com eles para instruí-los nos
detalhes do assunto relacionado à
esperança que tinham. Eles sabiam que
Jesus estava para voltar — a mesma
bendita Pessoa que graciosamente os
livrara da ira vindoura. Mas eles ainda
estavam totalmente ignorantes quanto a
qualquer distinção entre Sua vinda para o
Seu povo e Sua vinda com o Seu povo.
Por isso, como era de se esperar,
acabaram caindo em vários erros e
enganos. É impressionante o quão rápido
a mente humana divaga para a mais
grosseira e selvagem confusão e erro.
Precisamos ser guardados de todos os
lados pela pura, sólida e reparadora
verdade de Deus. Devemos ter nossa alma
perfeitamente equilibrada pela revelação
divina, ou certamente mergulharemos em
toda sorte de noções falsas e tolas. Por
esta razão alguns dos tessalonicenses
conceberam a ideia de abandonar suas
obrigações. Pararam de trabalhar com as
próprias mãos e ficaram ociosos. Um
grande erro.
Ainda que estivéssemos perfeitamente
seguros de que nosso Senhor poderia vir
hoje à noite, não haveria razão para
deixarmos de cumprir, fiel e
diligentemente, nossa quota diária de
deveres, e fazer tudo o que nos foi
confiado na esfera em que Sua boa mão
nos colocou. Na verdade, o próprio fato
de esperarmos por nosso Mestre iria
fortalecer nosso desejo de fazer tudo o
que precisasse ser feito até o exato
momento de Sua volta, de modo que nem
uma única responsabilidade fosse
negligenciada. A esperança da iminente
volta do Senhor, quando mantida em
poder na alma, é imensamente
santificadora, purificadora e retificadora
em sua influência na vida, conduta e
caráter do cristão. Todavia sabemos que
até a mais gloriosa verdade pode ser
armazenada na esfera da razão e
petulantemente confessada com os lábios,
enquanto o coração, a vida, o andar, a
conduta e o caráter permanecem
totalmente alheios à sua influência. Mas
nos é expressamente ensinado pelo
inspirado apóstolo João que "qualquer
que nEle tem esta esperança purifica-se a
si mesmo, como também Ele é puro" (1
Jo 3:3). E, certamente, essa "purificação"
envolve tudo aquilo que diz respeito à
nossa vida prática do dia-a-dia.
Porém existia outro grave erro no qual
aqueles queridos tessalonicenses caíram, e
de onde o bendito apóstolo, como um
fiel e verdadeiro pastor, procurou resgatálos.
Eles achavam que seus amigos
cristãos que já tinham partido não
participariam do gozo da volta do
Senhor. Temiam que eles deixassem de
participar daquele momento tão bendito e
almejado.
Bem, apesar de ser verdade que o próprio
erro demonstrava quão intensamente
aqueles cristãos pensavam em sua bendita
esperança, ainda assim era um erro e
precisava ser corrigido. Mas vamos
reparar com cuidado na correção: "Não
quero, porém, irmãos, que sejais
ignorantes acerca dos que já dormem,
para que não vos entristeçais, como os
demais, que não têm esperança. Porque,
se cremos que Jesus morreu e ressuscitou,
assim também aos que em Jesus dormem
[ou que Jesus fez dormir], Deus os
tornará a trazer com Ele".
Repare nisto. Ele não procura confortar
aqueles pesarosos amigos assegurando
que eles iriam, não muito tempo depois,
seguir os que partiram. Muito pelo
contrário. Ele lhes assegura que Jesus
traria Consigo os que partiram. Trata-se
de algo claro e distinto, além de estar
fundamentado no grande fato de que
"Jesus morreu por nós e ressuscitou".
O apóstolo, porém, não para aqui, mas
segue derramando uma nova luz sobre a
compreensão de seus queridos filhos na
fé. "Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra
do Senhor: que nós, os que ficarmos
vivos para a vinda do Senhor, não
precederemos os que dormem. Porque o
mesmo Senhor descerá do céu com
alarido, e com voz de arcanjo, e com a
trombeta de Deus; e os que morreram em
Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós,
os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles nas
nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e
assim estaremos sempre com o Senhor.
Portanto, consolai-vos uns aos outros
com estas palavras".
Portanto, temos diante de nós aquilo que
comumente chamamos de arrebatamento
dos santos, um tema dos mais gloriosos,
emocionantes e cativantes, e certamente a
mais brilhante esperança da Igreja de
Deus e do crente individualmente. O
mesmo Senhor descerá do Céu com uma
convocação dirigida apenas aos ouvidos e
ao coração dos que Lhe pertencem.
