A divulgação do Evangelho

Haveria um filho de Deus, com boa saúde espiritual, que não tenha apreço pela proclamação do evangelho?
Afinal,trata-se do evangelho de Deus a respeito de Seu Filho! 
O plano para redenção do ser humano caído e pecaminoso foi concebidono coração do próprio  Deus. Porventura, alguémpoderia tê-lo aconselhado nessa tarefa?Tampouco ele pediu isso. 
Tudo procedeu de Seu próprio coração, cheio de amor e compaixão divinos. 
Para salvar o homem, Deus providenciou o sacrifício mais elevado e mais pessoal que se poderia imaginar. Nem que fosse para agraciar um único pecador, Ele tinha de entregar Seu amado Filho unigênito. A este, que sempre foiSua alegria e deleite, Ele fez assumir forma humana e seguir o doloroso caminho da cruz. Ordenou-Lhe entregar a preciosa vida em resgate da vida das pessoas que Ele desejava libertar-os homens, que não eram amigos, mas sim inimigos de Deus. 
O próprio Senhor compara o evangelho a um convite para uma gloriosaceiade casamento, convite este estendido a todos. Essa ceia custou muito para Deus: "Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas" . 
O evangelho não exige nada das pessoas. O pecador precisa apenas reconhecer os direitos de Deus e arrepender-se. Desse modo, todo convidado pode vir com sinceridade. A graça divina não tem preço, oferece tudo sem ônus.
Todo indivíduo que, de alguma forma, participa do trabalho de evangelização deveria agradecer sempre, de coração, a Deus por ter idealizado uma tão grande salvação mediante a encarnação, a morte e a ressurreição de Jesus, nosso Senhor. O que Deus fez é o fundamento da salvação que temos o privilégio de anunciar.
Não tivesse o próprio Deus preparado essa perfeita salvação, estaríamos à mercê de nossa própria miséria e a contemplar a aflição de nosso próximo sem poder ajudá-lo. Todavia, Deus confiou aos redimidos o "ministério da reconciliação" . Somos "embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2Co 5: 18-21). Aolongo de toda a história Deus garantiu que as boas-novas fossem proclamadas. Sempre valeu-Se dos homens para essa obra. Ele qualifica e envia pessoas para esse fim. É verdade que uma vez um anjo do Senhor anunciou aos pastores nas campinas de Belém a boa nova do nascimento do redentor. 
Porém, mais tarde, teria de ser Pedro quem proclamasse o evangelho ao centurião Comélio, e não o anjo que Deus lhe enviara. Para esse importante e precioso serviço, Deus quer usar os redimidos. Como o evangelho foi proclamado no inicio?
A Palavra de Deus nos fornece informações a esse respeito, mostrandode que modo o evangelho ainda deve ser pregado hoje. 
O Senhor obteve a vitória sobre todos os poderes do inimigo e concedeu dons aos "homens", isto é, à sua Igreja. Esses dons eram - ou ainda são - necessários para o estabelecimento, a união e a edificaçãoda igrejasobre a terra: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Ef 4:8-16). Observe-se, portanto, que o evangelista é alguém de posse de um dom que o Senhor deu à Sua Igreja. Atarefa específicadesse obreiro o leva necessariamente a sair ao encontro dos homens a quem deve proclamar o evangelho. Contudo, como todos os crentes, ele também é um membro do corpo de Cristo. 
Filipe, por exemplo, era um desses evangelistas (At 21:8). Estava entre os que foram dispersos por causa da perseguição e saíram portada a parte anunciando a Palavra de Deus (At 8:4-8). Com isso ele chegou à cidade de Samaria, ondetambém anunciou o Cristo. O seu empenho foi ricamente abençoado. No entanto, é surpreendente constatarque, em meio às atividades em que estava envolvido, ele recebeu da parte de um anjo a orientação de se dirigir a um caminho deserto que desce de Jerusalém até Gaza. Ali o Espírito de Deus o instruiu a acompanhar o carro do eunuco superintendente do tesouro real da Etiópia, a quem - debaixo da bênção do Senhor - pôde anunciar o "evangelho de Jesus", e a quem também pôde batizar. "O Espírito do Senhor arrebatou a Filipe,e não o viu mais o eunuco." Filipe, porém, "se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho em todas cidades, até que chegou a Cesaréia" (At 8:39-40). É surpreendente como a atividade do Espírito Santo se manifestava sem impedimentos naqueles dias, inclusive por meio desse evangelista!