Nenhum ouvido incircunciso ouvirá,
nenhum coração não renovado será
tocado por essa voz celestial, por essa
convocação da divina trombeta. Todos os
mortos em Cristo — incluindo, conforme
cremos, os santos do Antigo Testamento,
bem como aqueles do Novo Testamento
que tiverem partido na fé de Cristo —
ouvirão o bendito som e sairão dos
lugares onde dormem. Todos os santos
vivos escutarão e serão transformados
num momento. E então, oh! que
mudança! O pobre e gasto tabernáculo de
barro será substituído por um corpo
glorificado, à semelhança do corpo de
Jesus.
Observe aquela silhueta arqueada e
atrofiada, aquele corpo arruinado pela
dor e exaurido pelos anos de sofrimento
pungente. É o corpo de um santo. Quão
humilhante é vê-lo assim! Sim, mas espere
um pouco. Basta apenas trombeta soar e,
em um instante, aquela estrutura pobre e
decadente será transformada e feita
semelhante ao corpo glorificado do
Senhor que virá.
E ali, naquele sanatório para doentes
mentais, está um pobre paciente. Ele está
ali há anos. É um santo de Deus. Quão
misterioso é isso! É verdade, não
podemos compreender tal mistério, está
além do estreito alcance de nossa
compreensão. Mas assim é, aquele pobre
paciente é um santo de Deus e herdeiro
da glória. Ele também ouvirá a voz do
arcanjo e a trombeta de Deus, e deixará
sua enfermidade para trás para sempre, ao
subir para o céu, em seu corpo
glorificado, para encontrar o Seu Senhor
que vem.
Oh! Que momento radiante! Quantos
leitos de enfermos ficarão vagos então!
Que mudanças maravilhosas acontecerão!
Como o coração é cativado por tal
pensamento e anseia cantar, em coro, o
belo hino:
Cristo, o Senhor, sim, voltará,
Ninguém O aguardará em vão:
Então Sua glória mostrará:
Com Ele os santos estarão.
Quando o arcanjo a voz soar,
Os que já dormem ouvirão,
E, ressurretos, vão cantar
Louvores, em adoração.
"Este é o nosso Redentor!"
As hostes todas clamarão:
"A Ele seja o louvor
e universal adoração!"
Amém e amém!
Quão glorioso pensarmos nos milhões de
ressuscitados! Quão maravilhoso estar
entre eles! Quão preciosa esperança será
ver aquela bendita Pessoa que nos amou e
Se entregou por nós! Tal é a esperança do
cristão, uma esperança acerca da qual não
há uma única menção de uma capa a
outra do Antigo Testamento. "A palavra
profética" é de suprema importância.
Fazemos bem em atentar para ela. Tratase
de uma inexprimível misericórdia para
aqueles que estão em trevas poderem
contar com uma luz que alumia em lugar
escuro. Mas é bom que o cristão tenha em
mente que seu desejo é ter "a estrela da
alva aparecendo em seus corações"; em
outras palavras, ter todo o seu coração
governado pela esperança de ver a Jesus
como a refulgente Estrela da Manhã.
Quando o coração está assim cheio e
guiado pela esperança que é própria do
cristão, então os olhos podem perscrutar
inteligentemente o mapa profético:
podem se ocupar de todo o campo da
profecia do modo como nosso Deus a
abriu graciosamente diante de nós, e
encontrar interesse e proveito em cada
página e em cada linha. Mas, por outro
lado, podemos estar certos de que o
homem que busca pela Igreja ou sua
esperança na profecia estará olhando na
direção errada. Encontrará ali "o judeu" e
"o gentio", mas não "a Igreja de Deus".
Confiamos sinceramente que nenhum de
nossos leitores deixará de se apoderar
deste fato — um fato que, podemos dizer
com total segurança, é da maior
importância.
Mas é provável que alguém pergunte:
"Para quê serve, então, a profecia? Se for
verdade que não podemos encontrar nada
sobre a Igreja na página profética, que
utilidade teria ela para os cristãos? Por
que razão nos teria sido dito que
atentássemos para ela, se ela não nos diz
respeito?" Redarguimos, perguntando:
Será que não existe algo de valor para nós
além daquilo que especificamente nos diz
respeito? Será que não devemos nos
interessar por algo a menos que sejamos
nós o seu tema principal? Será que é de
pouca importância para nós ter os
conselhos, propósitos e planos de Deus
revelados diante de nossos olhos? Acaso
damos pouca importância ao imenso
favor de ter os pensamentos de Deus
comunicados a nós em Sua santa Palavra
profética? Com certeza não foi assim que
Abraão tratou as comunicações divinas
que lhe foram feitas em Gênesis 18:
"Ocultarei Eu a Abraão o que faço?" E o
que era aquilo? Dizia respeito
especificamente a Abraão? De modo
algum. Dizia respeito a Sodoma e cidades
vizinhas, onde Abraão nada possuía. Mas
acaso isso o impedia de apreciar aquilo
como um favor especial com o qual
estava sendo honrado, como depositário
de confiança dos pensamentos de Deus?
Certamente que não. Podemos
seguramente afirmar que o fiel patriarca
tinha em alta estima o privilégio que lhe
fora conferido.
E assim deveria ser conosco. Deveríamos
estudar a profecia com o maior interesse
possível, pelo fato de nos ter sido
revelado nela, com divina precisão, o que
Deus está para fazer neste mundo com
Israel e com as nações. A profecia é a
história que Deus escreveu do futuro, e é
na proporção que O amamos que iremos
nos deliciar em estudar Sua história.
Certamente não da forma como alguns
sugerem, de que podemos conhecer sua
veracidade por meio de seu cumprimento,
mas para podermos nos apropriar de toda
aquela absoluta e divina certeza quanto
ao futuro que a Palavra de Deus pode
comunicar. Nada pode ser mais absurdo,
no juízo da fé, do que supor que devemos
aguardar o cumprimento de uma profecia
para saber se ela é verdadeira. Que insulto
é isto — inconscientemente, sem dúvida
— à inigualável revelação de nosso Deus.
Mas devemos agora voltar, por alguns
instantes, ao solene assunto do "dia do
Senhor". Trata-se de um termo que
ocorre com frequência nas Escrituras do
Antigo Testamento. Não temos a
pretensão de citar todas as passagens, mas
devemos nos referir a uma ou duas e, a
partir delas, o leitor poderá seguir
examinando o assunto por si mesmo.
Em Isaías 2 lemos: "Porque o dia do
Senhor dos Exércitos será contra todo o
soberbo e altivo, e contra todo o que se
exalta, para que seja abatido... E a
arrogância do homem será humilhada, e a
sua altivez se abaterá, e só o Senhor será
exaltado naquele dia. E todos os ídolos
desaparecerão totalmente. Então os
homens entrarão nas cavernas das rochas,
e nas covas da terra, do terror do Senhor,
e da glória da Sua majestade, quando Ele
Se levantar para assombrar a terra.
Naquele dia o homem lançará às
toupeiras e aos morcegos os seus ídolos
de prata, e os seus ídolos de ouro, que
fizeram para diante deles se prostrarem. E
entrarão nas fendas das rochas, e nas
cavernas das penhas, por causa do terror
do Senhor, e da glória da Sua majestade,
quando Ele se levantar para abalar
terrivelmente a terra".
O mesmo podemos ver em Joel 2: "Tocai
a trombeta em Sião, e clamai em alta voz
no Meu santo monte; tremam todos os
moradores da terra, porque o dia do
Senhor vem, já está perto; dia de trevas e
de escuridão; dia de nuvens e densas
trevas, como a alva espalhada sobre os
montes; povo grande e poderoso, qual
nunca houve desde o tempo antigo, nem
depois dele haverá pelos anos adiante, de
geração em geração... Diante dele tremerá
a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua
se enegrecerão, e as estrelas retirarão o
seu resplendor. E o Senhor levantará a
Sua voz diante do seu exército; porque
muitíssimo grande é o Seu arraial; porque
poderoso é, executando a Sua palavra;
porque o dia do Senhor é grande e mui
terrível, e quem o poderá suportar?"
Destas e de outras passagens similares
aprendemos que "o dia do Senhor" está
associado ao pensamento profundamente
solene de juízo sobre o mundo: sobre o
Israel apóstata, sobre o homem e suas
práticas e sobre tudo aquilo que o
coração humano valoriza e anseia. Em
suma, o dia do Senhor aparece em
evidente contraste com o dia do homem.
Hoje é o homem quem detém a
supremacia; então a supremacia será do
Senhor.
Bem, enquanto é perfeitamente verdade
que todo o povo do Senhor pode se
regozijar na perspectiva daquele dia que,
embora se inicie com juízo sobre o
mundo, deverá ser marcado pelo reino
universal de justiça, ainda assim devemos
nos lembrar de que a esperança peculiar
ao cristão não está naquele dia com todos
os seus terríveis desdobramentos de juízo,
ira e terror. Sua esperança está na vinda
ou presença de Jesus, com seus
desdobramentos de paz e gozo, amor e
glória. A Igreja já terá então se
encontrado com seu Senhor e voltado
com Ele para a casa do Pai antes daquele
terrível dia explodir sobre o mundo. Essa
será sua bendita porção, quando
experimentará a sublime comunhão
daquele lar celestial por um período de
tempo indefinido antes do início do dia
do Senhor. Seus olhos serão gratificados
com a visão da "resplandecente Estrela da
manhã" muito tempo antes que o "Sol de
justiça" se levante, em sua restauradora
virtude, sobre a porção piedosa da nação
de Israel — o remanescente da
descendência de Abraão que teme a Deus.