Também Paulo, o grande apóstolo das nações, possuía o dom de evangelista. "Ai de mim" ,dizia, "se não anunciar o evangelho!" (1 Cor. 9:16).
Da mesma forma que Filipe, também Paulo foi orientado diretamente pelo EspíritoSanto quanto ao lugarem que deveria proclamar o evangelho. É o que se depreende com clareza da passagem de Atos 16:6-10. 
Paulo e seus acompanhantes não puderam avançar pela província da Ásia. O Espírito Santo os impediu nessa empreitada. Também quando tentaram viajar para a Bitínia, o Espírito de Jesus não Ihes permitiu. Porém, mediante uma visão noturna, Paulo recebeu a diretriz de subir para a Macedônia. Ali deveriam anunciar o evangelho. 
A primeira viagem do apóstolo em solo europeu lhe custou trabalho e perseguição, mas foi ricamente abençoada. Elevisitou Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto, nessa ordem.
Apesar de em certos casos a permanênciatersidocurtanessas localidades, surgiram diversas assembléias, às quais, nos anos seguintes, foram dirigidascinco cartas. Hoje temos a oportunidade de sorver da plenitudedivinadessas epístolas. 
O apóstolo não se empenhava somente em conduziras pessoas ao Senhor Jesus, mas dedicava também todo esforço para que se reunissem e fossem ensinadas segundo os pensamentos de Deus.
O Espírito de Deus está entristecido hoje devido à decadência da cristandade em vários aspectos. Uma comparação entre vários métodos modernos de evangelização com a pregação da Palavra praticada pelo evangelistaFilipee pelo apóstolo Paulo causa-nos dor de coração. 
Todo cristão é um evangelista O livro de Atos nos narra ainda outra forma de trabalho evangelístico. Forma esta de extrema importância para nós que vivemos diasde decadência e de coisas pequenas. Devido à  tribulação que sobreveio após a morte de Estêvão, muitos crentes foram dispersos. Estes iam por toda a parte e anunciavam a Palavra (At8:4).
Inicialmente se dirigiamapenas aos judeus. Mas na Antioquia "alguns varões" dentre esses dispersos também começaram  a anunciar o evangelho do Senhor Jesus aos gregos. "E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor" (At  11: 19-21).
Esses dispersos são para nós um grande estímulo, pois - à exceção do evangelista Filipe (um deles) - não se comenta que nenhum tivesse dom extraordinário ou chamado divino, nem que algum deles tivesse sido expressamente enviado pelo Senhor. Movidos pelo amor do Senhor, trabalhavam segundo o melhor conhecimento ou recursos de que dispunham. No entanto, como eram belos e preciosos os frutos de seus esforços, especialmente em Antioquia! Que estímulo para cada um de nós que leva a sério o bem das almas! Conscientes da graça de Deus que nos foi manifestada, a nossa incumbência como sacerdotes também consisteem anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe2:9).
Evangelização é semeadura osemeador saiupara semear a sua semente. A semente é a Palavra de Deus (Lc 8: 11), e os diversossolos em que elacaisão os corações dos homens. O resultado dessa semeadura é mencionado em Mateus 13: 1-23 com sabedoria divina pelo próprio Senhor. Amelhorforma de semear é sem dúvida a pregação: "E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo" (Rm 10:17 -RA). "Aprouve a Deus salvaros crentes pela loucura da pregação" (1 Cor. 1:21). O fiel apóstolo, porém, lançou a semente de outra maneira. Ele anunciou e ensinou publicamente e pelas casas", tanto aos judeus como aos gregos, "aconversãoaDeusea fé em nosso Senhor Jesus Cristo". Fazendo isso, também não deixou de Ihes "anunciar todo o conselho de Deus" (At 20:20-21,27).
Vejam, portanto, que a semeadura também deve acontecer "pelas casas". Será, então, que não deveríamos empregar também nossa boa literatura para esse fim? Bons folhetos evangelísticos podem, eventualmente, substituir uma mensagem falada.Nessa forma, comunicamos por escrito às pessoas aquilo que lhes temos a dizer.
 