Desejamos muito que o leitor cristão
possa apreender totalmente esta grande e
importante diferença. Sentimo-nos
persuadidos de que ela terá um efeito
imenso sobre todos os seus pensamentos,
perspectivas e esperanças para o futuro.
Ela o capacitará a ver, sem que exista
qualquer nuvem de impedimento, sua
verdadeira perspectiva como cristão. Ela
o livrará de toda névoa, incerteza e
confusão, além de fazer desaparecer de
sua mente todo tipo de sentimento de
pavor com que tantos, até mesmo dentre
os queridos do Senhor, contemplam o
futuro. Ela irá ensiná-lo a esperar pelo
Salvador — o Noivo bendito, o eterno
Amante de sua alma — e não pelos
juízos, pelo terror, por eclipses e
terremotos, convulsões e revoluções,
mantendo seu espírito tranquilo e feliz,
na certa e convicta esperança de estar com
Jesus antes que chegue aquele grande e
terrível dia do Senhor.
Veja o quanto o fiel apóstolo trabalhava
para encaminhar seus queridos
convertidos tessalonicenses a uma clara
compreensão da diferença entre "a vinda"
e "o dia".
"Mas, irmãos, acerca dos tempos e das
estações, não necessitais de que se vos
escreva; porque vós mesmos sabeis muito
bem que o dia do Senhor virá como o
ladrão de noite; pois que, quando [eles,
não vós] disserem: Há paz e segurança,
então lhes sobrevirá repentina destruição,
como as dores de parto àquela que está
grávida, e de modo nenhum escaparão.
Mas vós, irmãos, já não estais em trevas,
para que aquele dia vos surpreenda como
um ladrão; porque todos vós sois filhos
da luz e filhos do dia; nós não somos da
noite nem das trevas" — O Senhor seja
louvado! — "Não durmamos, pois, como
os demais, mas vigiemos, e sejamos
sóbrios; porque os que dormem, dormem
de noite, e os que se embebedam,
embebedam-se de noite. Mas nós, que
somos do dia, sejamos sóbrios, vestindonos
da couraça da fé e do amor, e tendo
por capacete a esperança da salvação;
porque Deus não nos destinou para a ira,
mas para a aquisição da salvação, por
nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu
por nós, para que, quer vigiemos, quer
durmamos, vivamos juntamente com Ele.
Por isso exortai-vos uns aos outros, e
edificai-vos uns aos outros, como também
o fazeis" (1 Ts 5:1-11).
Temos aqui a distinção estabelecida com
inequívoca clareza. O mesmo Senhor
descerá para nós como o Noivo. O dia do
Senhor virá sobre o mundo como um
ladrão. Poderia um contraste ser mais
evidente? Como alguém pode confundir
as duas coisas? Elas são tão distintas
quanto duas coisas poderiam ser. Um
noivo e um ladrão são certamente coisas
diferentes. E igualmente diferentes são a
vinda do Senhor para Seu povo que O
aguarda e a vinda do Seu dia sobre um
mundo embriagado e adormecido.
Talvez alguns encontrem certa
dificuldade no fato de palavras tão
solenes quanto as que se seguem serem
dirigidas à Igreja em Sardis: "E, se não
vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e
não saberás a que hora sobre ti virei" (Ap
3:3). Essa dificuldade se desvanecerá
quando refletirmos que, no caso de
Sardis, o corpo professo é visto como
possuindo meramente um nome de que
vive, enquanto está morto. Ela afundou
ao mesmo nível do mundo e só consegue
enxergar as coisas do ponto de vista do
mundo. A Igreja fracassou
completamente, caiu de sua elevada e
santa posição, se encontra sob juízo e não
pode, portanto, ser encorajada pela
esperança que é própria da Igreja, mas é
ameaçada pela terrível maldição destinada
ao mundo. Não vemos a Igreja aqui como
o corpo ou noiva de Cristo, mas como a
testemunha responsável por Deus na
terra, o candeeiro de ouro que deveria
revelar a divina luz do testemunho neste
mundo de trevas, enquanto o seu Senhor
está ausente. Mas, oh! a Igreja professa
afundou ainda mais e se tornou mais
sombria até que o próprio mundo. Daí a
solene ameaça. A exceção confirma a
regra.
Vamos continuar com este assunto do
modo como é apresentado em 2
Tessalonicenses.
Trata-se de um fato cheio do mais rico
conforto e consolação para o coração de
um verdadeiro crente, que Deus, em Sua
maravilhosa graça, sempre transforme o
comedor em comida e do forte tire
doçura. Ele produz luz das trevas, traz
vida da morte e faz com que os
refulgentes raios de Sua glória brilhem
em meio a mais desastrosa ruína causada
pela mão do inimigo. A verdade disto está
ilustrada em todas as Escrituras e deveria
encher nosso coração de paz e nossa boca
de louvor.
Por isso os vários erros doutrinários e
práticas malignas nas quais foi permitido
que os primeiros cristãos caíssem foram
neutralizados por Deus e usadas na
instrução, direção e real proveito da
Igreja para o final de sua história terrena.
Assim, por exemplo, o erro dos cristãos
tessalonicenses, no que diz respeito aos
seus irmãos que haviam partido, serviu de
ocasião para derramar tamanho dilúvio de
luz divina sobre a vinda do Senhor e
sobre o arrebatamento dos santos, que é
impossível que qualquer mente simples
que se submeta às Escrituras venha a cair
em semelhante erro. Eles aguardavam
pela vinda do Senhor, e nisto estavam
certos. Eles O esperavam para estabelecer
Seu reino na terra, e nisto, de um modo
geral, também estavam certos. Mas eles
cometeram um grande erro ao deixarem
de fora o lado celestial desta gloriosa
esperança. Seu entendimento era
insuficiente — sua fé falha. Eles não
viram as duas partes, a dupla aplicação do
advento de Cristo: descendo nos ares para
receber Seu povo para Si, e aparecendo
em glória para estabelecer o Seu reino em
manifestação de poder. Por isso temiam
que seus irmãos que partiram estivessem
necessariamente fora da esfera de bênção,
do círculo de glória.
Tal erro é divinamente corrigido,
conforme vimos em 1 Tessalonicenses 4.
O lado celestial da esperança — a porção
que cabe ao cristão — é colocado diante
do coração como verdadeiro corretivo
para o erro relacionado aos santos que
dormiam. Cristo irá reunir todo o Seu
povo (e não apenas parte dele) para Si. E
se existir qualquer vantagem — qualquer
sombra de privilégio nesta questão — ela
fica com aquelas mesmas pessoas pelas
quais eles lamentavam. Pois "os que
morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro".
Porém, da Segunda Epístola aos
Tessalonicenses aprendemos que aqueles
queridos recém-convertidos tinham sido
levados a cometer outro grave erro — um
erro que não estava relacionado aos
mortos, mas aos vivos; um erro que não
estava relacionado à vinda do Senhor,
mas ao dia do Senhor. Se, por um lado,
eles temiam que os mortos pudessem não
participar do bendito triunfo da vinda,
por outro temiam que os vivos já
estivessem, naquele exato momento,
passando pelos terrores do dia do Senhor.
É com este erro que o apóstolo inspirado
tem de lidar em sua segunda carta aos
crentes tessalonicenses, e não há nada
maior que a ternura e sensibilidade de sua
abordagem, além da precisão com que faz
a correção.
Os cristãos em Tessalônica passavam por
intensa perseguição e tribulação, e fica
bem evidente que o inimigo, por meio de
falsos mestres, procurava confundir suas
mentes levando-os a pensar que "o grande
e terrível dia do Senhor" (Jl 2:31) tivesse
chegado e que as tribulações pelas quais
estavam passando eram consequências
daquele dia. Se assim fosse, todo o ensino
do apóstolo teria sido provado como
falso, pois se havia uma verdade que
brilhava com maior fulgor e
proeminência em seu ensino era a da
associação e identificação dos crentes com
Cristo — uma associação tão íntima, uma
identificação tão próxima, que seria
impossível para Cristo aparecer em glória
sem o Seu povo. "Quando Cristo, que é a
nossa vida, Se manifestar, então também
vós vos manifestareis com Ele em glória"
Cl 3:4. Mas antes Ele deverá vir, para
depois poder trazer "o dia".
Além disso, quando o dia do Senhor
realmente chegar, não será para atribular
o Seu povo; ao contrário, será para
atribular os perseguidores deste. É isto
que o apóstolo lhes faz lembrar da
maneira mais simples e eficaz, logo nas
primeiras linhas: "Sempre devemos,
irmãos, dar graças a Deus por vós, como
é justo, porque a vossa fé cresce
muitíssimo e o amor de cada um de vós
aumenta de uns para com os outros, de
maneira que nós mesmos nos gloriamos
de vós nas igrejas de Deus por causa da
vossa paciência e fé, e em todas as vossas
perseguições e aflições que suportais;
prova clara do justo juízo de Deus, para
que sejais havidos por dignos do reino de
Deus, pelo qual também padeceis; se de
fato é justo diante de Deus que dê em paga
tribulação aos que vos atribulam, e a vós, que
sois atribulados, descanso conosco, quando se
manifestar o Senhor Jesus desde o céu
com os anjos do Seu poder, como
labareda de fogo, tomando vingança dos
que não conhecem a Deus [gentios] e dos
que não obedecem ao evangelho de nosso
Senhor Jesus Cristo [judeus]" 2 Ts 1:6.