Mediante a entrega de uma boa literatura - que indique a sã doutrina - podemos igualmente prestar serviço a alguma alma já salva. Em face da crescente torrente de heresias, temos, além da oração, apenas uma arma: a fiel divulgação da verdade divina.  
 
Semeadura e Colheita
 
São inúmeras as passagens da Escritura que se referem à semeadura e à colheita. O sábio "pregador" aponta alguns aspectosligadosao atodesemear que nos podem ser bastante úteis. Vamos salientar alguns deles - Eclesiastes 11: 1-6: "Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás" (v.1). Não importa o que estamos semeando - sejam bens materiais, sejam bens espirituais - vamos reaver o nosso pão, mesmo que só "depois de muitos dias", ou na eternidade. Até chegar a ocasião da colheita, ele há de semear em fé. "Reparte com sete e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra" (v.2). Não seja econômico quanto ao número de pessoas a quem vairepassar a mensagem. 
Sete é um número perfeito, porém, é possível acrescentar ainda o oitavo, o início de um novo ciclo (ou grupo). Ao contrário do pregador, nós sabemos muito bem dos juízos divinos que estão por vir, do "mal que haverá sobre a terra" . Isso é uma verdade que nos deveria estimular a semear com diligência. 
Também sabemos muito bem que a sorte eterna de cada ser humano se decide aqui na terra, enquanto perdurar o período da graça: "No lugar em que a árvore cair, ali ficará" (v.3). Que nós também, tendo trabalhado, possamos como o apóstolo Paulo dizer com a consciência tranqüila: "Estou limpo do sangue de todos"! 
"Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará" (v.4).Se o lavrador se deixasse deter pelo tempo, muitas vezes sombrio no outono ou na primavera,elenão semearianem ceifaria. Da mesma forma, o crentenão deve deixarde realizar sua tarefa pelas dificuldades. 
"Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventreda que está grávida,assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas" (v.5). Em conexão com a semeadura se desenvolve uma obra oculta da parte de Deus, encoberta à observação do semeador. Essa palavra vem salientar uma vez mais a fé que deve caracterizar esse trabalho.
A nós cabe fazer com fé a nossa parte e deixarque Deus cuidede tudomais,mesmo quea principio não vejamos resultado algum. "Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas" (v.6). O trabalho de semeadura deve caracterizarse por constância: o semeador pode começar de manhã, na juventude, prosseguir com o trabalho à tarde, na idadeadulta, antes que a noite chegue. O Senhor disse: "Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enqusnto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (Jo 9: 4). Esse versículoainda contém outra instrução: embora exerça sua parte com afinco, o lavrador permanece na dependência de Deus. Ele não sabe o que prosperará. Porém, ainda que veladamente, o versículo apresenta uma preciosa promessa: talvezesta prospere, talvez aquela,quem sabe as duas.
A possibilidade de ambas fracassarem não é aventada. Já na natureza Deus sempre tem prazer de abençoar as semeaduras. Assimo lavradorsegundo essa palavra - sempre há de colher algum retorno abençoado de seus esforços. "O que ceifa recebe galardão e ajunta fruto para a vida eterna, para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem. Porque nisso é verdadeiro o ditado: Um é o que semeia, e outro, o que ceifa" (Jo 4:36-37). 
"Todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos" (Is 9:3). "Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos" (Sl 126:5-6). 

 

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