Portanto, não era apenas a posição do
cristão que estava envolvida nessa
questão, mas até mesmo a glória de Deus
— Sua própria justiça. Se era certo que o
dia do Senhor tinha trazido tribulação
aos cristãos, então não havia verdade na
doutrina — na grande e proeminente
doutrina do ensino de Paulo — de que
Cristo e Seu povo são um, além do que
isso acabaria comprometendo a justiça de
Deus. Em suma, se os cristãos estavam
passando por tribulação, seria
moralmente impossível que o dia do
Senhor tivesse chegado, pois quando
chegar será para trazer alívio para os
crentes. E isto como uma recompensa
pública para eles no reino, e não
meramente na casa do Pai, o que não é o
assunto tratado aqui. A mudança que irá
ocorrer será bem clara. A Igreja estará em
repouso e os que a atribularam, por sua
vez, estarão em tribulação. Enquanto
durar o dia do homem a Igreja estará
sujeita à tribulação, mas no dia do Senhor
tudo isso será invertido.
Repare nisto cuidadosamente. Não se
trata da questão dos cristãos passarem ou
não por dificuldades. Eles são destinados
a isto neste mundo, enquanto a impiedade
mantiver o domínio. Cristo sofreu, e o
mesmo deve acontecer também com eles.
Todavia, o ponto que queremos frisar
para a mente e o coração do cristão é que,
quando Cristo vier para estabelecer Seu
reino, será totalmente impossível que Seu
povo esteja em tribulação. Assim, todo o
ensino do inimigo, pelo qual ele
procurava inquietar os crentes
tessalonicenses, mostrou-se claramente
fraudulento. O apóstolo leva de roldão o
próprio fundamento de toda a trama,
usando apenas a afirmação da preciosa
verdade de Deus. Esta é a forma divina de
libertar as pessoas de seus vãos temores e
ideias falsas. Dê a elas a verdade e o erro
irá bater em retirada. Deixe derramar a
luz da eterna Palavra de Deus e todas as
nuvens e névoas de falsa doutrina serão
afastadas.
Permita-nos, por alguns instantes,
examinar um pouco mais o ensino de
nosso apóstolo neste texto marcante. Ao
fazê-lo veremos com que clareza ele
define a diferença entre "a vinda" e "o
dia", uma distinção que o leitor faz bem
em ponderar.
"Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda [ou
sobre este fundamento] de nosso Senhor
Jesus Cristo, e pela nossa reunião com
Ele, que não vos movais facilmente do
vosso entendimento, nem vos perturbeis,
quer por espírito, quer por palavra, quer
por epístola, como de nós, como se o dia
do Senhor estivesse presente".*
[* Não temos qualquer pretensão de erudição;
somos meros respigadores na tão interessante
seara da análise do texto onde outros têm
colhido grandes resultados. Não queremos
ocupar o pensamento de nossos leitores com
argumentos em defesa das passagens
apresentadas no texto, mas sentimos que não há
qualquer utilidade em apresentar aquilo que
acreditamos ser errado. Cremos não haver
dúvida quanto à forma correta de ler 2
Tessalonicenses 2, que é como apresentamos:
"como se o dia do senhor estivesse presente". A
palavra enesteken só pode ser traduzida assim.
Ela aparece em Romanos 8:38, onde é traduzida
como "o presente". O mesmo acontece em 1
Coríntios 3:22, "o presente"; 1 Coríntios 7:26,
"presente necessidade"; Gálatas 1:4, "presente
século mau"; Hebreus 9:9, "tempo presente". (N.
do. T.: No original inglês ou autor faz uso de
uma tradução alternativa para o final do
versículo: "como se o dia do Senhor estivesse
presente").]
Portanto, independente da questão das
diversas interpretações, basta um
momento de reflexão para mostrar ao
cristão sincero que o apóstolo não
poderia estar querendo ensinar aos
tessalonicenses que o dia do Senhor não
estava, mesmo naquela época, já perto. As
Escrituras nunca podem se contradizer.
Nenhuma sentença da revelação divina
pode vir a colidir com outra. Mas se a
forma apresentada na excelente Authorized
Version for correta, estaria em direta
oposição a Romanos 13:12, onde somos
expressa e claramente informados de que
o "dia é chegado". Que "dia"? O dia do
Senhor, com toda certeza, que é sempre o
termo utilizado em conexão com nossa
responsabilidade individual no andar e no
serviço.
Podemos assinalar rapidamente que se
trata de um ponto de muito interesse e
valor prático. Se o leitor se der ao
trabalho de examinar as várias passagens
que falam do "dia", descobrirá que, de um
modo ou de outro, elas fazem referência à
questão da obra, serviço ou
responsabilidade. Por exemplo: "O qual
vos confirmará também até ao fim, para
serdes irrepreensíveis no dia [não na vinda]
de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 1:8).
Outra vez: "A obra de cada um se
manifestará; na verdade o dia a declarará"
(1 Co 3:13). "Para que aproveis as coisas
excelentes, para que sejais sinceros, e sem
escândalo algum até ao dia de Cristo" (Fp
1:10). "Desde agora, a coroa da justiça me
está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz,
me dará naquele dia" (2 Tm 4:8).
De todas estas passagens, e de muitas
outras que poderiam ser citadas,
aprendemos que "o dia do Senhor" será
uma grande ocasião para o ajuste de
contas com os trabalhadores, para a
avaliação divina do serviço, o
esclarecimento de todas as questões
envolvendo a responsabilidade pessoal e
para a distribuição de recompensas — as
"dez cidades" e as "cinco cidades".
Portanto, onde quer que procuremos, e
qualquer que seja a forma como
abordemos o assunto, seremos cada vez
mais confirmados na verdade da clara
diferença entre a "vinda" de nosso
Senhor, ou o estar na Sua presença, e Sua
"aparição" ou "o dia". A primeira é
sempre colocada diante do coração como
a bendita e brilhante esperança do crente,
que pode se realizar a qualquer momento.
A outra é mais voltada para a consciência,
de um modo solene e profundo,
relacionando-se com toda a vida prática
daqueles que são colocados neste mundo
para trabalhar e testemunhar no lugar de
um Senhor que está ausente. As
Escrituras nunca confundem estas coisas,
não importa o quanto nós mesmos o
façamos. Não há uma única sentença, de
capa a capa do volume sagrado, que
ensine que os crentes não devam estar
continuamente esperando pela vinda do
Senhor, e zelosos pelo pensamento de
que "o dia é chegado". É só o "servo
mau" — descrito no discurso de nosso
Senhor em Mateus 24 — que diz em seu
coração: "O meu senhor tarde virá"; e ali
vemos as terríveis consequências que
sempre acabam resultando de se acalentar
tal pensamento no coração.
Devemos agora retornar por alguns
instantes a 2 Tessalonicenses 2, uma
passagem das Escrituras que tem causado
muita discussão entre os comentaristas e
apresentado considerável dificuldade para
os estudantes da profecia.
Fica bem evidente que os falsos mestres
procuravam perturbar os pensamentos
dos tessalonicenses, levando-os a acreditar
que estavam, já naquela época, cercados
pelos terrores do dia do Senhor. Não era
assim e nem poderia ser, ensina o
apóstolo. Antes mesmo de aquele dia
começar seremos todos reunidos para
encontrar o Senhor nos ares. Com base
(huper) na vinda do Senhor e nossa
reunião com Ele, Paulo pediu que não se
perturbassem a respeito do dia. Ele já lhes
tinha mostrado o lado celestial da vinda
do Senhor. Tinha lhes ensinado que eles,
como cristãos, pertenciam ao dia; que seu
lar, sua porção e esperança, estavam todas
elas naquela mesma região de onde o dia
haveria de surgir. Portanto, era
totalmente impossível que o dia do
Senhor pudesse envolver qualquer terror
ou tribulação para aqueles que já eram,
verdadeiramente e por graça, filhos do
dia.
Além do mais, mesmo quando o assunto
era visto do ponto de vista terreno, os
falsos mestres estavam todos enganados.
"Ninguém de maneira alguma vos engane;
porque não será assim [a vinda do dia]
sem que antes venha a apostasia, e se
manifeste o homem do pecado, o filho da
perdição, o qual se opõe, e se levanta
contra tudo o que se chama Deus, ou se
adora; de sorte que se assentará, como
Deus, no templo de Deus, querendo
parecer Deus. Não vos lembrais de que
estas coisas vos dizia quando ainda estava
convosco? E agora vós sabeis o que o
detém, para que a seu próprio tempo seja
manifestado. Porque já o mistério da
injustiça opera; somente há um que agora
resiste até que do meio seja tirado; e
então será revelado o iníquo, a quem o
Senhor desfará pelo assopro da Sua boca,
e aniquilará pelo esplendor da Sua vinda
[pela aparição de Sua presença]; a esse
cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás,
com todo o poder, e sinais e prodígios de
mentira, e com todo o engano da injustiça
para os que perecem, porque não
receberam o amor da verdade para se
salvarem" (2 Ts 2:3-10).
Aqui, portanto, nos é ensinado que antes
que chegue o dia do Senhor, o iníquo, o
homem do pecado, o filho da perdição
deverá ser revelado. O mistério da
iniquidade deve atingir seu ápice. O
homem deverá se colocar em aberta
oposição a Deus, e mais, chegará até a
aceitar para si o nome e a adoração
devidos a Deus. Tudo isso precisa ocorrer
neste mundo antes que irrompa em cena
o grande e terrível dia do Senhor. Por
enquanto há uma barreira, um
impedimento à manifestação desse
terrível personagem. Aqui não nos é dito
que barreira ou impedimento é esse. Deus
pode mudar isso de tempos em tempos.*
Mas aprendemos, da forma mais clara
possível no livro do Apocalipse, que antes
que o mistério da iniquidade atinja o seu
ápice na pessoa do homem do pecado, a
Igreja será removida completamente deste
cenário. É impossível ler Apocalipse 4 e 5
com a mente espiritual sem ser capaz de
enxergar que a Igreja deverá estar no
círculo mais interior da glória celestial
antes que qualquer selo seja aberto, antes
que qualquer trombeta seja soada e
qualquer taça seja derramada. Não
acreditamos que alguém consiga entender
o livro do Apocalipse sem enxergar isto.
[* Alguns supõem que o impedimento seja do
Espírito Santo. Sabemos de outras partes das
Escrituras que antes da entrada em cena do
iníquo a Igreja estará segura e abençoada em seu
lar celestial nas alturas — o lugar preparado para
ela. Quão precioso é este pensamento!]
É provável que voltemos a tratar deste
ponto tão interessante oportunamente.
Agora podemos apenas incentivar o leitor
a estudar o assunto por si mesmo.
Pondere em Apocalipse 4 e 5 e peça a
Deus para interpretar para sua alma o seu
precioso conteúdo. Fazendo assim,
estamos convencidos de que o leitor
aprenderá que os vinte e quatro anciãos
coroados representam os santos celestiais,
que estarão reunidos, em glória, em torno
do Cordeiro, antes que uma única linha
da parte profética do livro seja cumprida.
Gostaríamos de fazer ao leitor uma
pergunta muito simples, uma pergunta
que só pode ser corretamente respondida
na intimidade da presença de Deus. A
pergunta é: O que você busca? Qual é a
sua esperança? Você espera por
determinados eventos que estão para
ocorrer nesta terra, como o
restabelecimento do Império Romano, o
desenvolvimento dos dez reinos, o
retorno dos judeus para sua própria terra
na Palestina, a reconstrução de Jerusalém,
o surgimento do Anticristo, a grande
tribulação e, finalmente, os estarrecedores
juízos que serão, com toda certeza, um
prenúncio do dia do Senhor?
São estas as coisas que ocupam o
horizonte da sua alma? É por elas que
você anseia e espera? Se assim for, fique
ciente de que você não está sendo
governado pela esperança que convém à
Igreja. Certamente é verdade que todas
estas coisas que mencionamos deverão
ocorrer no seu devido tempo, mas
nenhuma delas deve ficar entre você e a
esperança que lhe convém. Todas elas
pertencem à página profética, todas estão
registradas na história que Deus escreveu
do futuro, mas jamais deveriam lançar
uma sombra sequer sobre a brilhante e
bendita esperança do cristão. Essa
esperança mostra-se em glorioso
contraste com o cenário da profecia. E
que contraste é este? Sim, voltamos a
perguntar, que contraste é este? Trata-se
da vinda da refulgente Estrela da manhã
— a vinda do Senhor Jesus, o bendito
Noivo da Igreja.
É esta, e nenhuma outra, a verdadeira e
correta esperança da Igreja de Deus. "E
dar-lhe-ei a Estrela da manhã" (Ap 2:28).
"Aí vem o Esposo" (Mt 25). Quando —
poderíamos perguntar — a estrela da
manhã aparece no mundo natural? Logo
antes de raiar o dia. Quem a vê? Aquele
que esteve vigiando durante as horas
escuras e sombrias da noite. Quão
simples, quão prática, quão eficaz essa
alusão. A Igreja deve estar vigiando —
alegremente desperta — olhando para
fora. Oh! A Igreja fracassou nisto. Mas
isto não é motivo para que o crente,
individualmente, não viva na plenitude do
poder real da bendita esperança. "E quem
ouve, diga: Vem". Trata-se de algo
profundamente pessoal. Oh! Que o
escritor e o leitor destas linhas possam
colocar habitualmente em prática o poder
purificador, santificador e motivador
desta esperança celestial! Que possamos
entender e exibir o poder prático destas
palavras do Apóstolo João: "E qualquer
que nEle tem esta esperança purifica-se a
si mesmo, como também Ele é puro".